História do Brasil

Plano Cohen

Plano Cohen é o nome dado a um falso programa que tinha como objetivo a derrubada do governo de Getúlio Vargas e que foi atribuído ao Partido Comunista Brasileiro em supostas atuações ligadas às organizações internacionais.

O Plano:

O documento foi apresentado como plano comunista pelo chefe do estado maior do exercito brasileiro, general Góes Monteiro, que em discurso a “Hora do Brasil”, tratava da descoberta de um movimento completamente parecido com a intentona comunista de 1935. A intentona foi uma tentativa de golpe contra o governo de Getúlio Vargas realizado em novembro de 1935 pelo PCB (Partido Comunista do Brasil), em nome da ANL (Aliança Nacional Libertadora).

Na sua fala, em cadeia aberta de rádio, Góes forneciam orientações completas e detalhadas sobre as ações de sequestros que estavam sendo planejados pelos revolucionários. De acordo com ele os alvos seriam os Ministros de Estado, presidente do Supremo Tribunal e os Presidentes da Câmara e do Senado. Estes sequestros eram para acontecer no mesmo dia e serviria para colocar em cheque as autoridades em caso de algum fracasso do plano comunista.

O documento recebe esse nome em homenagem ao líder comunista Bela Kun, ou Bela Cohen, que tinha origem judaica e governava a Republica Soviética da Hungria que fora instalado em 1919.

Ele foi escrito por Olímpio Mourão Filho, que na época era chefe do Serviço Secreto da Ação Integralista Brasileira (AIB), partido que apoiava o Governo Vargas e que tinha orientação fascista. Esta revelação foi feita no começo do Estado Novo, em 1945, pelo próprio Góes Monteiro, que explicou que o Plano Cohen não passou de uma fraude para justificar a permanência de Getulio no poder.

Mourão Filho redigiu o texto simulando uma possível revolução comunista no Brasil. Este documento foi enviado, de forma planejada, à cúpula das Forças Armadas, da qual fazia parte Góes Monteiro, que viu neste um potencial muito grande para enfraquecer de modo drástico os movimentos de esquerda do país, que eram grandes opositores do governo.

O outro lado da oposição, à direita com os Integralistas, em maio de 1938 seria, também, retirada de jogo com a invasão do Palácio da Guanabara.

Dessa maneira, Getulio, fica sem oposição à esquerda e à direita. Abrindo caminho para governar sem incomodo algum.

Consequências:

Como desencadeamento do Plano Cohen, Vargas obteve do Congresso os poderes constitucionais para perseguirem comunistas e opositores políticos. Além disso, da decretação do Estado de Guerra, que ele usaria semanas depois para cercar o Congresso e assim anunciar uma nova Constituição de caráter completamente autoritário. Dando início ao Estado Novo.

Por: Pedro Augusto Rezende Rodrigues

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