Economia

Evolução do Pensamento Econômico

pensamento econômico passou por diversas fases, que se diferenciam amplamente, com muitas discrepâncias e oposições. No entanto, a evolução deste pensamento pode ser dividida em dois grandes períodos: Fase Pré- Científica e Fase Científica Econômica.

A fase pré-científica é composta por três subperíodos. A Antiguidade Grega, que se caracteriza por um forte desenvolvimento nos estudos político-filosóficos. A Idade Média ou Pensamento Escolástico, repleta de doutrinas teológico- filosóficas e tentativas de moralização das atividades econômicas. E, o Mercantilismo, onde houve uma expansão dos mercados consumidores e, consequentemente, do comércio. Como iremos tratar de um pensamento econômico que nos influencia até hoje só trataremos da fase científica.

A fase científica pode ser dividida em Fisiocracia, Escola Clássica e Pensamento Marxista. Esta primeira pregava a existência de uma “ordem natural”, onde o Estado não deveria intervir (laissez-faire, laissez-passer) nas relações econômicas. Os doutrinadores clássicos acreditavam que o Estado deveria intervir para equilibrar o mercado (oferta e demanda), através do ajuste de preços (“mão- invisível”). Já o marxismo criticava a “ordem natural” e a “harmonia de interesses” (defendida pelos clássicos), afirmando que tanto um como outro resultava na concentração de renda e na exploração do trabalho.

Apesar de fazer parte da fase científica, convém ressaltar que a Escola Neoclássica e o Keynesianismo, diferenciam-se dos outros períodos por elaborar princípios teóricos fundamentais e revolucionar o pensamento econômico, merecendo, portanto, destaque. É na Escola Neoclássica que o pensamento liberal se consolida e surge a teoria subjetiva do valor. Na Teoria Keynesiana, procura-se explicar as flutuações de mercado e o desemprego (suas causas, sua cura e seu funcionamento).

1. Fisiocracia (Séc. XVIII)

Doutrina de ordem natural: O Universo é regido por leis naturais, absolutas e imutáveis e universais, desejadas pela Providência divina para a felicidade dos homens.

A palavra fisiocracia significa governo da natureza. Isto é, de acordo com o pensamento fisiocrata as atividades econômicas não deveriam ser reguladas de modo excessivo e nem guiadas por forças “antinaturais”. Deveria- se conceder uma maior liberdade a essas atividades, afinal “uma ordem imposta pela natureza e regida pelas leis naturais” governaria o mercado e tudo se acomodaria como tivesse que ser.

Na fisiocracia a base econômica é a produção agrícola, ou seja, um liberalismo agrário, onde a sociedade estava dividida em três classes:

  • a classe produtiva, formada pelos agricultores.
  • a classe estéril, que engloba todos os que trabalham fora da agricultura (indústria, comércio e profissões liberais);
  • a classe dos proprietários de terra, que estava ao soberano e aos recebedores de dízimos (clero).

A classe produtiva garante a produção de meios de subsistência e matérias primas. Com o dinheiro obtido, ela paga o arrendamento da terra aos proprietários rurais, impostos ao Estado e os dízimos; e compra produtos da classe estéril – os industriais. No final, esse dinheiro volta à classe produtiva, pois as outras classes têm necessidade de comprar meios de subsistência – matérias primas. Dessa maneira, ao final, o dinheiro retorna ao seu ponto de partida, e o produto se dividiu entre todas as classes, de modo que assegurou o consumo de todos.

Para os fisiocratas, a classe dos lavradores era a classe produtiva, porque o trabalho agrícola era o único que produzia um excedente, isto é, produzia além das suas necessidades. Este excedente era comercializado, o que garantia uma renda para toda a sociedade. A indústria não garantia uma renda para a sociedade, visto que o valor produzido por ela era gasto pelos operários e industriais, não criando, portanto, um excedente e, consequentemente, não criando uma renda para a sociedade.

O papel do Estado se limitava a ser o guardião da propriedade e garantidor de liberdade econômica, não deveria intervir no mercado (“laissez-faire, laissez-passer” que quer dizer deixe-se fazer, deixe-se passar.), pois existia uma “ordem natural” que regia as atividades econômicas.( 07 de Abril de 2005 às 13 h e 27 minutos)

François Quesnay

O fundador da escola fisiocrata, e da primeira fase científica da economia, foi François Quesnay (1694-1774), autor de livros que até hoje são inspiração para economistas atuais, como por exemplo Tableau Économique. Não se pode falar em fisiocracia, sem citar seu nome. Quesnay foi autor de alguns princípios, como o da filosofia social utilitarista, em que deveria se obter a máxima satisfação com um mínimo de esforço; o do harmonismo, não obstante a existência do antagonismo das classes sociais, acreditava-se na compatibilidade ou complementaridade dos interesses pessoais numa sociedade competitiva; e, por fim, a teoria do capital, onde os empresários só poderiam começar o seu empreendimento com um certo capital já acumulado, com os devidos equipamentos.

