Genética

Sistema Rh (Fator Rh)

O nome desse sistema se deve às experiências feitas com o macaco Rhesus. Em seu sangue foi descoberta uma proteína denominada fator Rh, que, posteriormente, foi descoberta também em seres humanos. A presença dessa proteína se deve a um par de alelos com dominância completa.

2 alelos
R ou D (dominante)  →  capaz de sintetizar o fator Rh
r ou d (recessivo)  →  incapaz de sintetizar o fator Rh

Descoberta do Fator Rh

Em 1937, os cientistas Landsteiner e Wiener realizaram a seguinte experiência: injetaram o sangue do macaco Rhesus (Macaca mulata) em um coelho e verificaram a formação de anticorpos. Estes aglutinaram as hemácias do macaco rhesus. Esse fato ocorre porque a superfície das hemácias do macaco possui um antígeno específico, que foi chamado fator Rh.

O curioso foi que, quando gotas de sangue humano eram misturadas com soro sanguíneo de coelhos imunizados pelo sangue de macacos, ocorria, em muitos casos, reação de aglutinação. Ora, uma vez que os anticorpos anti-Rh, produzidos pelo coelho, eram capazes de aglutinar hemácias de vários indivíduos testados, deveria haver, nessas hemácias, moléculas (antígenos) muito parecidas com o fator Rh dos macacos.

Fazendo testes sistemáticos, Landsteiner e Wiener verificaram que cerca de 85 % das pessoas da raça branca mostravam reação positiva de aglutinação com o anticorpo anti-Rh. Isso significa que elas possuíam em suas hemácias o fator Rh; tais pessoas foram denominadas Rh positivas (Rh+). As 15 % restantes, em cujo sangue não ocorria aglutinação em contato com o anti-Rh, foram denominadas Rh negativas (Rh), pois não possuíam em suas hemácias o fator Rh.

Os anticorpos anti-Rh normalmente não existem no sangue das pessoas. Evidentemente, os indivíduos Rh+ são incapazes de fabricá-los caso contrário provocariam aglutinação de suas próprias hemácias. Os do tipo Rh, em geral, não têm anticorpos anti-Rh no seu sangue, mas podem vir a apresentá-los caso entrem em contato com hemácias de indivíduos Rh+, o que pode ocorrer nas situações mencionadas a seguir.

Mecanismo hereditário do Sistema Rh

Se uma pessoa Rh receber uma transfusão de sangue de outra Rh+, a entrada de hemácias contendo o antígeno Rh desencadeia a resposta imunitária, com produção de anti-Rh. Além disso, a pessoa fica sensibilizada, em decorrência da chamada memória imunitária. Caso ela receba uma nova transfusão de sangue Rh+, ocorrerá a aglutinação e destruição das hemácias do doador Rh+ no sangue do receptor Rh, com graves riscos para este.

Eritroblastose FetalOutra situação em que pessoas Rh podem apresentar anticorpos anti-Rh acontece quando mulheres Rh geram filhos Rh+. Nesses casos, rupturas espontâneas na placenta, que ocorrem com certa frequência, podem levar à passagem de pequenas quantidades de sangue fetal para o organismo materno. (Saiba mais).
Por: Renan Bardine

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