Artes

Piano

Instrumento musical munido de teclado que abrange sete oitavas e permite a execução de acordes, melodias e arranjos de qualquer obra musical.

O piano faz uso de princípios científicos, tais como os que governam a vibração de cordas metálicas retesadas e os que envolvem a produção do som. Os pianistas podem tocar como solistas, como parte da orquestra ou como parte de pequenos conjuntos camerísticos (música de câmera).

Partes e componentes do piano

O piano possui quatro elementos essenciais: as cordas, o mecanismo, a caixa de ressonância e a caixa externa. As cordas geram sons quando percutidas por martelos revestidos de feltro. O pianista controla os martelos por meio de um mecanismo que contém uma série de 88 teclas. A caixa de ressonância amplifica o som produzido pela vibração das cordas. A caixa externa é o envoltório de todo o piano.

Cordas

Um piano tem cerca de 230 cordas de aço afinadas correspondendo às 88 teclas. Cerca de 58 notas, chamadas uníssonos, têm três cordas cada e quase todas as outras possuem duas cordas.

A extensão vibratória de cada corda é calculada de acordo com leis da Física para determinar a escala ou padrão tonal do piano. A corda mais curta, no setor de sonoridade aguda, tem cerca de 5 cm de comprimento. A corda mais comprida, no setor dos graves, pode chegar a 2 m de comprimento.

O padrão tonal determina as características sonoras do piano, embora as cordas também reajam diferentemente em seu conteúdo harmônico, dependendo da força com que são percutidas.

Mecanismo

O Mecanismo permite que o pianista obtenha as sonoridades mais diversas e produza sons rápidos ou lentos, suaves ou fortes.

Teclas de um piano.Quando o pianista toca uma tecla, esta põe em movimento um sistema de alavancas que aciona um martelo. O mecanismo lança o martelo no sentido da corda e depois solta-o. O martelo bate na corda em um movimento rápido e volta imediatamente. Quando o pianista solta a tecla, uma peça do mecanismo, chamada abafador, pressiona a corda, silenciando-a. Mas, enquanto o executante permanecer com a tecla pressionada, o abafador estará afastado da corda e esta continuará a ressoar. O pianista também pode fazer uso de um pedal, que manterá o abafador afastado de todas as cordas, permitindo que notas sucessivas vibrem juntas, dando maior riqueza à sonoridade.

O martelo consiste em uma cabeça de madeira recoberta por um tipo especial de feltro. Pode ser duro ou macio para proporcionar sonoridades mais variadas. Existem cerca de 4 mil componentes, quase todos de madeira no mecanismo de um piano.

Caixa de Ressonância

A Caixa de Ressonância, uma folha de madeira de aproximadamente 10 mm de espessura, ressoa quando as cordas vibram, intensificando a potência de suas vibrações. As cordas passam por cavaletes (tiras de madeira ligadas à caixa de ressonância) que transmitem suas vibrações à caixa de ressonância.

A Caixa Externa

Em um piano comum, cada corda devidamente afinada exerce uma tensão de cerca de 68 kg. A tensão total de um piano simples, com 230 cordas, é de aproximadamente 15.900 kg. A chapa de ferro e a prancha de madeira da estrutura devem suportar essa tensão.

A invenção da chapa de ferro permitiu aos fabricantes de pianos tirar pleno partido musical das características vibratórias de cordas retesadas ao máximo. Mas a chapa também serve parcialmente para reproduzir e amplificar algumas harmonias geradas pelas cordas acionadas.

Tamanhos e tipos de pianos

Os pianos são classificados de acordo com a forma como as cordas são colocadas. No piano de cauda, as cordas estão dispostas horizontalmente, enquanto no piano de armário estão colocadas verticalmente.

Pianos de Cauda

O piano de concerto é de cauda e tem uma potência sonora apropriada para salas de concerto, medindo aproximadamente 2,70 m de comprimento. É ideal do ponto de vista científico e artístico, mas é também o maior e o mais caro dos pianos. Pianos de meia cauda, medindo em média 1,55 m de comprimento, são mais práticos para uso residencial.