Em seu livro Tableau Économique foi representado um esquema de fluxo de bens e despesas entre as diferentes classes sociais. Além de evidenciar a interdependência entre as atividades econômicas e mostrou como a agricultura fornece um “produto líquido” que é repartido na sociedade.

Com o advento da fisiocracia surgiram duas grandes ideias de alta relevância para o desenvolvimento do pensamento econômico. A primeira diz que há uma ordem natural que rege todas as atividades econômicas, sendo inútil criar leis à organização econômica. A segunda se refere a maior importância da agricultura sobre o comércio e a indústria, ou seja, a terra é a fonte de todas as riquezas que mais tarde farão parte destes dois campos econômicos. (www.pgj.ce.gov.br- 06 de Abril de 2005 às 14 h e 46 minutos)

2. A Escola Clássica (Fins do Séc. XVIII e início do séc. XIX)

A base do pensamento da Escola Clássica é o liberalismo econômico, ora defendido pelos fisiocratas. Seu principal membro é Adam Smith, que não acreditava na forma mercantilista de desenvolvimento econômico e sim na concorrência que impulsiona o mercado e consequentemente faz girar a economia.

A teoria clássica surgiu do estudo dos meios de manter a ordem econômica através do liberalismo e da interpretação das inovações tecnológicas provenientes da Revolução Industrial.

Todo o contexto da Escola Clássica está sendo influenciado pela Revolução Industrial. É caracterizada pela busca no equilíbrio do mercado (oferta e demanda) via ajuste de preços, pela não- intervenção estatal na atividade econômica, prevalecendo a atuação da “ordem natural” e pela satisfação das necessidades humanas através da divisão do trabalho, que por sua vez aloca a força de trabalho em várias linhas de emprego.

De acordo com o pensamento de Adam Smith, a economia não deveria se limitar ao estoque de metais preciosos e ao enriquecimento da nação, pois, segundo o mercantilismo, desta nação fazia parte apenas a nobreza, e o restante da população estaria excluída dos benefícios provenientes das atividades econômicas. Sua preocupação fundamental era a de elevar o nível de vida de todo o povo.

Em sua obra Wealth of Nations (Riqueza das Nações), Adam Smith estabelece princípios para análise do valor, dos lucros, dos juros, da divisão do trabalho e das rendas da terra. Além de desenvolver teorias sobre o crescimento econômico, ou seja, sobre a causa da riqueza das nações, a intervenção estatal, a distribuição de renda, a formação e a aplicação do capital.

Alguns críticos de Smith afirmam que ele não foi original em suas obras, devido ao seu método, que se caracteriza por percorrer caminhos já trilhados, buscando, assim, segurança, utilizar elementos já existentes. No entanto, sabe-se que suas obras foram grandiosas para o desenvolvimento do pensamento econômico, devido a sua clareza e ao espírito equilibrado. (www.factum.com.br- 07 de Abril de 2005 às 13 h e 27 minutos)

Adam Smith (1723-1790)

Filósofo, teórico e economista, nascido na Escócia em 1723, dedicou-se quase que exclusivamente ao magistério. É considerado o pai da Economia Política Clássica Liberal. Seu pensamento filosófico e econômico encontra-se, basicamente, em a “Teoria dos Sentimentos Morais” (1759) e em a “Riqueza das Nações” (1776), respectivamente. Os críticos a essas duas importantes obras de Smith, afirmam haver um paradoxo entre ambas: Na “Teoria”, Smith teria como sustentação de sua concepção ética o lado simpático da natureza humana; enquanto na “Riqueza das Nações” realça a ideia do homem movido pelo egoísmo, constituindo-se este, na força motriz do comportamento humano. Crítica essa repudiada e apontada como um falso problema, não havendo descontinuidade de uma obra para outra.

As ideias liberais de Adam Smith, em a Riqueza das Nações aparecem, entre outras, na sua defesa a liberdade irrestrita do comércio, que deve, não só ser mantida como incentivada, por suas inegáveis vantagens para a prosperidade nacional. Ao Estado caberá manter uma relação de subordinação entre os homens e, por essa via, garantir o direito da propriedade.

