História

Monarquia Romana

A primeira forma de governo que Roma conheceu foi a monarquia ou realeza. Durante esse período, a cidade-Estado teve sete reis, sendo que dois deles eram de origem latina, dois eram sabinos e três etruscos.

Origens

As origens da cidade são lendárias. O poeta Virgílio conta na Eneida que os romanos descendiam dos troianos. Diz que Enéas sobreviveu à destruição de Troia e com seus amigos cruzou o Mediterrâneo em direção à Planície do Lácio. Seus descendentes teriam fundado Alba Longa e depois Roma.

Historicamente, a interpretação mais plausível diz que Roma era uma povoação de origem albana, construída às margens do Tibre para defender a região das incursões dos etruscos, que habitavam ao norte do Lácio.

Economia e sociedade

A monarquia romana foi um período de grandes transformações, como a drenagem de pântanos, o que possibilitou a ampliação das terras agricultáveis, o crescimento do comércio e do artesanato. O desenvolvimento provocou em Roma algo semelhante ao que ocorreu na Grécia, à época da crise dos genos. Os paters e seus familiares, de origem latina, passaram a ocupar as melhores terras, dando origem à propriedade privada, o que significou a desintegração das pequenas comunidades gentílicas.

Dessa forma, os paters, agora grandes proprietários rurais, deram origem a uma aristocracia de nascimento – os patrícios –, que passaria a reivindicar um poder político equivalente ao seu poder econômico. O restante da população, que não possuía a origem aristocrática do patriciado, era constituído pela plebe, isto é, homens livres, mas sem direitos políticos, e pelos clientes, pessoas que se colocavam na dependência de uma família patrícia para obter proteção em troca da prestação de serviços.

Lendas

Toda a história da monarquia romana é baseada em lendas. O Rapto das Sabinas conta a integração com os sabinos, vizinhos de Roma. A luta dos Irmãos Horácios contra os Curiácios refere-se à vitória de Roma sobre Alba Longa. A existência de sete reis, dos quais dois eram latinos, dois sabinos e os três últimos etruscos, mostra que Roma foi dominada pelos etruscos. Finalmente, a lenda da casta Lucrécia, virtuosa romana violada pelo filho do último rei etrusco, Tarquínio, o Soberbo, justifica, em termos morais, a queda da Realeza e a proclamação da República.

Fim da monarquia romana

Até ao advento dos reis etruscos, Roma era governada por soberanos que dependiam do Conselho dos Anciãos, órgão composto exclusivamente por patrícios. Suas decisões eram aprovadas pela Assembleia Tribal ou Curiata (patrícios e plebeus). Os reis etruscos marginalizaram o Conselho, governando de forma despótica.

O crescimento econômico e social dos patrícios levou-os ao desejo de abarcar o poder político. Além disso, havia uma grande insatisfação tanto dos patrícios quanto dos plebeus em relação ao governo despótico do rei Tarquínio, o Soberbo, de origem etrusca. Dessa forma, patrícios e plebeus se uniram numa grande revolta, em 509 a.C., e destronaram Tarquínio. A monarquia foi extinta e no seu lugar foi criada uma forma de governo conhecida como república (do latim res publica, que significa “coisa do povo”).

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