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Paquistão

É um país montanhoso, com clima árido e semi-árido, com exceção da bacia do Rio Indo. Essa é, praticamente, a única área irrigada do Paquistão, própria para a agricultura (trigo, arroz, algodão) e vital para a economia.

Ao longo do Rio Indo, concentra-se a maioria da população, cuja composição étnica é muito complexa, sendo que o islamismo (96% da população) foi o unificador das diversas comunidades.

O Paquistão enfrentou a Índia nas guerras de 1948 (Independência), 1965 (Caxemira) e 1971 (Independência de Bangladesh). Depois do último conflito armado, os dois países acordaram-se sobre a criação de uma zona de cessar- fogo de ambos os lados da fronteira, acarretando na prática, uma divisão territorial e a separação da população local.

Na década de 1980, o Paquistão se manifestou contra a intervenção soviética no Afeganistão. Em meados de 1990, havia aproximadamente três milhões de refugiados afegãos no Paquistão, que apoiou a luta dos mujahidines — grupo de resistência afegão com sede no Paquistão — contra o regime soviético de Kabul.

Ao longo dos anos de intervenção soviética no Afeganistão, os EUA utilizaram o território paquistanês para fornecer armamentos aos grupos rebeldes. Essa situação transformou o Paquistão em um aliado indispensável para a política dos EUA na região, o que se traduziu na concessão de uma importante ajuda econômica norte-americana.

Bandeira do Paquistão

Quando eclodiu o conflito do Golfo Pérsico (1991), o Paquistão se alinhou com os EUA.

Em 1991, o governo paquistanês propôs um plano de reformas econômicas incentivador de investimentos privados. E, também, deu início a um contestado processo de reislamização do país, com a introdução da Lei Shariat (lei islâmica), o que foi encarado com reservas pelos EUA.

Na década de 1990, em 2001 e 2002, por várias vezes a disputa ancestral pelo território da Caxemira quase levou o Paquistão e a Índia à beira de uma nova guerra.

Os progressos do programa de fabricação de armas nucleares do Paquistão provocou pressões dos EUA, que culminaram com o fim (1998) de toda ajuda econômica norte-americana e a suspensão da venda de armas.

Em 1998 a tensão aumentou, quando a Índia promoveu uma série de ensaios nucleares, aos quais o Paquistão respondeu realizando seus próprios testes atômicos.

De 1999 a 2002, a Caxemira foi palco de violentos combates entre as tropas indianas e os militantes islâmicos apoiados pelo Paquistão.

Após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, pressões diplomáticas e grandes compensações financeiras levaram o Paquistão a se converter em um vital e estratégico aliado dos EUA na campanha militar desencadeada contra o regime dos talebãs, no Afeganistão. A aliança com os EUA provocou grandes manifestações de protestos nas ruas das principais cidades do Paquistão.

Madrassas

As madrassas são escolas de orientação muçulmana, que existem desde o início do islamismo. Financiadas por membros da alta sociedade, interessados em difundir os preceitos do Alcorão, as madrassas aumentaram de forma considerável no Paquistão e cumprem papel de destaque na educação paquistanesa ao abrigar filhos de famílias pobres sem acesso a outra forma de ensino.

A maior preocupação são as madrassas sob controle de fundamentalistas, cerca de um terço. Elas são usadas como centros de formação de combatentes para grupos muçulmanos radicais envolvidos na Jihad (guerra santa). Estão, especialmente, sob suspeita as escolas situadas perto da fronteira com o Afeganistão, onde o Talebã tem forte entrada e quase todos os alunos são refugiados afegãos.

O próprio termo Talebã significa estudante, e seus líderes saíram das madrassas.

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