Filosofia

Filosofia Romana

A filosofia romana foi praticamente uma releitura do pensamento grego. Houve uma espécie de “mistura” de várias correntes filosóficas, e em todas elas ganharam destaque as ideias moralizantes.

Tito Lucrécio (c. 96-55 a.C.), em Da natureza das coisas — possivelmente o primeiro texto filosófico em latim — limitou-se a expor o pensamento de Epicuro; Cícero (c. 106-43 a.C.), mais original, mesclou influências da Academia, do Liceu, do Jardim.

Um dos nomes mais destacados dessa época é o de Sêneca (c. 4 a.C-65 d.C.), estoico para quem a filosofia tinha objetivos práticos. Por isso, utilizava ideias de várias correntes filosóficas para compor uma obra que ensinasse o bem viver. Epíteto, ex-escravo, e Marco Aurélio, imperador, também constituíram o pensamento romano.

Somente no século III, em pleno declínio do Império Romano, é retomada a preocupação inicial da filosofia — a busca por um princípio único para tudo que existe. O responsável por essa retomada, também baseada na filosofia grega, é Plotino, fundador da corrente denominada “neoplatonismo”.

Filosofia romana
Lutácio Catulo discutindo a paz com Amílcar, óleo de Jacopo Ripanda (século XVI). Roma, Museu Capitolino. As vitórias nas guerras púnicas levaram Roma a dominar o Mediterrâneo e grande parte da Europa.

Filósofos romanos

Plotino (205-270)

Plotino nasceu em Licópolis, no Egito. Foi discípulo de Amónios, que o fez estudar Platão. Depois da morte de Plotino, Porfírio (233-305), seu discípulo e biógrafo, reuniu-lhe os escritos em grupos de nove e em seis seções, e os chamou de Enéadas.

Marco Túlio Cícero (c. 106-43 a.C.)

Orador, escritor e político romano, escreveu as Catilinárias, peça na qual denunciou a conspiração de Lúcio Sérgio Catilina contra a República.

Opôs-se a Júlio César e a Marco Antônio, a quem combateu com as Filípicas. Entre seus livros, merecem ser lembrados Do oratória (55 a.C), Da República (52 a.C.), Da amizade (44 a.C.), e Da senilidade (ou Saber envelhecer, 44 a.C.), um elogio à velhice.

Tito Lucrécio Caro (c. 96-55 a.C.)

Poeta latino. Pertencia à classe dos cavalheiros, mas permaneceu afastado da política e, aos 43 anos de idade, suicidou-se. Escreveu um longo poema, Sobre a natureza das coisas, de caráter filosófico, no qual expunha as doutrinas epicuristas e atomistas.

Lúcio Aneu Sêneca (c. 4 a.C.-65 d.C.)

Filósofo latino de origem hispânica, educou-se em Roma e em Alexandria.

Foi senador durante o reinado de Caligula e ocupou-se da educação de Nero. Envolvido na conjuração de Piso, cortou as veias, acatando a sentença do imperador. Seu pensamento, ligado à tradição estoica, exerceu notável influência em autores posteriores. De sua obra conservada destacam-se os tratados filosóficos e nove tragédias, entre as quais sobressaem Medeia, Fedra, Edipo e Agamenon.

Por: Roberto Braga Garcia

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