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Suécia

Suécia, monarquia constitucional que ocupa o setor oriental da península escandinava. Limita-se ao norte e a oeste com a Noruega, a noroeste com a Finlândia, a leste com o golfo de Botnia e o mar Báltico e a sudoeste com os estreitos de Oresund, Kattegat e Skagerrak. Possui as ilhas de Gotland e Öland no mar Báltico. Tem uma superfície de 449.964 km2. A capital é Estocolmo.

Território e Recursos

Tem várias regiões topográficas: as montanhas Kjölen; a leste, um extenso maciço inclinado para a planície costeira; no centro da zona meridional, uma região baixa com lagos (ver Vatern); ao sul, as terras altas de Smaland. As planícies da Escania ocupam o extremo sul-oriental da península. Os rios principais são Angerman, Dar, Klar, Ume e Torne. O clima é moderado devido à corrente do Golfo; sendo mais rigoroso no norte do que no sul. A temperatura média do mês mais frio é inferior a 0ºC em toda a Suécia.

Uma sétima parte do país fica ao norte do círculo polar. A precipitação média anual é de 535 mm e aumenta para o sul. A vegetação alpina e ártica é dominante. Nas altitudes superiores há musgos e liquens, sob uma área de bétulas e salgueiros; em alturas menores se encontram os bosques de coníferas, e no sul, os de árvores caducas. Renas, ursos, linces, martas, esquilos vermelhos e lobos habitam esses bosques.

Paisagem da Suécia

População e Governo

A população é composta por descendentes de escandinavos e germânicos. Há samis na Lapônia e a população imigrante aumenta rapidamente. Em 1993, a população era de 8.745.109 habitantes, com uma densidade de 19 habitantes por quilômetro quadrado. As cidades mais importantes (1992) são Estocolmo, com 693.103 habitantes, Gotemburgo, com 437.549 habitantes e Malmoe, com 237.531 habitantes. O luteranismo é a religião de 88% dos suecos. Há também outros protestantes e pequenos grupos católicos, muçulmanos e judeus (ver Língua sueca; Literatura sueca). A Suécia é uma monarquia constitucional; o monarca atual é o rei Carlos XVI Gustavo. A Constituição vigente foi aprovada em 1975. O Partido Social Democrata tem governado quase de forma contínua desde a década de 30.

Economia

Em 1994, o produto interno bruto era de 196,6 bilhões de dólares. Sua economia urbana e industrializada se baseia nos bosques, nos depósitos de minério de ferro e no potencial hidroelétrico. A Suécia goza de um dos níveis de vida mais altos do mundo, porém experimentou uma recessão econômica durante o princípio da década de 1990. A riqueza e a mecanização permitem que a Suécia seja quase autossuficiente em produtos agrícolas; os principais produtos são o gado e seus derivados, cereais, beterraba açucareira, batatas e sementes de colza. Tem a maior reserva madeireira da Europa Ocidental e é um dos maiores produtores de madeira do mundo. A produção mineral se destaca na economia. Há importantes depósitos de minério de ferro; também se extrai chumbo, prata, minério de cobre, zinco, ouro, petróleo cru, urânio e pirita de ferro. É um dos países mais industrializados da Europa. A produção de aço de alta qualidade tem uma importância especial; outras indústrias se dedicam à produção de veículos motorizados, maquinário, equipamento elétrico e eletrônico, madeira, papel, cimento, vidro e cristais e produtos químicos. A unidade monetária é a coroa.

História

Durante a época romana, duas tribos dos povos germânicos — suecos e godos — habitavam a metade oriental da península. No século IX, missionários francos introduziram o cristianismo; os vikings estabeleceram colônias em outros países e entre os séculos XI e XIII se fortaleceu o poder sueco e subjugaram a Finlândia. Nos séculos XIII e XIV, o estabelecimento de um sistema feudal permitiu que uma aristocracia enriquecida absorvesse o poder declinante da monarquia. Em 1397 Margarida I realizou a União de Kalmar, pela qual a Dinamarca, Noruega e Suécia permaneceriam unidas sob uma só coroa. Em 1520, o rei Cristiano II da Dinamarca e Noruega invadiu a Suécia, para fazer valer seus direitos; o dirigente da rebelião contra ele se converteu em rei com o nome de Gustavo I Vasa, em 1523, pondo fim à união dos estados escandinavos. A Suécia passou a ser uma monarquia hereditária na qual os nobres e o clero se subordinavam ao Estado. Na década de 1520, estabeleceu-se o luteranismo como religião oficial. Durante o século XVI, a Suécia estendeu seu território; o rei Gustavo II Adolfo favoreceu sua expansão.

