Religião

As Castas na Índia – Sistema de Castas Indiano

Na Índia, durante milhares de anos, existiram as castas. Dizem que quando Brahma, o deus criador, fez o primeiro homem, de sua boca surgiram os sacerdotes (brâmanes), de seus braços os guerreiros (kshatriyas), de suas coxas os agricultores, comerciantes e criadores de gado (vaishyias) e de seus pés, os servidores (shudras).

Além das castas principais existem mais de 2 mil subcastas que se diferenciam por profissões, por pertencerem a um território determinado e outros fatores.

Embora a discriminação seja cada vez menor na atualidade, a separação de castas continua sendo muito forte quando se definem os matrimônios.

Fora da divisão das castas ficam os intocáveis, chamados párias. Os párias não podiam se mesclar com as demais castas nem entrar em seus templos até 1950, ano em que essa discriminação foi proibida. Na atualidade, há na Índia párias que foram eleitos governadores de estados e ministros.

Os párias eram chamados também de intocáveis porque as pessoas das demais castas não podiam ter contato com eles, sob risco de contaminação. Esse sistema é um modo terrível de desprezo e um dos grandes problemas do hinduísmo, que tem levado muitos a abandonar essa religião e tornar-se, por exemplo, muçulmanos.

Os intocáveis careciam de lugar dentro da ordem superior da sociedade, sendo inclusive obrigados a viver fora dos limites das aldeias. Viviam precariamente, realizando tarefas servis e contaminadoras, como trabalhar o couro ou varrer os excrementos das aldeias. Na atualidade há leis na Índia que proíbem a “intocabilidade”.

Diferença entre as castas na Índia.
À esquerda crianças párias em Nova Delhi, Índia. À direita festa dos Elefantes, Rajastão, Índia. As diferenças entre castas na Índia permitem que se vejam contrastes de imagens como estas.

Gandhi era totalmente contrário à discriminação que os párias sofriam. Dizia que não era correto que a religião justificasse algo tão desumano, posição muito coerente e de acordo com a ahimsa (não-violência), a convivência pacífica e a tolerância, que sempre defendeu.

Por: Roberto Braga Garcia