História

França Antártica

Os franceses estiveram presentes no Brasil desde os primeiros anos do período pré-colonial, contrabandeando pau-brasil. Contudo, em 1555, um grupo de franceses huguenotes (protestantes), liderado por Villegaignon e Coligny, fundaram uma colônia francesa na região do Rio de Janeiro conhecida como França Antártica.

Os objetivos desse grupo eram iniciar a dominação francesa no Brasil, entrar na exploração mercantil de nossas riquezas e dar abrigo aos protestantes perseguidos, na França, pelo governo católico.

A invasão francesa ao Rio de Janeiro, entre 1555 e 1567, está estreitamente ligada ao Tratado de Tordesilhas, visto que os reis da França não aceitavam a divisão do mundo entre espanhóis e portugueses.

França Antártica
Mapa da França Antártica feito pelos franceses da época e a Baía de Guanabara.

Em novembro de 1555, uma expedição de 600 pessoas, constituída de católicos, protestantes e criminosos recrutados nas prisões francesas, aportou na Baía da Guanabara, sob o comando do almirante Nicolau Durand de Villegaignon. O local escolhido para sede da colônia foi a ilha de Sergipe, hoje denominada Villegaignon, onde, com o apoio dos índios,  foi construído o Forte de Coligny.

Os franceses trataram de se aliar aos índios locais. Fazendo contrabando de pau-brasil, os franceses negociavam diretamente com os indígenas. Para facilitar esse contato, procuraram conhecer e assimilar os seus hábitos, o que ajudou a realizar a aliança com os tupinambás, indígenas que habitavam o litoral e que haviam se tornado inimigos dos portugueses, especialmente quando estes passaram a escravizá-los, no início da colonização do Brasil.

Os colonos franceses se aproveitaram disso na sua luta contra os portugueses pela posse do Brasil. Aliaram-se aos índios que haviam feito uma revolta, a chamada Confederação dos Tamoios, e ameaçavam atacar as feitorias e os postos lusitanos do litoral.

Prevendo o desastre que seria um levante de índios aliados às tropas francesas que ocupavam o Rio de Janeiro, os jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta procuraram negociar a paz. Ofereceram-se como reféns dos índios e, durante três meses, negociaram com eles, até convencer o cacique Kunhambebe a depor as armas.

A expulsão dos franceses

O processo que levou os portugueses a expulsar os franceses do Rio de Janeiro se deu em várias etapas e com inúmeros conflitos, inclusive entre os próprios franceses.

Já em 1556, devido à austeridade de vida imposta por Vil­legaignon, alguns colonos franceses se suble­varam e tentaram matá-lo, mas foram reprimi­dos. Apesar de insistentes pedidos, o governo da França enviou apenas três navios, em 1557, para ajudar na guerra contra os portugueses.

Em 1560, Mem de Sá organizou a primeira ofensiva contra o invasor, aliando-se aos tupiniquins e valendo-se das desavenças religiosas entre os franceses.

A partir de 1563, o governador-geral, Mem de Sá, percebendo que não seria fácil expulsar os invasores, enviou seu sobrinho, Estácio de Sá, a Portugal para buscar ajuda. Em 1565, Estácio de Sá e mais 200 portugueses desembarcaram no Rio de Janeiro e, no dia 1º de março, fundaram a povoação de São Sebastião do Rio de Janeiro para servir de base às suas tropas.

Começava, então, uma luta que duraria dois anos até que, em janeiro de 1567, os franceses foram definitivamente expulsos do Rio de Janeiro. A povoação fundada em 1º de março de 1565 deu origem à atual cidade do Rio de Janeiro.

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