História

Segunda Revolução Industrial

A partir de 1 870, novas mudanças aconteceram na economia da Europa. As transformações se basearam na descoberta de novas fontes de energia e nos avanços científicos e técnicos. Começava a segunda Revolução Industrial.

Indústrias de ponta

A base dessa segunda fase industrial foram duas novas fontes de energia: a eletricidade e o petróleo, cujo emprego maciço deu-se no século XX. Além das indústrias tradicionais (têxtil, de carvão), que continuaram em expansão, o uso de novas fontes energéticas propiciou o desenvolvimento de três outros setores industriais: elétrico, químico e siderúrgico.

  • A indústria elétrica revolucionou a iluminação (a lâmpada elétrica, grande descoberta de Thomas Edison, substituiu a iluminação a gás), o transporte (trem elétrico, metrô, ônibus elétrico) e as telecomunicações (telégrafo, telefone, rádio).
  • A indústria química ganhou grande impulso com a criação de fertilizantes, produtos sintéticos (tintas e corantes artificiais), explosivos e produtos farmacêuticos.
  • No setor siderúrgico houve notável progresso com a invenção do forno Bessemer, capaz de produzir enormes quantidades de aço a baixos preços. O aço foi responsável pelo grande desenvolvimento na indústria naval e na de armamentos, assim como na arquitetura e na engenharia. Além disso, desenvolveu-se a indústria de outros metais e ligas (cobre, alumínio, níquel e zinco).

Ao mesmo tempo, houve uma mudança radical nos meios de transporte, com o aparecimento do automóvel e do avião, cujo maior desenvolvimento teria lugar no século XX.

Fundição da fábrica Krupp
Fundição da fábrica Krupp em 1873.

Sistemas de produção e venda

Se, durante a primeira Revolução Industrial, a empresa familiar era a forma de organizar a produção pouco mecanizada das pequenas indústrias, na segunda Revolução Industrial foram postos em prática novos sistemas de produção:

  • O processo de trabalho mudou. O engenheiro Frederick Taylor dividiu o trabalho em pequenas tarefas, cuja duração era cronometrada com exatidão. Cada operário se especializava em uma delas (na chamada divisão de trabalho), recebendo um salário proporcional ao serviço realizado.

O trabalho tornou-se mais eficiente, porém também mais mecânico e monótono.

  • Pouco depois, o empresário norte-americano Henry Ford inventou a linha de produção (fordismo), que evitava o tempo ocioso (em que o operário ficava parado) entre uma tarefa e outra. Com essas mudanças, aumentou o número de produtos fabricados por operário, reduziram-se os preços e elevou-se o consumo.
  • Desenvolveram-se grandes empresas que controlavam os mercados e teve início a concentração industrial. Apareceram os trustes e os holdings, grupos formados por várias empresas que procuravam monopolizar um setor da produção e acabar com a concorrência. Assim, em 1890, a Standard Oil, que controlava 90% das refinarias do país, fixava os preços do petróleo nos Estados Unidos.
  • As formas de venda também mudaram. Apareceram os primeiros grandes armazéns, estabelecimentos comerciais de maior porte, e desenvolveram-se novas técnicas de publicidade.

Todas essas inovações, entretanto, provocaram a inquietação entre os trabalhadores, mal remunerados, e entre os pequenos comerciantes e artesãos, que viram arriscada a sua forma de vida tradicional.

Potências industriais

Entre l 865 e 1914, a Grã-Bretanha ainda era a primeira potência comercial do mundo. Contudo, foi aos poucos perdendo a supremacia industrial, uma vez que sua indústria, intimamente ligada ao vapor e ao carvão, adaptou-se com dificuldade às inovações técnicas posteriores, Desse modo, as novas indústrias se desenvolveram mais nos Estados Unidos e na Alemanha.

Em 191 3, os Estados Unidos se transformaram na primeira potência agrícola e industrial do mundo, graças uma vez força de seu mercado interno e às novas pautas de organização da produção, centradas na inovação tecnológica e na concentração empresarial em trustes (fusão de várias empresas).

A Alemanha colocou-se como a líder das indústrias química e elétrica, destacando-se na indústria pesada de ferro, aço e maquinaria. A chave do progresso alemão foi o aumento do mercado interno, graças à unificação, à concentração empresarial e à política militarista.

Por: Roberto Braga Garcia

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