Em 1630, como defensor do protestantismo, participou na Guerra dos Trinta Anos. Na sua morte, sua política foi continuada por seu conselheiro, o conde Axel Oxenstierna, que governou durante a minoridade de Cristina, que por sua vez foi coroada em 1644. Os territórios alemães obtidos pelo tratado de Vestfália (1648) permitiram à Suécia ter vários votos na Dieta do Sacro Império Romano-Germânico e converter-se na grande potência do mar Báltico. A política de expansão continuou com Carlos X Gustavo. Sob o reinado de seu neto Carlos XII, Pedro I, o Grande, da Rússia, derrotou em 1709 o exército sueco na batalha de Poltava, e a Rússia se converteu na potência dominante do Báltico.

Quando sua irmã, Ulrika Eleanora, herdou o trono, uma nova constituição pôs fim à monarquia absoluta e deu o poder legislativo ao Riksdag de quatro estados (nobreza, clero, burguesia e campesinato). Durante as Guerras Napoleônicas, Carlos XIII da Suécia cedeu à Rússia (1809) a maior parte da Finlândia e das ilhas Aaland. Depois estabeleceu-se a dinastia Bernadotte quando o rei sueco, sem filhos, adotou como herdeiro o marechal Jean Baptiste Bernadotte, para agradar Napoleão. A Dinamarca devolveu a Noruega à Suécia (1814) e recebeu em troca as possessões suecas na Pomerânia. A Suécia deixou de ter possessões na Alemanha. O Congresso de Viena (1815) reconheceu a união da Noruega e da Suécia. Entre 1867 e 1886, quase 500.000 suecos migraram para a América, devido à escassez de alimentos e trabalho.

A união com a Noruega começou a mostrar tensões que conduziram à sua dissolução em 1905. No início da I Guerra Mundial, a Suécia declarou sua neutralidade. O Partido Social Democrata se converteu na principal força da política sueca e se promulgaram reformas sociais que fizeram da Suécia um país destacado neste campo; esse partido permaneceu no poder durante a maior parte do presente século. O governo sueco proclamou sua neutralidade no começo da II Guerra Mundial. Terminadas as hostilidades na Europa, o gabinete de coalizão do período de guerra demitiu-se e os social-democratas reconquistaram o controle do governo. Tage Erlander foi nomeado primeiro-ministro em 1946. Em 1948 a Suécia recebeu os fundos do Plano Marshall, porém negou-se a ser membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), formada em 1949. Ao fracassar o intento de formar um bloco defensivo escandinavo, a Suécia começou a reforçar seu exército.

Em 1950 subiu ao trono Gustavo VI Adolfo; criou-se uma coalizão de governo entre os social-democratas e os agricultores em 1951, que terminou em 1958 pelas propostas social-democratas sobre o financiamento das pensões de aposentadoria. Formou-se um novo governo composto só por social-democratas e dirigido de novo por Erlander. Quando se retirou de seu cargo em 1969, foi substituído por Olof Palme. Em 1973, Gustavo VI Adolfo morreu e foi sucedido por seu neto Carlos XVI Gustavo. Em 1975 entrou em vigor uma nova constituição que anulava o poder efetivo do rei. A Suécia sofreu as consequências da crise econômica mundial durante 1974 e 1975. Nas eleições de setembro de 1976, perderam os social-democratas após 44 anos no poder, a favor de uma coalizão de centristas, conservadores e liberais. Em 1977 iniciou-se uma política de austeridade. Depois de vários conflitos sociais, os social-democratas voltaram ao poder nas eleições parlamentaristas em 1982 e Palme reassumiu o cargo de primeiro-ministro. Após seu assassinato em 1986, foi sucedido por Ingvar Carlsson, que continuou a política de seu antecessor.

Em 1991 Carlsson renunciou e o Partido Conservador formou uma coalizão com os centristas, liberais e democratas-cristãos que começou a acelerar a liberalização da economia. A coalizão se manteve até as eleições de setembro de 1994, que permitiram a volta de Carlsson, ainda que dirigindo um governo social-democrata minoritário. Em 1994, num referendo celebrado para aprovar a entrada na União Europeia (UE), 52,2% dos suecos votaram a favor da adesão. Desde 1º de janeiro de 1995 sua incorporação à União Europeia é efetiva. Carlsson renunciou em 1996 e seu lugar foi ocupado pelo também social-democrata Goran Persson. Nas eleições parlamentares de setembro de 1998 o Partido Social-Democrata perdeu 30 deputados, mas Persson continuou na chefia do governo mantendo a aliança com o Partido da Esquerda e com os Verdes. Em conjunto, a coalizão progressista tem 188 deputados, contra 151 dos partidos de centro-direita. A redução do respaldo popular aos social-democratas pode ser explicada pela política de diminuição dos investimentos em bem-estar social, aplicada para superar a depressão do começo da década.

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