Guerras

Guerra do Afeganistão

Após os ataques terroristas em território norte-americano contra edifícios-símbolo como o Pentágono e o World Trade Center e em meio ao caos, o governo de George W. Bush acusou Osama bin Laden, líder do grupo ou rede terrorista Al Qaeda de ser o responsável pelos atentados, exigindo que o governo do Taleban, aliado da Al Qaeda, entregasse Osama bin Laden às autoridades norte-americanas. Como o pedido não foi aceito pelo governo afegão, tropas dos EUA e do Reino Unido invadiram o país em outubro de 2001 no que ficou conhecido como a Guerra do Afeganistão.

O Taleban foi retirado do poder e grande parte de seus membros fugiu para o Paquistão. Em dezembro de 2001, formou-se um governo composto pelas principais etnias do país, os pashtuns (maioria), os tadjiques, os hazaras e os uzbeques.

Em 2002, por meio da assembleia tribal afegã – Loya Jirga – foi eleito por voto secreto Hamid Karzai para conduzir o governo de transição até as eleições em 2004. Realizadas as eleições diretas, Karzai foi confirmado no cargo por voto direto. A ONU enviou uma missão de paz (ISAF) para manter a segurança na capital Cabul durante esse período.

A partir de 2006, membros do Taleban atacaram novamente o país, principalmente o Vale do Kandahar, fronteira com o Paquistão, país de onde os fundamentalistas se estruturam para retornar ao Afeganistão com o intuito de ocupar novamente o poder, apesar da presença de tropas da Otan e de uma força militar à parte dos EUA, chamada de Operação Liberdade Duradoura, além do importante apoio da Aliança do Norte, inimiga do Taleban.

Guerra do AfeganistãoEm 2009, apesar da ampliação das tropas da Otan e dos EUA, a violência ganhou relevância com os insurgen­tes do Taleban entrando em combate com as tropas es­trangeiras e com a Aliança do Norte, além da realização de atentados terroristas, chegando a ocupar regiões periféri­cas da capital Cabul.

A divisão tribal do país, a miséria, a fome, a presença de tropas estrangeiras que não eram bem vistas por grande parte da população, o desemprego e o fracasso das políticas econômicas e de segurança do governo favoreceram a ascensão do Taleban, que passou a ganhar rapidamente adeptos, principalmente no sul do país, porção miserável do território na fronteira com o Paquistão. O tráfico de armas, vindas de indústrias no Paquistão, bem como da China e do Irã via Tadjiquistão e Uzbequistão, alimentou o poder militar dos insurgentes.

A partir de 2010, a Otan iniciou o processo de retirada das tropas; em 2011, foi a vez de Barack Obama anunciar a retirada das tropas do Afeganistão. No mesmo ano, Hamid Karzai foi reeleito presidente para um mandato de cinco anos. Outro aspecto importante da política no país foi o assassinato de Ahmed Shah Massoud, líder da Aliança do Norte, morto em um atentado. Também em 2011, o presidente Barack Oba­ma anunciou a morte de Osama bin Laden em consequência de uma operação militar norte-americana na cidade de Abbotabad, próxima a Islamabad, capital do Paquistão.

Depois de perder quase 2 230 soldados e ter aproximadamente 19 950 feridos, os EUA anunciaram o encerramento da campanha militar no Afeganistão em 2014, porém, diante da ascensão militar do Taleban, o governo norte-americano anunciou em 2015 a manutenção de aproximadamente 11 000 soldados até o final de 2016, que, em conjunto com as tropas da Otan, permaneceriam no país em operações antiterroristas contra a Al Qaeda, em treinamento das forças militares locais e na realização de operações militares contra o Taleban. Somente após dois anos, foi anunciada a morte do líder mulá Mohamed Omar. Em 2016, o governo afegão anunciou a morte do novo líder do Taleban, mulá Akhtar Mansour, que foi alvo de operações com drones norte-americanos.

A situação econômica no Afeganistão continua em ruína mesmo após a guerra. A cultura de papoula e o comércio de ópio ainda representam grande parte da atividade econômica. A possibilidade de explorar as reservas de lítio, ferro, ouro, nióbio, cobalto e de outros minerais pode representar uma grande fonte de renda ao país, porém faltam condições econômicas, infraestrutura e estabilidade política para atrair investimentos externos. A riqueza mineral foi descoberta pelos EUA em 2010, sendo avaliadas em USS 1 trilhão. A passagem do gasoduto TAPI (Turcomenistão-Afeganistão-Paquistão-Índia) também representa uma possibilidade a mais em receber investimentos.

Por: Wilson Teixeira Moutinho

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