Para Adam Smith as classes se constituem em: classe dos proprietários; classe dos trabalhadores, que vivem de salários e a classe dos patrões, que vivem do lucro sobre o capital. A subordinação, na sociedade, se deve a quatro fatores: qualificações pessoais, idade, fortuna e berço. Este último pressupõe fortuna antiga da família, dando a seus detentores mais prestígio e a autoridade da riqueza aos mesmos.
Smith afirmava que a livre concorrência levaria a sociedade à perfeição uma vez que a busca do lucro máximo promove o bem-estar da comunidade. Smith defendia a não intervenção do Estado na economia, ou seja o liberalismo econômico.

Thomas Malthus (1766 – 1834):

Tentou colocar a economia em sólidas bases empíricas. Para ele, o excesso populacional era a causa de todos os males da sociedade (população cresce em progressão geométrica e alimentos crescem em progressão aritmética). Malthus subestimou o ritmo e o impacto do progresso tecnológico.

David Ricardo (1772 – 1823):

Mudou, de modo sutil, a análise clássica do problema do valor: “Então, a razão, pela qual o produto bruto se eleva em valor comparativo é porque mais trabalho é empregado na produção da última porção obtida, e não porque se paga renda ao proprietário da terra. O valor dos cereais é regulado pela quantidade de trabalho empregada em sua produção naquela qualidade de terra, ou com aquela porção de capital, que não paga aluguel”. Ricardo mostrou as interligações entre expansão econômica e distribuição de renda. Tratou dos problemas do comércio internacional e defendeu o livre- cambismo.

John Stuart Mill (1806 – 1873):

Introduziu na economia preocupações de “justiça social”

Jean Baptist Say (1768 – 1832):

Deu atenção especial ao empresário e ao lucro; subordinou o problema das trocas diretamente à produção, tornando-se conhecida sua concepção de que a oferta cria a procura equivalente”, ou seja, o aumento da produção transformar-se em renda dos trabalhadores e empresários, que seria gasta na compra de outras mercadorias e serviços.

Lei de Say – “É a lei dos mercados”. A oferta cria sua própria procura.

–  Partindo do pressuposto de que o mecanismo da economia funcione de modo perfeito e harmônico que tudo se governa de modo eficiente e sutil, o todo não é problema e apenas as partes mereciam estudo e atenção.

– Foi o economista francês Jean Baptist Say que deu formulação definitiva a esta corrente de ideias em sua célebre “Lei dos Mercados”, a qual depois se transformou em dogma indiscutível e aceito sem restrições.

– De acordo com ela, a superprodução é impossível, pois as forças do mercado operam de maneira tal que a produção cria sua própria demanda.

– Nestas condições os rendimentos criados pelo processo produtivo serão fortemente gastos na compra desta mesma produção. Tal opinião arraigou-se profundamente no século atrasado.
(www.carula.hpg.ig.com.br- 07 de Abril de 2005 às 13 h e 36 minutos)

Críticas de Say a Adam Smith

Say recusa-se a acreditar que a Produção deva analisar-se como o processo pelo qual o homem prepara o objeto para o consumo.

Segundo Say a Produção realiza-se através do concurso de 3 elementos, a saber: O Trabalho, O Capital e os agentes Naturais (Por Agentes Naturais entenda-se a Terra, etc).

Tal como Smith, considera o Mercado essencial.

Esta faceta é facilmente verificada quando Say afirma que os salários, os lucros e as rendas são Preços de Serviços, sendo determinados pelo jogo da oferta e da procura no Mercado desses fatores.

Say acredita, contrariamente a Adam Smith, que não há distinção entre trabalho produtivo e Trabalho não Produtivo.

Recorde-se que Adam Smith defendia que o Trabalho Produtivo era aquele que era executado com vista à fabricação de um objeto material, já Say defende “todos aquele que fornecem uma verdadeira utilidade em troca dos seus salários» são Produtivos”

Crítica de Keynes as Teorias Clássicas

O ponto em que Keynes se baseou para contestar os clássicos é que o trabalhador prefere sempre trabalhar a não trabalhar e que está interessado sobretudo em manter os seus salários nominais, o que significa que está sujeito ao fenômeno que chamou de “ilusão monetária”. A rigidez do salário nominal decorre da resistência dos trabalhadores em aceitar reduções de seu salário nominal vis- à -vis aos trabalhadores de outro ramo industrial, porque percebem que a sua situação relativa sofreu uma deterioração. Já este não é o caso do salário real porque a sua queda afeta por igual todos os trabalhadores, a não ser quando essa queda for excessivamente grande.