Pianos de Armário

Os Pianos de Armário tomam menos espaço. Uma espineta tem menos de 99 cm de altura, um piano-consolo mede de 99 a 104 cm e um piano-estúdio tem mais de 104 cm de altura. O modelo atual de piano de armário data de 1935.

Como peça de mobília, o piano de armário é mais recente do que o volumoso piano vertical, que às vezes chegava a 1,50 m de altura. Houve época em que o vertical foi muito popular, desempenhando um papel importante no desenvolvimento do piano como instrumento residencial. Outro tipo que gozou de popularidade no séc. XIX foi o piano quadrado, com cordas horizontais.

Pianolas

As Pianolas foram muito populares entre o final do séc. XIX e fins da década de 1920. Eram pianos mecânicos com teclado acionado por meio de pedais movidos pelos pés. Dentro da caixa do instrumento havia um rolo de papel perfurado com as notas correspondentes à notação da música que se queria tocar. Os pedais punham o rolo em movimento e produziam pressão de ar nas teclas, acionando-as.

As pianolas de reprodução fornecem fielmente a interpretação da pessoa que fez o rolo. Antes do advento do fonógrafo, grandes pianistas produziram rolos de pianola e muitas interpretações antigas foram transferidas desses rolos para gravações fonográficas.

História do piano

O piano, como é conhecido nos dias atuais, é o resultado de uma evolução gradativa da qual participaram diversas pessoas. Os antigos inventaram a harpa e a lira, instrumentos em que as cordas eram tangidas com os dedos. Posteriormente, povos do Oriente Médio inventaram o saltério, que consistia em uma série de cordas tocadas por meio de palhetas. Os europeus criaram o clavicórdio, que possuía um teclado para controlar os martelos. O cravo representa um desenvolvimento ainda mais significativo. Possui plectros (dispositivos feitos de couro ou de penas de aves) para tanger as cordas.

Em 1709, um italiano chamado Bartolommeo Cristofori (1655 – 1731) descobriu o princípio de bater com martelos em cordas para fabricar um instrumento de teclado que produzisse sonoridades suaves ou fortes pelo toque dos dedos. Deu à invenção o nome de gravicembalo col piano e forte, ou cravo com pianoforte. O invento de Cristofori veio ao encontro dos crescentes ideais artísticos. No entanto, o cravo permaneceu como o instrumento musical predominante no séc. XVIII. Johann Sebastian Bach não gostava do piano de sua época e preferia compor para o cravo. No final do séc. XVIII, John Broadwood descobriu que quando o martelo batia em um ponto errado da corda prejudicava o conteúdo harmônico ou a boa qualidade do som. Outro desenvolvimento importante foi a invenção da corda de piano feita de aço.

Os martelos de Cristofori eram peças achatadas de madeira recobertas com couro. Na década de 1840, o feltro passou a ser usado e na década de 1870 foi descoberto um novo processo para colá-lo. Outro desenvolvimento foi o escapo duplo de Sébastien Érard, uma forma de fazer o martelo voltar a meio caminho da corda, enquanto a tecla está sendo pressionada.

Aproximadamente em 1822, o norte-americano Alpheus Babcock, da Filadélfia, inventou uma chapa de metal fundido para os pianos quadrados. Outro norte-americano, Jonas Chickering, fabricou, em 1840, um piano de cauda com uma chapa fundida em uma só peça. John Isaac Hawkins produziu o primeiro piano de armário (ou vertical) em 1800 e o mecanismo inventado pelo inglês Robert Wornum em 1826 tornou esse tipo executável.

A firma Steinway & Filhos, estabelecida em Nova York, criou o sistema de cordas sobrepostas, no qual as cordas maiores do grave estendiam-se no sentido transversal sobre as cordas do agudo. As mais longas criavam uma sonoridade de melhor qualidade.