Literatura

Expressionismo

Desenvolveu-se na Alemanha, a partir da década de 1880, em todas as artes, e teve seu auge no cinema europeu das décadas de 1910 e 1920.

O Expressionismo propunha uma distorção do real, numa visão a partir da emoção do artista, em que o “real” é sempre algo desagradável e grotesco. Na captação do absurdo da miséria, da pobreza e da solidão urbanas, o Expressionismo constituiu uma das mais influentes manifestações artísticas do século XX.

O Expressionismo é a manifestação de um mundo em decadência. Lamento e dor, atmosferas de escuridão e insalubridade urbanas, degradação da vitalidade e deformação grotesca do físico e da mente humana — são alguns dos aspectos expressionistas do seguinte poema, de Albert Ehrenstein:

Sofrimento
Como estou atrelado
À carroça de carvão da minha dor!
Repelente como uma aranha
Rasteja sobre mim o tempo.
Cai-me o cabelo,
Encanece-me a cabeça para o campo,
Para lá do qual ceifa
O último segador.
O sono ensombra-me os ossos.
Morri no sonho já,
Erva nascia do meu crânio,
De negra terra era a minha cabeça.

Em poesia, empregaram-se pela primeira vez os versos livres (sem métrica, ou seja: os versos de um mesmo poema não precisam ter o mesmo número de sílabas). Na pintura, a deformação do real é provocada pelas pinceladas fortes e pelas cores intensas.

Quadro O Grito - Arte expressionista

O Grito, de Edvard Munch (1893). Na tela de Munch, que teria empregado o termo expressionismo pela primeira vez, a figura que grita é uma deformação de um ser humano criada, ao que parece, para dar mais intensidade ao movimento do grito. De tão intensa que é essa pintura, parece que ouvimos mesmo o grito de desespero que a figura emite.

Expressionismo no Brasil

Antes da explosão do movimento modernista de 1922, o Brasil teve com Lasar Segall (1891 – 1957) seu primeiro contato com o expressionismo que era a arte mais inovadora feita na Europa.

Em 1924, retornando ao Brasil, Lasar Segall passou a residir definitivamente em São Paulo, a partir daí, sua pintura assumiu uma temática brasileira.

Seus personagens agora são mulatas, prostitutas e marinheiros: sua paisagem favelas e bananeiras, são exemplos as telas mãe preta e bananal. Em 1929, o artista dedica-se á escultura em madeira, pedra e gesso. Mas entre os anos de 1936 e 1950, sua pintura volta-se para os grandes temas humanos e universais, sobretudo para sofrimento e a solidão. São dessa época entre outras as telas: Pragon, Navio de Emigrantes, Guerra e Campo de Concentração.

Anita Malfatti (1896 – 1964), pintora brasileira, teve uma importância muito grande nos acontecimentos que antecederam o movimento Modernista no Brasil de 1922. Nasceu em São Paulo e aí realizou seus primeiros estudos da pintura em 1912. Foi para a Alemanha onde frequentou a academia de Belas Artes de Berlim e entra em contato com o expressionismo alemão. De volta para o Brasil em 1914, realizou sua primeira exposição individual.

Entretanto, sua exposição mais famosa é a de 1917, foi nesta exposição que provocou o artigo de Monteiro Lobato contendo severas criticas à arte de Anita. Nessa mostra figuraram por exemplo: A estudante Russa, O Homem Amarelo, Mulher de cabelos verdes e Caboclinha, Trabalhos que se tornaram marcos na pintura modernista barsileira por seu comprometimento com as novas tendências.

Por: João Paulo Jordem

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