Química Geral

A química do papel, da árvore para o caderno

Muitas vezes ficamos a pensar em como muitas coisas são feitas. Uma delas na qual sempre fico a me perguntar é como o papel é feito? Da onde veem essa folha que é usada na escrita e a impressão, para a embalagem e empacotamento, e para numerosos fins especializados, como a fabricação de materiais de construções. Boa essa é uma dúvida comum, e que nem sempre as pessoas conseguem explicar direito.

Quando perguntamos a alguém como o papel é feito, na maioria dás vezes a resposta é que ele vem do corte das árvores. Mais o que realmente queremos saber não é da onde ele veem, e sim como ele se é feito.

O papel na verdade é feito de celulose, que nada mais é que a fibra de plantas. A celulose sim, é feita através do corte das árvores. As árvores são trituradas e a polpa é colocada em ácido.

Na fabricação manual de papel, a matéria-prima, sendo ela palha, folhas, cortiça, tecidos ou outros materiais fibrosos, são colocados numa tina ou recipiente com água e esmagada para separar as fibras. O material líquido, chamado pasta primária, está pronto para fabricar o papel.

A principal ferramenta do papeleiro é o molde, uma tela metálica reforçada. Esse molde é colocado num bastidor móvel de madeira, e deixado numa tina cheia da pasta. O molde é agitado em todos os sentidos, o que produz dois efeitos: distribui de forma uniforme a mistura sobre a superfície e faz com que as fibras se entrelacem, proporcionando resistência à folha. A seguir, deixa-se o molde descansar, com a folha de papel molhado, até que esteja com suficiente consistência para poder retirar o bastidor. Depois se deposita suavemente a folha de papel sobre uma capa de feltro.

Quando já se tem várias folhas de papel alternadas com feltros, coloca-se a pilha numa prensa hidráulica com grande pressão, para expulsar a maior parte da água que fica no papel.

A etapa final é a secagem. O papel é colocado num secador especial até que a umidade se evapore quase por completo. Os papéis que vão ser usados para escrita exigem um tratamento adicional depois da secagem, para que não absorvam a tinta.

O processo de fabricação mecânica é bem mais complicado. A primeira etapa é o preparo da matéria-prima.

Os materiais mais usados hoje em dia são os tecidos de algodão ou linho e a polpa de madeira. Atualmente, mais de 95% do papel é fabricado com celulose de madeira. A maior parte é produzida em máquinas Fourdrinier. O núcleo dessa máquina é uma correia de tela metálica que se move horizontalmente. A polpa diluída cai sobre a correia, que circula sobre uma série de engrenagens. Bombas de sucção aceleram a secagem do papel, e a correia se move de um lado para outro para provocar o entrelaçamento das fibras.

Pode-se utilizar restos de papel e de papelão como pasta de papel; dessa forma consegue-se uma grande economia de energia no processo de fabricação da pasta virgem, com a vantagem adicional de dispensar a utilização de madeira das florestas.

Atualmente, a maior parte dos papéis (cerca de 95%) é feita a partir do tronco de árvores cultivadas; as partes menores, como ramos e folhas, não são aproveitadas, embora as folhas e galhos possam também ser utilizados no processo. No Brasil o eucalipto é a espécie mais utilizada, por seu rápido crescimento, atingindo em torno de 30m de altura em sete anos.

Mas o papel, tal como o conhecemos hoje, teve origem na China: misturando cascas de árvores e trapos de tecidos. Depois de molhados, eram batidos até formarem uma pasta. Esta pasta, depositada em peneiras para escorrer a água, depois de seca tornava-se uma folha de papel.

Ainda hoje os trapos de algodão e linho são utilizados por alguns países na fabricação de papéis resistentes, como o papel-moeda.

Os árabes assimilaram a técnica e a espalharam na Península Ibérica, quando a conquistaram. Os demais países europeus só a conheceram por volta dos séculos XIII e XIV.

Graças ao trabalho de copiar manuscritos, na Idade Média, em formas artesanais de papel, foi possível conservar os mais importantes registros da história da humanidade até então. Com a invenção da “imprensa”, permitindo a impressão por linotipos em papel, a disseminação da informação passou a ser muito mais veloz e acessível a todos, e a Revolução Industrial impulsionou ainda mais essas mudanças; hoje o papel talvez seja o produto mais utilizado e corriqueiro.

BIBLIOGRAFIA

– www.google.com.br
– www.aracruz.com.br
– www.cafebandeira.com.br
– www.radiobras.gov.br

Por: Bianca Mocsanvi

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