Curiosidades

História do Comércio

O comércio é uma atividade humana presente em qualquer sociedade, tendo evoluído junto com as próprias civilizações. Contudo, a atividade comercial não existiu desde sempre – ela teve origens e atravessou mudanças até chegar ao que conhecemos hoje.

Origem do comércio

Primeiramente, as tribos humanas eram nômades. Viviam sobretudo do que caçavam, pescavam e coletavam na natureza. Uma vez que os recursos se tornavam mais escassos – seja pelo próprio consumo ou pelas estações do ano, o homem mudava de lugar.

Com a Revolução Agrícola, os seres humanos não tinham mais necessidade de migrar com tanta frequência. Grupos e tribos se instalavam em regiões mais férteis, ao redor de rios, lagos ou em planícies de terras mais ricas, e viviam ainda da caça e pesca, mas também plantavam aquilo que consumiam – formando as primeiras aldeias.

Com o tempo, especialmente em determinadas épocas do ano, a produção agrícola – e posteriormente de produtos animais, com a pecuária – por vezes começava a superar o que a própria aldeia precisava consumir. Nesse ponto, surgiram as primeiras relações “comerciais” entre aldeias e tribos, trocando esses excedentes. Surgia o comércio.

Inicialmente, não havia uma unidade monetária. O comércio surge como uma simples troca, e há uma palavra para isso: escambo. Uma aldeia tinha arroz em excesso, então trocava por leite, com outra aldeia cujo gado havia produzido leite demais.

Evolução do comércio

Com o tempo, as trocas comerciais aumentaram e diversos povos passaram a praticá-las. Mais tarde, quando o trabalho com os metais passou a ser feito, no período da Idade dos Metais, ferramentas e objetos feitos por artesão passaram a fazer parte dessa troca. Ou seja, os artefatos produzidos pelo homem também possuíam valor, assim como um preâmbulo da propriedade – casas, tendas e cabanas também podiam ser trocadas.

A antiguidade ainda viu aparecerem os primeiro “caixeiros viajantes” – comerciantes e aldeões que atravessavam longas distâncias para trocar um produto específico por outro.

Imagem com moedas e papéis antigos.

A moeda, como conhecemos, surgiu dessa necessidade. Com o tempo, a humanidade percebeu que viajar dezenas de quilômetros com centenas de quilos de trigo, por exemplo, era algo pouco viável. Contudo, se pudessem associar o valor desse trigo a algo “portátil”, as viagens ficariam mais fáceis.

Do mesmo modo, nessa época surge também o conceito arcaico de um contrato ou título – ou seja, determinada aldeia pagava um valor em metais, por exemplo, e com isso garantia uma promessa de que uma quantidade específica de trigo seria entregue.

As moedas como as conhecemos atualmente, com peso e tamanho exatos e cunhadas, passaram a ser produzidas somente por volta de 2600 anos atrás, embora algumas civilizações antes disso utilizassem bens mais valiosos como forma de troca “portátil”.

Mas o comércio como o conhecemos surgiu por interferência de um povo da antiguidade – o povo fenício, que viveu na região do atual Líbano, no Oriente Médio, e que foi responsável pelo comércio entre vários povos ao longo do Mar Mediterrâneo. Os fenícios ocupavam uma área onde a agricultura não gerava grandes frutos. Contudo, tinham acesso a materiais que dificilmente podiam ser encontrados em outras áreas do Mediterrâneo. Exímios navegadores, os fenícios estabeleceram “missões” ou portos comerciais em diversos pontos do mar, e efetuavam o comércio e o escambo entre civilizações. As técnicas dos fenícios eram tão sofisticadas que eles, já um milênio antes de Cristo, realizavam operações comerciais para terceiros – ou seja, levavam produtos de uma civilização para outra, auferindo parte dos resultados da troca.

A vocação comercial dos fenícios os levou a desenvolver embarcações que modificariam a história e uma das primeiras línguas e alfabetos simplificados. Números e mensagens fenícias podiam ser aprendidas com facilidade por comerciantes de outros povos.

Além dos fenícios, outros que também se destacaram na Antiguidade e realizaram trocas comerciais foram os chineses. Um dos seus produtos que mais chamava a atenção de outros povos era a seda.

Os chineses foram os primeiros a desenvolver grandes rotas comerciais por terra. A famosa Rota da Seda seria utilizada por toda a antiguidade, até quase a época das grandes navegações. Muito antes de portugueses e espanhóis se tornarem os grandes comerciantes do mundo, chineses vendiam seda e outros produtos para toda a Europa, Oriente Médio e África.

Por: Carlos Artur Matos

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