Religião

Religião dos Vikings

Dentre as religiões dos povos germânicos, a mais conhecida é a dos vikings, que se converteram ao cristianismo tardiamente, há cerca de mil anos.

Uma religião de guerreiros

Em razão dessa proximidade no tempo, conservaram-se livros completos nos quais se contam seus mitos e sua religião: são as eddas e as sagas.

A guerra é uma ocupação muito importante entre os germânicos em geral e entre os vikings em particular. Morrer em combate era para eles a maior honra, porque acreditavam que iriam para um além melhor que as demais pessoas.

Segundo a mitologia, os guerreiros seriam levados por gênios na forma de mulheres, as chamadas Valquírias, ao Walhalla, a residência de Odin, um enorme palácio com mil portas. Ali deveriam esperar, entre combates e festas, a chegada de Ragnarok. Esse momento era o do combate final, no qual lutariam junto a seu deus contra as forças do mal, capitaneadas por Loki, que tentariam destruir o mundo.

Para os vikings, esse combate do fim do mundo não poderia ser detido, pois assim determina o destino, do qual nem sequer os deuses, apesar de todo seu poder, podem escapar. O destino é a maior força sobrenatural nessa religião.

A árvore Yggdrasill

Para os vikings, os três níveis do cosmos estavam conectados por uma árvore chamada Yggdrasill. Dela brotavam três fontes: a do saber, a do destino e a da qual nasciam todos os rios da Terra.

Sob sua sombra, os deuses celebravam sua assembleia. Mas, desde seu nascimento, essa árvore estava condenada à morte, já que suas raízes eram roídas por uma serpente e quatro cervos comiam suas folhas.

O universo estava dividido em três mundos que se situavam em tomo dessa árvore. Em Midgardr, a Terra Média, habitavam os homens. Os deuses viviam em Asgardr, ao passo que os seres monstruosos estavam em Utgardr, um grande deserto de gelo. A crença viking dizia que, quando Yggdrasill caísse, chegaria o fim do mundo.

Os habitantes de Utgandr se preparam para o Ragnarok, a grande batalha do fim do mundo, que se produzirá depois de um inverno que durará três anos, depois do que o Sol e a Lua serão tragados por lobos. Então, os senes de Utgandr atacarão Midgardr e Asgardr. Os únicos sobreviventes do Ragnarok serão o fogo e um casal de humanos, Líf e Lifthrasir, que deverão se esconder em Yggdrasill. Eles serão encarregados de repovoar o mundo.

O culto às árvores, ou dendrolatria, é um aspecto muito comum em diferentes culturas. Podem ser consideradas árvores da vida ou eixos do mundo.

Os deuses vikings

O principal dos deuses vikings era Odin, soberano de todos eles, senhor da magia, do poder, da poesia e das runas, a escrita dos germânicos. É caolho e anda acompanhado de dois corvos. Monta Sleipnir, um cavalo de oito patas. Sua esposa é Frigg, deusa do amor.

Religião viking.
O Deus viking Odin.

Tyr é o deus dos pactos e da guerra.

Thor é o mais popular dos deuses. Preside a guerra, e sua arma é Mjolnir, um martelo sobrenatural.

Freyr é também é um bom guerreiro e deus da prosperidade, da riqueza e da fertilidade.

Freyja é a deusa da magia.

Njord é o deus do mar, da navegação, do comércio e da riqueza.

Balder é o menor dos deuses: belo, bom, justo, sábio, clemente e grande guerreiro. Morre em um engodo planejado por Loki, mas retomará depois do final dos tempos.

Loki é um deus contraditório. Entrega seu martelo a Thor e seu cavalo a Odin, e consegue que Balder morra. Além disso, será o chefe das forças de destruição no Ragnarok.

Finalmente, Iduna é a deusa da eterna juventude, possuidora das maçãs da vida.

Os seres sobrenaturais

Além dos deuses individuais, havia um grupo de seres sobrenaturais aos quais os vikings rendiam culto, e que eram importantes nos mitos.

Os gigantes (jotnar) eram seres perigosos para os homens e para os deuses, mas também sábios. No Ragnarok, as forças da destruição estarão encabeçadas por eles.

Os anões (dvergar) viviam sob a terra e suas ocupações principais eram a mineração e a metalurgia. Segundo a mitologia viking, os anões possuíam uma sabedoria oculta e sagrada, que lhes permitia forjar armas mágicas para os heróis e objetos muito poderosos para os deuses.

Os elfos tinham uma relação ambígua com os homens, já que podiam provocar enfermidades e, em certas ocasiões, também podiam lhes favorecer.

As nornas fixavam o destino, e suas decisões eram consideradas irrevogáveis. Eram três deusas: Urd, o passado; Verdandi, o presente; e Skuld, o futuro. Residiam nas raízes de Yggdrasill e enlaçavam o destino dos homens e, em especial, o dos heróis, para o que utilizavam fios de ouro.

As disas eram também divindades do destino, fundamentais no nascimento e na tutela de famílias e indivíduos.

Por: Paulo Magno da Costa Torres

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