Biografias

Piet Mondrian

Essencial para o destino da arte abstrata, a teoria do neoplasticismo de Mondrian, baseada no recurso a elementos estéticos de máxima simplicidade (linhas retas entrecruzadas e cores sem mistura), exerceu profunda influência na pintura, na arquitetura e no desenho gráfico do século XX.

Pieter Cornelis Mondriaan, que adotaria o nome artístico de Piet Mondrian, nasceu em Amersfoort, Países Baixos, em 7 de março de 1872. Em 1892 transferiu-se para Amsterdam e estudou numa academia de belas-artes. Impressionado pelas obras cubistas de Pablo Picasso e Georges Braque, viajou em 1911 para Paris e adotou os princípios do cubismo, a que permaneceu fiel até 1917.

Mondrian começou como naturalista-impressionista. Influenciado por Jan Toorop, orientou-se para uma pintura simbólica, de cores fortes à maneira do fauvismo e voltada para a pesquisa das cores primárias. A influência cubista levou-o a pintar árvores, naturezas-mortas e fachadas de catedrais elaboradas em crescente abstração. Durante a primeira guerra mundial, refugiou-se nos Países Baixos e, juntamente com Theo van Doesburg, Georges Vantongerloo e outros artistas holandeses, fundou, em 1917, a revista De Stijl. De volta a Paris em 1919, expôs sua teoria do neoplasticismo.

O encontro com Van Doesburg foi decisivo: a aventura individual transformou-se em visão coletiva no grupo De Stijl, cujos princípios eram o repúdio da realidade percebida visualmente como tema e a limitação da linguagem pictórica a seus elementos básicos: a linha, o ângulo reto e as cores primárias. Divergências estéticas, porém, separaram Mondrian do grupo. Em 1931, em Paris, ele ligou-se ao movimento Abstraction-Création. Em 1938, porém, abandonou Paris, ante a ameaça de invasão da cidade pelas tropas alemãs, e viveu alguns anos em Londres.

Em 1940 Mondrian foi para Nova York, onde realizou a última fase de sua obra: desapareceram as barras negras e o quadro ficou dividido em múltiplos retângulos de cores vivas. É a série dos quadros boogie-woogie, como “Broadway Boogie-Woogie”, transposição plástica de todo o seu processo criativo da época. Mondrian morreu em Nova York, em 1º de fevereiro de 1944.

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