Keynes achava que os trabalhadores, ao agirem dessa forma, revelaram-se mais razoáveis que os próprios economistas clássicos, que jogavam a culpa do desemprego nos ombros dos trabalhadores pela sua recusa em aceitarem reduções no seu salário nominal. À essa altura, Keynes só tinha dois caminhos a seguir: ou explicava o salário real e, a partir daí, determinava o nível de emprego; ou explicava primeiro o nível de emprego para depois chegar ao salário real (Macedo, 1982). Keynes escolheu o segundo caminho. Para ele, não são os trabalhadores que controlam o emprego, mas sim a demanda efetiva. Dessa maneira, a diminuição dos salários nominais não constitui estratégia eficaz para aumentar o emprego, uma vez que a manipulação da demanda representava uma política muito mais inteligente. Nesse aspecto, Keynes literalmente vira “de pernas para o ar” a estrutura clássica: “o emprego não é elevado pela redução dos salários reais, … o que sucede é o inverso, os salários reais caem porque o emprego foi elevado mediante um aumento da procura” Portanto, os contratos entre patrões e empregados só determinam os salários nominais; enquanto que os salários reais – para Keynes – são determinados por outras forças, isto é, aquelas relacionadas com a demanda agregada e o emprego.  (http://www.economia.unifra.br – dia 17/04/2005 às 15 h e 10 minutos)

3 – A Teoria Neoclássica (Fins do séc. XIX ao início do séc. XX)

A partir de 1870, o pensamento econômico passava por um período de incertezas diante de teorias contrastantes (marxista, clássica e fisiocrata). Esse período conturbado só teve fim com o advento da Teoria Neoclássica, em que se modificaram os métodos de estudo econômicos. Através destes buscou-se a racionalização e otimização dos recursos escassos.

Conforme a Teoria Neoclássica, o homem saberia racionalizar e, portanto, equilibraria seus ganhos e seus gastos. É nela que se dá a consolidação do pensamento liberal. Doutrinava um sistema econômico competitivo tendendo automaticamente para o equilíbrio, a um nível pleno de emprego dos fatores de produção.

Pode-se dividir essa nova teoria em quarto importantes escolas: Escola de Viena ou Escola Psicológica Austríaca, Escola de Lausanne ou Escola Matemática, Escola de Cambridge e a Escola Neoclássica Sueca. A primeira se destaca por formular uma nova teoria do valor, baseada na utilidade (teoria subjetiva do valor), ou seja, o valor do bem é determinado pela quantidade e utilidade do mesmo. Também chamada de Teoria do Equilíbrio Geral, a Escola de Lausanne, enfatizava a interdependência de todos os preços do sistema econômico para manter o equilíbrio. A Teoria do Equilíbrio Parcial ou Escola de Cambridge considerava que a economia era o estudo da atividade humana nos negócios econômicos, portanto, a economia seria uma ciência do comportamento humano e não da riqueza. Por fim, a Escola Neoclássica Sueca foi a responsável pela tentativa da integrar a análise monetária à análise real, o que mais tarde foi feito por Keynes.

Em contraposição ao Karl Marx, um importante neoclássico, Jevons, ponderava que o valor do trabalho deveria ser determinado pelo valor do produto e não o valor do produto determinado pelo valor do trabalho. Afinal, o produto dependerá da aceitação do preço pelo comprador para ser vendido.

Com base em novos modelos teóricos, com novas concepções de conceitos sobre valor, trabalho, produção e outros, os neoclássicos se dispuseram a rever toda a análise econômica clássica. Várias obras foram escritas tendo por fim alcançar a cientificidade pura da economia. Alfred Marshall, em sua obra Síntese Neoclássica, tenta provar de que forma o livre funcionamento das relações comerciais garantiriam a plena alocação dos fatores de produção.

A principal preocupação dos neoclássicos era o funcionamento de mercado e como se chegar ao pleno emprego dos fatores de produção, baseada no pensamento liberal.

Alfred Marshall (1842-1924)

Alfred Marshall, um dos grandes fundadores da teoria Neoclássica no séc. XIX, no processo de sua construção, procurou apoiar-se em dois paradigmas de ciência que não se combinam confortavelmente: o mecânico e o evolucionário.

