Botânica

Tabaco

O Tabaco é uma planta cujas folhas são usadas na fabricação de charutos e fumo de cigarro e cachimbo. As folhas de qualidade inferior são aproveitadas pela indústria de inseticidas e desinfetantes. Os talos e hastes da planta entram na composição de alguns tipos de fertilizante.

O tabaco é um produto agrícola importante em diversos países. Ele contém a nicotina, substância alcaloide que age como estimulante do coração e de outros órgãos.

A nicotina também estimula o sistema nervoso e é considerada uma droga que provoca vício e contribui para a ocorrência de doenças cardíacas e das vias respiratórias e úlceras estomacais.

Acredita-se que o alcatrão, que na verdade é uma mistura de diversas substâncias, produzido pela queima do tabaco, seja um dos principais responsáveis pelo câncer de pulmão em fumantes.

A planta

A maioria dos tipos de tabaco desenvolve-se melhor em climas quentes e em solos férteis drenados. O tabaco pode medir de 1 a 2 m de altura e tem coloração verde-clara a verde-escura. As folhas, de formato elíptico, alternam-se no caule e medem em geral de 40 a 70 cm, podendo chegar até 1 m.

A planta adulta pode produzir cerca de um milhão de sementes por ano, suficientes para plantar 40 hectares de tabaco.

Doenças e pragas

Entre as doenças que podem atacar o tabaco destacam-se a mela e, nas regiões mais frias, o mofo azul. Pulverizações à base de fungicidas controlam essas moléstias.

Quando a planta já está no campo, as doenças mais perigosas são o mosaico e o vira-cabeça, ambos provocados por vírus que atacam as folhas e podem até provocar a morte da planta.

Muitos insetos também atacam o tabaco, entre eles a pulguinha, a lagarta e o gafanhoto. São usados inseticidas para combater essas pragas.

Produtos do Tabaco

Os cigarros contêm misturas de diversas qualidades, origens e classes de folhas e mesmo colheitas diferentes. As misturas asseguram um produto que resiste ao tempo.

Os fabricantes costumavam adicionar preparados adoçantes e aromáticos artificiais, como mel, mentol, alcaçuz e açúcar ao fumo misturado para dar sabor diferente ao cigarro. Em 2012, a Anvisa proibiu os cigarros ‘aditivados’, e a partir da metade do ano de 2013 a venda desses produtos foi totalmente proibida.

O Brasil é o maior produtor de cigarros da América Latina. A produção brasileira é controlada por grandes empresas multinacionais.

A indústria de charutos é quase toda mecanizada, mas os tipos mais caros são feitos à mão. Os charutos mais famosos do mundo são os havanas, de Cuba.

História do Tabaco

Muito antes de Colombo chegar ao Novo Mundo, em 1492, os índios da América já fumavam tabaco em canudos semelhantes ao cachimbo e o usavam em seus rituais. Colombo levou algumas sementes de tabaco para a Europa, onde os agricultores cultivaram a planta como remédio para estados nervosos.

Em 1560, o diplomata francês Jean Nicot – do sobrenome dele originou-se o nome botânico do tabaco, ‘nicotina’ – levou o fumo à França com aplicações terapêuticas. Consumido sob diversas formas (fumo de mascar, rapé, cigarros, charutos e cachimbo), o tabaco já era, no séc. XVII, um vício generalizado em toda a Europa.

No Brasil colonial, a lavoura de tabaco ocupava o segundo lugar em importância econômica, logo depois do açúcar. Levado para a África, o tabaco era trocado por escravos negros.

Na década de 1960, os cientistas revelaram que os produtos do tabaco – particularmente os cigarros – provocam câncer de pulmão, males cardíacos e outras doenças. Alguns fabricantes de cigarros procuraram fazer frente às descobertas médicas, reduzindo o teor de alcatrão e de nicotina de seus produtos. Entretanto, essas medidas foram julgadas insuficientes pelos médicos, uma vez que não eliminaram os perigos ocasionados pelo fumo.

Governos de alguns países, como o dos EUA, passaram a processar a indústria de cigarro para reaver o dinheiro público gasto com o tratamento de doenças ligadas ao tabagismo.

Por: Wilson Teixeira Moutinho