História do Brasil

Governo Café Filho

Café filho acaba assumindo a Presidência da Republica com a morte de Getúlio Vargas, em um governo curto, mas muito tumultuado.

Ficou responsável pelo cargo por cerca de 14 meses e enfrentou uma situação muito delicada porque teve que conciliar os problemas econômicos que o país passava com problemas políticos que foram ocasionados pela morte do ex-Presidente.

O Governo de Café Filho

A equipe de seu governo era formada por lideranças que faziam oposição ao governo de Vargas, além disso, a população estava completamente inquieta com comoção causada pelo suicídio de Getúlio.

Café filho tentou lidar com a situação e principalmente apaziguar tais ânimos, indo para os veículos de comunicação e assumindo, prometendo, dar continuidade a todos os compromissos que foram firmados pelo ex-presidente.

Retrato presidencial de Café Filho.
Café Filho (1954-1955)

A instabilidade econômica era evidente também. A política adotada pelo Presidente foi a redução dos gastos públicos e a criação de algumas taxas como a taxa única de energia. Houve também uma política de limitação ao crédito e retenção do Imposto de Renda diretamente sobre os salários.

Para que tais medidas fossem de fato adotadas naquele momento ele usou o argumento de que seu governo era provisório e que não tinha intenção de continuar no poder. Dessa maneira essas medidas também seriam provisórias.

Durante a presidência de Café Filho, realizaram-se eleições para o Congresso e para Presidente da República. No Congresso, o quadro partidário manteve-se inalterado como era no segundo governo Vargas, com o PSD como partido majoritário (114 cadeiras), seguido da UDN (74 cadeiras) e do PTB (56 cadeiras).

A Candidatura de Juscelino

Em 1954 Juscelino Kubitschek candidatou-se ao cargo vago da Presidência da República pelo PSD. Em oposição estava o candidato Juarez Távora, que representava a UDN. Juscelino, na campanha, buscou o apoio da população com o discurso de desenvolvimento e modernidade do país, que seriam desencadeados com um maior investimento na indústria nacional. Já os partidários da UDN criticavam as intenções de Juscelino, caso ele conseguisse vencer o pleito.

Na eleição presidencial, houve nova investida golpista da UDN, que pretendia impedir a posse do candidato eleito Juscelino Kubitschek e de seu vice, João Goulart. Juscelino Kubitschek (PSD-PTB) obteve 36% dos votos, seguido de Juarez Távora (PDC, com o apoio da UDN) com 30% e de Adhemar de Barros (PSP) com 26%. João Goulart obteve mais de 200 mil votos que seu oponente, Milton Campos, da UDN. Lembre-se de que, pela Constituição em vigor, as eleições para presidente e vice-presidente ocorriam separadamente.

Alegando que JK não obteve a maioria (50% + 1) dos votos válidos, pretenderam anular o pleito. Além disso, afirmavam que JK e Jango obtiveram votos dos comunistas e de um eleitorado “formado pela massa ignorante, sofredora, desiludida…”.

Depois de uma alegada doença, o presidente Café Filho afastou-se do cargo, sendo substituído por Carlos Luz, presidente da Câmara, que dava vazão aos reclames da UDN e, portanto, poderia impedir a posse de JK.

Através da interferência do Ministro da Guerra, Marechal Henrique Teixeira Lott, Carlos Luz foi deposto e a Presidência foi ocupada pelo presidente do Senado, Nereu Ramos, com o compromisso de fazer honrar a constituição e a vontade popular. Juscelino foi empossado.

Por: Pedro Augusto Rezende Rodrigues

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