Conforme o primeiro, a economia real é entendida como um sistema de elementos (basicamente, consumidores e firmas) que permanecem idênticos a si mesmos exteriores uns aos outros, e que estabelecem relações de trocas orientados unicamente pelos preços. Estes últimos tem a função de equilibrar as ofertas e demandas que constituem os mercados .Na economia como um sistema mecânico é preciso notar, todo movimento é reversível e nenhum envolve qualquer mudança qualitativa.

Conforme o segundo, a economia real é compreendida como um sistema m permanente processo de auto- organização que apresenta propriedades emergentes. Os elementos do sistema evolucionário podem se transformar no tempo. Influenciando-se uns aos outros, relacionando-se entre si de várias formas, as quais também podem mudar. Ao contrário do que ocorre no sistema mecânico, neste último o movimento acompanha a flecha do tempo e aos acontecimentos são irrevogáveis.

Para Marshal é preciso tomar um caminho evolucionário e este caminho hoje está aberto mesmo o plano do formalismo já que a era do computador permite o desenvolvimento de modelos com base em dinâmicas complexas. (www.economiabr.net – 06 de Abril de 2005 às 15 h e 38 minutos)

Críticas de Samuels ao Neoclassicismo:

Um terceiro aspecto é que há nos institucionalistas várias críticas ao neoclassicismo, embora Samuels (1995) julgue que exista uma certa suplementariedade entre ambos, com notáveis contribuições dos últimos quanto ao funcionamento do mercado. Para os institucionalistas, a principal falha do pensamento neoclássico está no “individualismo metodológico”, que consiste em tratar indivíduos como independentes, autossubsistentes, com suas preferências dadas, enquanto que, em realidade, os indivíduos são cultural e mutuamente interdependentes, o que implica analisar o mercado do ponto de vista do “coletivismo metodológico”. A oposição ao “individualismo metodológico” se dá porque o mesmo se assenta em pressupostos que falseiam a complexa, dinâmica e interativa realidade econômica, que pouco tem a ver com a racionalidade otimizadora de equilíbrio. Ao criticar a natureza estática dos problemas e modelos neoclássicos, reafirmam a importância em se resgatar a natureza dinâmica e evolucionária da economia.

4 – Pensamento Marxista

A principal reação política e ideológica ao classicismo foi feita pelos socialistas, mais precisamente por Karl Marx (1818-1883) e Frederic Engels. Criticavam a “ordem natural” e a “harmonia de interesses”, pois há concentração de renda e exploração do trabalho.

O pensamento de Marx não se restringe unicamente ao campo da economia, mas abrange, também, a filosofia, a sociologia e a história. Preconizava a derrubada da ordem capitalista e a inserção do socialismo. Convém esclarecer que Marx não foi o fundador do socialismo, pois este já vinha se formando durante os períodos ora citados, tendo por início a obra “A República”, onde Platão demonstra sinais de ideologia socialista. No entanto, as obras anteriores ao Karl Marx, estiveram destituídas de sentido prático e nada mais fizeram do que contrapor-se às práticas comerciais realizadas à época.

Em contraposição aos clássicos, Marx afirmava que erraram ao afirmar que a estabilidade e o crescimento econômico seria efeito da atuação da ordem natural. E explica, dizendo que “as forças que criaram essa ordem procuram estabilizá-la, sufocando o crescimento de novas forças que ameaçam solapá-la, até que essas novas forças finalmente se afirmem e realizem suas aspirações”.

Ao afirmar que “o valor da força de trabalho é determinado, como no caso de qualquer outra mercadoria, pelo tempo de trabalho à produção, e consequentemente à reprodução, desse artigo em especial”, Marx modificou a análise do valor-trabalho (teoria objetiva do valor). Desenvolveu, também, a teoria da mais- valia (exploração do trabalho), que é a origem do lucro capitalista, de acordo com o pensamento marxista. Analisou as crises econômicas, a distribuição de renda e a acumulação de capital.

No decorrer da evolução do pensamento econômico, Marx exerceu grande impacto e provocou importantes transformações com a publicação de duas conhecidas obras: Manifesto Comunista e Das Kapital. Segundo sua doutrina, a industrialização vinha acompanhada de efeitos danosos ao proletariado, tais como, baixo padrão de vida, longa jornada de trabalho, reduzidos salários e ausência de legislação trabalhista.

Teoria da mais valia:

Portanto Marx afirmava que a força de trabalho era transformada em mercadoria, o valor de força de trabalho corresponde ao socialismo necessário.

Tudo estaria bem, contudo o valor deste socialmente necessário é um problema.

