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Noruega

Monarquia constitucional na península Escandinava. Limita-se ao norte com o mar de Barents, a noroeste com a Finlândia e a Rússia, a leste com a Suécia, ao sul com o estreito de Skagerrak e o mar do Norte e a oeste com o oceano Atlântico. A costa, muito recortada por fiordes e ilhas, estende-se por 21.925 km de comprimento. Sua superfície é de 323.877 km2. Oslo é a capital.

As possessões norueguesas no oceano Glacial Ártico são o arquipélago Svalbard e a ilha vulcânica de Jan Majen; a sudoeste do cabo da Boa Esperança, encontra-se a ilha Bouvet. A Noruega reclama ainda direitos sobre a ilha Peter I e a zona da Antártida conhecida como Terra da Rainha Maud.

Território e recursos

O território norueguês é muito montanhoso com aproximadamente um terço situado ao norte do Círculo Polar Ártico. Sua linha costeira, em proporção com a sua área, é maior do que a de todos os outros grandes países do mundo. Divide-se em cinco grandes regiões: Vestlandet (país ocidental), Ostlandet (país oriental), Trøndelag (região de Trondeim), Nord Norge (Noruega do norte) e Sørlandet (país do sul).

As maiores altitudes dos montes Escandinavos encontram-se no sul da Noruega e separam o Vestlandet do Ostlandet. O Vestlandet é uma zona caraterizada pela descida abrupta das montanhas em direção ao mar. Os fiordes se formaram durante as glaciações quaternárias, com o aprofundamento das massas de gelo nos antigos vales fluviais.

Bandeira da Noruega

 

Em Ostlandet, as encostas orientais das montanhas são mais suaves; é um território de vales e colinas, apropriado para a agricultura. Trondelag, que se encontra ao norte das montanhas mais altas, lembra Ostlandet. No centro, situa-se o grande fiorde de Trondheim, rodeado de terras agricultáveis muito produtivas. O Nord Norge, extensa região de fiordes e montanhas, é a denominada terra do sol da meia-noite. O arquipélago das Lofoten e as ilhas Vesterålen são formados pelos picos glaciais de uma cadeia montanhosa parcialmente submersa.

O Glomma é o rio de maior curso e, com seus afluentes, drena um oitavo da superfície do país. Na Noruega, são numerosos os lagos de origem glacial; o maior deles é o Mjosa.

O clima é muito mais temperado que o de outros territórios situados na mesma latitude, graças aos efeitos moderadores das águas quentes da derivação do Atlântico norte (uma extensão da corrente do Golfo). As ilhas e terras baixas têm clima marítimo. Os invernos são frescos e os verões apresentam em geral clima temperado. No interior, predomina um clima mais continental. Nas terras altas do Nord Norge, o clima é polar continental, mas as zonas costeiras dessa região têm clima marítimo moderado e a maior parte dos portos, inclusive no extremo norte, não sofre os efeitos do gelo no inverno.

Os bosques cobrem um quarto da superfície da Noruega. Ao sul e a sudoeste, os bosques são de caducifólios como os carvalhos, freixos, aveleiras, olmos, bordos e tílias. Em direção ao leste e ao norte, aumenta o número de coníferas, bétulas, amieiros, salgueiros – chorões e sorveiras. No extremo norte e nas maiores altitudes, predomina a tundra. Com relação à fauna, na parte setentrional e nas montanhas mais elevadas são comuns as renas, as raposas polares, as lebres polares, os lobos e os lemingues. No sul e sudeste, vivem os alces, os cervos, as raposas, as nútrias e as martas. São abundantes os peixes de água doce e salgada.

População e governo

A população é etnicamente homogênea

Os únicos grupos minoritários de certa importância são os sami e um povo de origem finlandesa que vive em Nord Norge. Em 1993, a população da Noruega era de 4.324.815 habitantes, com uma densidade de 13,3 hab/km2, a mais baixa da Europa. Oslo é o principal porto, a capital e o maior centro industrial, tendo uma população de 477.781 habitantes (1993). Outras cidades são Bergen, Trondheim e Stavanger. São reconhecidas oficialmente as duas formas da língua norueguesa: o bokmål (língua escrita), utilizado por 80% da população e o nynorsk (neo-norueguês), falado pelos 20% restantes. Os sami (lapões) falam uma língua uralo-altaica. Cerca de 89% da população pertence à igreja evangélica luterana da Noruega. Existem grupos pentecostais e de outras facções protestantes (11%).

