Resumos de Livros

Em busca do tempo perdido – Marcel Proust

Em busca do tempo perdido é um vasto projeto narrativo que destrincha minuciosamente a vida do autor, Marcel Proust, ao longo de diferentes etapas.

Proust recria uma série de personagens e ambientes de sua época e, mais do que isso, baseia-se em uma concepção de memória relacionada com uma visão filosófica do tempo, na qual as recordações podem pôr no mesmo plano o passado e o presente.

A obra, tanto pelo tema quanto pela forma, revoluciona o romance do século XX.

Resumo da obra

Em busca do tempo perdido é formado por sete volumes.

1. No caminho de Swann

O primeiro volume se ambienta no mundo infantil do narrador e rememora o espaço familiar em Paris, em um povoado chamado Combray.

Ali ele descobre dois ambientes que o fascinam: o de Guermantes, com seu palácio, e o de Swann, um homem mundano que terá detalhados seus encontros amorosos com Odette.

2. A sombra das raparigas em flor

O segundo volume narra as férias do narrador adolescente no balneário de Balbec, com a avó.

Depois de sua primeira experiência sentimental com Gilberte, a filha de Swann, em Balbec realiza seu aprendizado amoroso com Albertine e suas amigas, e descobre seu lado melancólico, quando as expectativas superam a realidade e a felicidade amorosa acaba constantemente adiada; também aprenderá o jogo de fingir indiferença.

3. O caminho de Guermantes

Nesse terceiro volume, o jovem narrador ingressa em um mundo distinto — e fechado — da aristocracia parisiense.

Pintura de alusão aos salões de Paris na época da obra Em busca do tempo perdido.
Um salão parisiense, obra de J. Béraud, 1896.

O romance se ambienta nos salões elegantes frequentados pela nobreza, como o da Marquesa de Guermantes e o da Madame de Villeparisis.

O narrador toma contato com algumas das personagens desse mundo, como Robert de Saint-Loup, parente dos Guermantes, e o barão de Charlus, que lhe revelará sua homossexualidade.

4. A prisioneira

O quarto volume se desenvolve fora de Paris e está centrado nas paixões amorosas de algumas personagens, principalmente o barão de Charlus, que vive um intenso romance com o violinista Morei, e o narrador, apaixonado por Albertine, e que sofre quando sabe das experiências lésbicas que sua amada manteve com a senhorita de Vinteuil.

O romance termina com a firme vontade do narrador de se casar com Albertine.

5. Sodoma e Gomorra

No quinto volume, o narrador vai com Albertine para Paris e a retém em sua casa, esperando poder se casar com ela. No entanto, a relação dos dois é muito tumultuada, já que Albertine faz o narrador sofrer e eles estão sempre para se separar.

Ao sofrimento do narrador se junta a traição que o barão de Charlus sofre nas mãos de seu amado Morei.

6. A fugitiva

No sexto volume, o narrador começa a avaliar, por meio de um excelente músico, a arte como expressão suprema do ser humano. Ele supera o amor por Albertine e quando vai libertá-la descobre que ela fugiu, o que faz ressurgir a paixão do narrador, que aumenta com a morte de Albertine.

Pouco depois, apaixona-se por uma jovem que se revelará ser Gilberte, seu primeiro amor, mas ela se casa com Robert de Saint-Loup, que, segundo descobrirá o narrador, é homossexual.

7. O tempo redescoberto

No último volume, o narrador passa muito tempo com Gilberte, infeliz pelas infidelidades do marido. Os dois amigos relembram juntos a infância, e o narrador percebe como o tempo transformou as pessoas que os cercam.

No entanto, quando se dá conta de que as sensações dos acontecimentos cotidianos, como o som de uma colher no prato, são capazes de acionar a memória, decide reconstruir o passado a partir da recriação artística literária.

Por: Paulo Magno Torres