Na realidade o que o trabalhador recebe é o salário de subsistência, que é o mínimo que assegura a manutenção e reprodução do trabalho.

Mas apesar de receber um salário, o trabalhador acaba por criar um valor acrescentado durante o processo de produção, ou seja, fornece mais do que aquilo que custa é essa diferença que Marx chama de mais valia.

A mais valia não pode ser considerado um roubo pois é apenas fruto da sociedade privada dos meios de produção.

Mas, os capitalistas e os proprietários, procuram aumentar os seus rendimentos diminuindo o rendimento dos trabalhadores, é pois esta situação de exploração da Força de Trabalho pelo Capital que Marx mais critica.

Marx critica a essência do Capitalismo, que reside precisamente na exploração da força de trabalho pelo Produtor Capitalista, e que segundo Marx, um dia Haverá de levar a Revolução Social.(www.economiabr.net- 06 de Abril de 2005 às 15 h e 41 minutos)

5 – O Keynesianismo (Década de 1930)

Quando a doutrina clássica não se mostrava suficiente diante de novos fatos econômicos, surgiu o economista inglês John Maynard Keynes que, com suas obras, promoveu uma revolução na doutrina econômica, opondo-se, principalmente, ao marxismo e ao classicismo. Substituindo os estudos clássicos por uma nova maneira da raciocinar na economia, além de fazer uma análise econômica reestabelecedora do contato com a realidade.

Seus objetivos eram de, principalmente, explicar as flutuações econômicas ou flutuações de mercado e o desemprego generalizado, ou seja, o estudo do desemprego em uma economia de mercado, sua causa e sua cura.

Opondo-se ao pensamento marxista, Keynes acreditava que o capitalismo poderia ser mantido, desde que fossem feitas reformas significativas, já que o capitalismo houvera se mostrado incompatível com a manutenção do pleno emprego e da estabilidade econômica. Recebendo, portanto, muitas críticas dos socialistas no que se refere ao aumento da inflação, ao estabelecimento da uma lei única de consumo, ignorando as diferenças de classes. E, por outro lado, algumas de suas ideias foram agregadas ao pensamento socialista, como por exemplo, a política do pleno emprego e a do direcionamento dos investimentos.

Keynes defendia a intervenção moderada do Estado. Afirmava que não havia razão para o socialismo do Estado, pois não seria a posse dos meios de produção que resolveria os problemas sociais, ao Estado compete incentivar o aumento dos meios de produção e a boa remuneração de seus detentores.
Roy Harrod acreditava que Keynes tinha três talentos que poucos economistas possuem. Primeiramente a lógica, para assim poder ter se transformado num grande especialista na teoria pura da Economia. Dominar a técnica de escrever lúcida e convincentemente. E, por fim, possuir um senso realista de como as coisas se realizarão na prática.

Suas obras estimularam o desenvolvimento de estudos não só no campo econômico, mas também nas áreas da contabilidade e da estatística. Na evolução do pensamento econômico, até agora, não houve nenhuma obra que provocasse tanto impacto quanto a Teoria Geral do Emprego, do juro e da moeda de Keynes.

O pensamento Keynesiano deixou algumas tendências que prevalecem até hoje no nosso atual sistema econômico. Dentre as principais, os grandes modelos macroeconômicos, o intervencionismo estatal moderado, a revolução matematizante da ciência econômica…

Os Keynesianos admitiram que seria difícil conciliar o pleno emprego e o controle da inflação, considerando, sobretudo, as negociações dos sindicatos com os empresários por aumentos salariais. Por esta razão, foram tomadas medidas que evitassem o  crescimento de salários e preços. Mas a partir da década de 60os índices de inflação foram acelerados de forma alarmante.

A partir do final da década de 70, os economistas tem adotado argumentos monetaristas em detrimento daqueles propostos pela doutrina Keynesiana; mas as recessões em escala mundial, das décadas de 80 e 90 refletem os postulados da política econômica de Jonh Maynard Keynes.  (www.gestiopolis.com.br- 06 de Abril de 2005 às 15 h e 08 minutos).

Bibliografia Consultada:

Sites:
www.pgj.ce.gov.br- 14:46 h  – 06/04/2005
www.gestiopolis.com- 15:08 h – 06/04/2005
www.economiabr.net- das 15:18  a 15:43 h – 06/04/2005
www.factum.com.br- 13:27 h – 07/04/2005
www.carula.hpg.ig.com.br – 13:36 h – 07/04/2005

Autoria: Igor A. da Cruz Rezende

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