A Noruega é uma monarquia constitucional e parlamentarista de caráter hereditário. A Constituição foi promulgada em 1814. O rei detém o poder executivo, embora os seus poderes sejam nominais e as suas funções administrativas sejam exercidas pelo Conselho de Ministros. O rei faz todas as nomeações governamentais por indicação do partido que tem a maioria parlamentar. O Parlamento, denominado Storting, é a autoridade legislativa.

Economia

Em 1994, o produto interno bruto era de 123,3 bilhões de dólares. Apesar de a economia norueguesa basear-se na livre empresa, o governo exerce um controle considerável. A Noruega tem um dos níveis de vida mais altos do mundo: a renda per capita em 1992 era de US$27.524. O peso da agricultura não é muito expressivo nem na população ativa nem no produto interno bruto. Em Østlandet e Trøndelag, cultivam-se cereais; as regiões de Vestlandet e Nord Norge são especializadas em pecuária bovina.

A Noruega tem uma das indústrias pesqueiras mais importantes do mundo e desde o início da década de 1970 desenvolve atividades de piscicultura (sobretudo com salmão de rio e mar). Em 1993, a Noruega recusou-se a aceitar a proibição da pesca de baleias de 1988, argumentando que essa espécie não se encontrava ameaçada. Os principais recursos minerais da Noruega são o petróleo e o gás natural, extraídos das grandes reservas da plataforma continental do mar do Norte. São modestas os seus recursos minerais de ferro, cobre, zinco e carvão. As indústrias eletroquímicas e eletrometalúrgicas constituem o segmento mais importante do setor secundário. A construção naval, tradicionalmente importante, esvaziou-se de forma drástica a partir do final da década de 1970 devido a problemas financeiros.

A unidade monetária é a coroa

História

Durante a I Guerra Mundial, a Suécia, a Noruega e a Dinamarca acordaram em declarar-se neutras, política que se prolongou depois da guerra. A depressão de 1929 afetou profundamente a Noruega. O Partido Trabalhista ganhou o poder em 1935 e continuou a política de moderação e liberalismo. Apesar de sua neutralidade no início da II Guerra Mundial, em 1940 as forças alemães invadiram a Noruega. Vidkun Quisling, dirigente da União Nacional, proclamou-se chefe do governo. O rei Haakom e seu conselho de ministros se retiraram para Londres. Os líderes políticos se negaram a cooperar com o comissário alemão Josef Terboven, que dissolveu todos os partidos e anunciou a abolição da monarquia. Essas e outras medidas enfrentaram a resistência maciça dos noruegueses. Em maio de 1945, as forças alemãs se renderam e Haakom regressou do exílio. Para castigar os colaboracionistas, restaurou-se a pena de morte, abolida desde 1876.

O Partido Trabalhista obteve a maioria nas eleições gerais de 1945 e se manteve no poder durante os vinte anos seguintes. Sob sua administração, a Noruega consolidou-se como um dos estados cujo bem-estar social é um dos mais avançados do mundo. Foi membro fundador das Nações Unidas (ONU) e seu ingresso na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) pressupôs o abandono de sua tradicional neutralidade. Em 1959, a Noruega assinou, como membro fundador, o acordo da Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA).

Nas eleições de 1961, o Partido Trabalhista perdeu a maioria que mantinha desde 1935. Em 1965, foi derrotado nas eleições gerais, e o rei Olavo V, sucessor de Haakom VII, pediu ao chefe da coligação das forças conservadoras que formasse o governo. Mas a política econômica não sofreu grandes mudanças, e desde então coligações de partidos conservadores se alternam no poder. Em 1970, a Noruega solicitou o seu ingresso na Comunidade Europeia (atual União Europeia), o que criou forte dissensão entre os políticos. Os noruegueses, no referendo de 1972, não avalizaram esse pedido, forçando uma nova mudança de governo.

O rei Olavo V morreu em janeiro de 1991 e foi sucedido por seu filho, Harald V. Em 1994, o Parlamento Europeu aprovou o ingresso da Noruega, da Suécia, da Finlândia e da Áustria na União Europeia (UE), mas, em novo referendo, os noruegueses rejeitaram pela segunda vez a sua entrada na UE.

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