Geografia

Crosta Terrestre

A crosta terrestre é a parte externa consolidada do globo terrestre. É reconhecida duas zonas que formam a crosta nas regiões continentais.

Divisão

A primeira zona é a superior, chamada de sial (devido ao predomínio de rochas graníticas, ricas em silício e alumínio).

A zona inferior é conhecida por sima, pelo fato de se acreditar que nesta porção da crosta haja a predominância de silicatos de magnésio e ferro.

Acredita-se que a espessura da crosta terrestre (sial + sima) se encontre numa profundidade média de 35 – 50 Km. Esse dado foi conseguido indiretamente, através de estudos modernos na área da geofísica.

Supõe-se que os substratos dos oceanos sejam compostos pelo sima, devido ao fato do sial granítico se adelgar até desaparecer nas margens dos continentes. A crosta na sua porção mais externa, é o local principal que se sucede os fenômenos geológicos possíveis de observação.

Por outro lado, a zona de transição existente entre a parte externa e interna da crosta, é onde se tem o foco das atividades magmáticas e tectônicas profundas.

Há evidências que indicam a inexistência da crosta em determinados planetas. Isso é mostrado através de observações sísmicas realizadas à superfície da Lua e Marte.

Constituição da crosta terrestre

A crosta terrestre é formada por rochas, ou seja, agregados naturais de um ou mais minerais, incluindo vidro vulcânico e matéria orgânica.

Observa-se três tipos de rochas de acordo com sua gênese: rochas magmáticas, metamórficas e sedimentares. A petrologia responsabiliza-se pelo estudo sistemático das rochas.

Através de pesquisas, realizou-se um balanço sobre a percentagem em que são encontradas as rochas na crosta terrestre:

  • Sedimentos 6,2%
  • Granodioritos, granitos, gnaisses 38,3 %
  • Andesito 0,1 %
  • Diorito 9,5%
  • Basaltos 45,8%

As rochas de origem magmáticas, juntamente com as rochas metamórficas originadas a partir da transformação de uma rocha magmática, representam cerca de 95% do volume total da crosta, ocupando porém 25% da superfície da mesma.

As rochas sedimentares mais as rochas metassedimentares, representam apenas 5% do volume, mas no entanto cobrem 75% da superfície da crosta.

Essas rochas formam uma delgada película que envolve a Terra em toda a sua superfície, originando a litosfera.

Embora exista uma enorme variedade de rochas magmáticas (cerca de 1000), seus minerais constituintes se apresentam em pequenas quantidades, e a participação desse tipo de rocha na formação da crosta é bem reduzida.

Os dados discutidos anteriormente referem-se a toda crosta. No entanto, se fossem pesquisados separadamente continentes e oceanos, ter-se-iam, quanto a derivação das rochas magmáticas, dados interessantes como: 95% das rochas intrusivas pertencem à família dos granitos e granodioritos e se encontram nos continentes; já 95% das rochas efusivas são basálticas e mais frequentemente presentes no fundo dos oceanos.

Com isso, pode-se concluir que as rochas magmáticas existentes nos continentes possuem essencialmente material granítico, e que as rochas magmáticas existentes no fundo dos oceanos são formadas basicamente de material basáltico, sendo quase isentos da camada de material granítico (sial). O basalto é uma rocha derivada do manto superior (regiões profundas da crosta).

Os granitos são rochas formadas em profundidade, através da transformação de rochas que já estiveram na superfície. As rochas de superfície de alguma forma vão se acumulando em grossas camadas nas profundezas da crosta e, sob o efeito de grandes pressões e aquecimento, transformam-se em rochas metamórficas e posteriormente em granitos, seja por refusão ou por metamorfismo granitizante. Esse fenômeno ocorre nos geossinclinais.

Como esses dados são obtidos?

A constituição química da crosta diz respeito aos vários elementos químicos que a compõem. Para se ter conhecimento de tais elementos, é necessário identificar o volume e a composição das rochas presentes na crosta.

Para a identificação dos componentes químicos da crosta, é lançado mão de algumas técnicas, como exemplo, a metodologia de Clark e Washington, que consiste em se tirar a média ponderada de numerosas análises de rochas e em seguida montar uma tabela dos elementos encontrados e suas respectivas percentagens.

Autoria: Silmara Patricia Vogt

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