Desenvolvimento

Fertilização In Vitro

A fertilização in vitro consiste em técnica de procriação assistida mediante a qual se reúnem, extracorporeamente, num tubo de ensaio, o material genético masculino e o material genético feminino, propiciando a fecundação e a formação do ovo, cuja introdução no útero da mulher dar-se-á após iniciada a divisão celular.

Sem dúvida, a fecundação in vitro é uma das grandes conquistas da medicina ao longo do século XX. Realmente, trata-se de um processo longo e complexo, que nem sempre termina com êxito.

A esterilidade

Um grande número de casais não pode ter filhos em razão de problemas de esterilidade por parte da mulher, do homem ou de ambos. As causas da esterilidade são diversas:

  • Na mulher, as causas mais importantes derivam de obstruções nas tubas uterinas. Outras causas são relacionadas com problemas de ovulação ou de implantação do embrião no útero, o que dificulta a gravidez.
  • No homem pode se dar em razão da produção de um número insuficiente de espermatozóides ou de alterações em sua morfologia ou motilidade.

Diante de um problema de esterilidade, os casais podem optar pela fertilização in vitro ou, em outros casos, pela adoção.

Como é feita a fertilização in vitro

A primeira etapa consiste em extrair óvulos da mulher, que, previamente, recebeu um tratamento hormonal; posteriormente, os óvulos são fecundados em laboratório. Depois, os embriões obtidos são implantados no útero da mulher, assegurando a nidação de algum deles. É frequente que vários sejam viáveis e que, portanto, a mulher desenvolva uma gravidez múltipla. Os bebês nascidos pela utilização dessa técnica são denominados coloquialmente “bebês de proveta”.

Um programa de fecundação in vitro consta das seguintes fases:

  1. Hiperestimulação ovariana. Consiste em um tratamento hormonal que promove, na mulher, a produção de vários folículos e, portanto, vários ovócitos.
  2. Aspiração folicular. É realizada uma intervenção na mulher por meio de endoscopia, com a finalidade de extrair os ovócitos.
  3. Seleção dos ovócitos. Os ovócitos são observados ao microscópio para localizar os maduros, com os quais se continuará o processo.
  4. Inseminação. Antes de ser usado, o sêmen passa por uma série de transformações similares àquelas pelas quais passaria no sistema genital feminino. Quando está preparado, é colocado em contato com os ovócitos selecionados.
  5. Controle da fecundação e desenvolvimento embrionário. Observa-se atentamente, com a ajuda do microscópio, a ocorrência de fecundação e, depois, o início das divisões que geram células embrionárias.
  6. Transferência embrionária. O embrião é implantado no útero da mulher quando é constituído por quatro ou oito células. Como muitos dos embriões implantados não sobrevivem, são introduzidos vários de uma vez. Isso torna frequente a ocorrência de gravidez múltipla.
Etapas da fertilização in vitro.

Questões éticas

A fecundação in vitro é a solução para a infertilidade de muitos casais, mas não está livre de problemas.

Em primeiro lugar, essa técnica representa certo risco para a mãe. A hiperestimulação ovariana pode ser arriscada e, se são implantados muitos embriões, pode ocorrer uma gravidez múltipla perigosa para a mãe e para os filhos. Também levanta diversas questões de ordem ética, que merecem uma cuidadosa reflexão.

Alguns exemplos de tais questões são:

  • Geralmente são produzidos mais embriões do que os que são implantados. O que fazer com os embriões que não foram implantados?
  • A ciência tornou possível a escolha do sexo do embrião. Isso é legítimo? E se a escolha for feita para evitar doenças genéticas associadas ao sexo?
  • Os embriões podem ser congelados. Por quanto tempo deveriam ser conservados? É ético destruí-los depois?
  • Os embriões podem ser muito úteis para a pesquisa. Deve ser permitido realizar experimentos com embriões?

Para nenhuma dessas perguntas há uma resposta fácil. As respostas devem ser dadas por toda a sociedade.

Autoria: Gilmar Machado

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