História

Revolução Socialista e o Nascimento da União Soviética

No início do século XX, a Rússia era ainda um país com resquícios do feudalismo e dominada por um monarca absolutista: o czar. O czarismo garantia que uma minoria pudesse explorar uma imensa população camponesa bastante depauperada.

Os últimos czares da dinastia Romanoff (Alexandre II, Alexandre III e Nicolau II) aperceberam-se, no entanto, da necessidade de modernização da economia russa e ao estabelecerem uma política de desenvolvimento industrial, acabaram por determinar as bases sobre as quais, posteriormente, se assentariam a crítica e a derrubada do czarismo.

Nicolau II, o último czar russo, foi perdendo o prestígio, pouco a pouco, devido a uma desastrada política externa. Duas correntes políticas principais opunham-se ao seu governo: os mencheviques, partidários de uma revolução de caráter liberal e burguês que, na sequência, permitisse a implantação do socialismo; e os bolcheviques, socialistas radicais que defendiam a implantação imediata do poder do proletariado.

A entrada da Rússia na Primeira Guerra Mundial e as constantes derrotas sofridas pelo exército czarista, diante dos alemães, minaram irremediavelmente o poder de Nicolau II. Em março de 1917 foi obrigado a abandonar o trono, substituindo-se a monarquia russa pela república. Um parlamento (Duma) ficava encarregado das principais decisões políticas tendo à frente o menchevique Kerensky.

Os mencheviques, porém, foram incapazes de minimizar as dificuldades herdadas do regime czarista, desgastando-se progressivamente. A manutenção da Rússia na Primeira Guerra Mundial e as sucessivas derrotas constituíram-se nos elementos decisivos para a ascensão da oposição bolchevique, em novembro de 1917.

Lênin tornou-se, assim, o homem forte da Rússia, acompanhado por Trotsky e Stálin. Seu governo foi marcado pela tentativa de superar a crise econômica e social que se abatia sobre a nação, retirando-a da Primeira Guerra Mundial e realizando profundas reformas de caráter sócieconômico.

Contra a adoção do socialismo na Rússia ergueu-se uma violenta reação do mundo capitalista, opondo os russos brancos (mencheviques, czaristas), apoiados militarmente pelas potências europeias, ao Exército Vermelho. Porém os socialistas resistiram às pressões contrárias ao seu novo governo e, em 1921, conseguiram estabelecer-se definitivamente no poder.

Lênin, então, adotou a NEP, uma planificação econômica com determinados elementos capitalistas que visavam reerguer a produtividade nacional e normalizar a economia, viabilizando a consolidação socialista. Em 1922, diversas repúblicas asiáticas e europeias agregaram-se à Rússia, originando a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

A morte de Lênin em 1924 desencadeou uma acirrada disputa pelo poder político entre Trotsky e Stálin. Este conseguiu vencer a proposta trotskista de generalização da revolução socialista pelo mundo e instalou-se no poder, onde permaneceu até 1953. Durante seu governo, Stálin, através dos planos quinquenais, conseguiu transformar a União Soviética numa importante potência mundial. Tais planos representaram a completa socialização da economia soviética.

Por: José Antonio Costa Cintra

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