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Geografia do Espírito Santo

Exportações de minério e prospecção e produção de petróleo são os motores do desenvolvimento do Espírito Santo. O estado tem atividade portuária intensa na capital, Vitória.

Aspectos históricos

No ano de 1535, o donatário Vasco Fernandes Coutinho fundou a vila do Espírito Santo, primeiro núcleo populacional capixaba. Em 1551, a necessidade de defesa diante dos constantes ataques indígenas resultou na fundação, numa ilha, de um segundo núcleo, denominado Vila Nova do Espírito Santo (atual cidade de Vitória); assim, o primeiro povoamento tomou-se conhecido como “Vila Velha”.

Foi somente na segunda metade do século XIX que o Espírito Santo começou a ganhar importância no cenário econômico e político nacional.

Essa mudança deveu-se principalmente à expansão da lavoura cafeeira na serra Capixaba – o que levou, aliás, a uma redistribuição demográfica, pois até aquele momento a população concentrava-se no litoral. Em suas pequenas propriedades serranas, imigrantes alemães e italianos cultivavam o café.

No século seguinte, foi a vez das lavouras de cacau ganharem importância; fazendeiros baianos estenderam os limites de suas terras até a divisa do Espírito Santo com a Bahia.

No início do século XXI, a exportação de minérios, a produção de petróleo, a agricultura, a indústria e o turismo impulsionam a economia capixaba.

Geografia física

Mapa do estado do Espírito Santo.Localizado na região Sudeste, o Espírito Santo tem como limites os estados da Bahia (ao norte), Minas Gerais (a oeste e noroeste) e Rio de Janeiro (ao sul); a leste, é banhado pelo Atlântico. Ocupa uma área de 46077,51 km2.

Na geografia do Espírito Santo destacam-se as praias arenosas, cobertas por vegetação rasteira e extensas dunas. A 1.140 km da costa, situam-se as ilhas de Trindade e Martim Vaz. Todas ficam em pleno Atlântico, mas sua administração cabe ao governo capixaba.

Relevo

O relevo apresenta duas unidades bem distintas entre si: a baixada Espírito-Santense e a serra Capixaba.

  • A baixada Espírito-Santense ocupa aproximadamente 40% do território estadual e segue por toda a costa, desde a divisa com a Bahia até o limite com o Rio de Janeiro. É mais estreita ao sul, começando a alargar-se a partir de Vitória, no sentido norte. Sua altitude média é de 40 a 50 m.
  • A serra Capixaba, segunda unidade do relevo, é uma zona montanhosa cortada por vários rios, os quais formam vales profundos. É coroada por maciços montanhosos, como a Serra do Caparaó, onde estão situados os picos do Calçado e da Bandeira, com altitudes que ultrapassam 2700 m. As altitudes tomam-se sensivelmente menores ao norte do rio Doce (principal rio do estado, com 977 km de extensão), onde surgem algumas elevações rochosas denominadas “pontões”.

Hidrografia

Além do rio Doce, que nasce em Minas Gerais, também são importantes os rios Itabapoana, que separa Espírito Santo e Rio de Janeiro, o Santa Maria da Vitória, que desemboca na baía de Vitória, o São Mateus, situado ao norte do estado, o Itapemirim, o Itaúnas e o Jucu.

As lagoas constituem outro capítulo importante na hidrografia. A maior delas, Juparanã, tem 90 km de extensão.

Clima

Quanto ao clima, pode-se dizer que no estado são observáveis o tropical chuvoso (típico do litoral, com temperatura média anual superior a 22 °C), o tropical de altitude (na região serrana, onde a temperatura média anual fica abaixo dos 18 °C) e uma zona de transição ao semiárido ao norte do rio Doce, perto da divisa com a Bahia.

Vegetação

A rica biodiversidade merece destaque. Heranças de um período em que todo o território capixaba esteve recoberto pela floresta tropical, lá estão estabelecidas 17 unidades de conservação, dois parques nacionais, duas áreas de preservação ambiental, seis reservas biológicas, três reservas particulares do patrimônio natural e uma estação ecológica, além de três florestas nacionais.

A população

A população capixaba, em 2018, era estimada em 3.972.388 habitantes. Mais de dois terços viviam na área urbana, sobretudo nas regiões de serras, onde a densidade demográfica chega a 50 hab./km2. Na baixada litorânea, um índice igual ou superior só é encontrado nas proximidades da capital, Vitória.

Etnicamente, segundo dados do PNAD, a população divide-se aproximadamente em pardos (53,3%), brancos (39,3%), negros (7,2%) e indígenas (0,2%).

Cabe ressaltar o forte impacto da imigração. Entre os brancos, aproximadamente 60% têm origem italiana. Há também muitos descendentes de alemães e em menor número, de suíços, poloneses, austríacos, tiroleses, belgas e libaneses.

A economia

As atividades agrícolas, extrativistas e industriais constituem o tripé de sustentação da economia capixaba. A capital ocupa lugar de destaque na exportação nacional de minério de ferro. No setor de extração mineral também são importantes os municípios de Guarapari (produtor da areia monazítica, rica em cério, tório, latânio e titânio) e São Mateus (onde são exploradas reservas petrolíferas na plataforma continental).

A bandeira do Espírito Santo é azul, branca e vermelha com os dizeres: trabalha e confia.
Bandeira do Espírito Santo.

Na agricultura, sobressaem os cultivos de café, arroz, cacau, feijão, cana-de-açúcar, milho e frutas, e na pecuária destacam-se os rebanhos bovinos, tanto de corte quanto leiteiro.

Os segmentos industriais mais importantes são os de produtos alimentícios, madeira, papel e celulose (o estado tem uma das gigantes do setor, que é a fábrica Aracruz Celulose S.A.), têxteis, móveis e siderurgia. No município de Serra, que faz parte da região metropolitana da Grande Vitória, estão instaladas as usinas de pelotização da Vale e a Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST). Desde 2005, a CST está unida ao grupo francês Arcelor, um dos principais do mundo.

Turismo e cultura

A natureza exuberante – com destaque para as praias, lagoas e reservas ecológicas – tem feito o turismo ecológico e de aventura crescer bastante no estado. Pode-se afirmar que, atualmente, essa riqueza nativa e as festas populares são os principais atrativos turísticos do Espírito Santo.

No interior do estado, a presença italiana deu origem a grandes comemorações. São dignos de nota os festivais, como o Internacional de Inverno de Domingos Martins e o de Sanfona e Viola de São Pedro do Itabapoana.

Há ainda as festas religiosas tradicionais, como a de Corpus Christi, que ocorre entre maio e junho. Além do carnaval tradicional, também é famoso o “Vital”, um tipo de carnaval fora de época que acontece em novembro, também em Vitória.

Por: Paulo Magno Torres

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