Evolução

Especiação

Darwin não nomeou o seu livro de A evolução, mas de A origem das espécies, pois ele queria explicar como se formavam as espécies e como elas se transformavam. Por isso, é importante definir o que é espécie.

Uma espécie biológica é um grupo de indivíduos capazes de se reproduzir entre si em condições naturais e originar descendência fértil.

A Especiação

Qualquer pessoa observadora perceberá que há relações entre as diferentes espécies de seres vivos. Por exemplo, um lobo é mais parecido com uma raposa do que com um leão; um leão, por sua vez, é mais parecido com um puma do que com um lobo. Mas todos eles são mais parecidos entre si se forem comparados com uma zebra: um lobo e um leão têm mais em comum que qualquer um deles com uma zebra.

Por outro lado, todos os animais parecem mais próximos a outros animais que às plantas. Assim, pode-se construir uma “árvore de parentesco” entre as espécies.

Do exemplo anterior, pode-se inferir que os lobos e as raposas tiveram, há muito tempo, antepassados comuns, dos quais descendem ambas as espécies.

Isso é o que afirma a teoria da evolução: todas as espécies descendem de outras anteriores que se transformaram ao longo do tempo e originaram novas espécies. O mecanismo pelo qual aparecem novas espécies a partir de outras anteriores é a especiação.

Em geral, o mecanismo pelo qual se produz uma nova espécie é o isolamento entre populações. Quando os membros de uma população deixam de se reproduzir com os membros de outras populações da mesma espécie, essa população segue sua própria via evolutiva e pode acumular diferenças em relação à espécie originária.

Posteriormente, quando os grupos voltam a entrar em contato, pode ocorrer que a nova espécie substitua a original, que se extinguirá, ou que coexistam ambas. Também pode ocorrer que as diferenças sejam poucas e, ao entrar em contato, ambas as populações voltem a se cruzar, o que indica que não foi formada uma nova espécie.

Mecanismos de Especiação

ESPECIAÇÃO ALOPÁTRICA

É a especiação produzida por isolamento geográfico. Ocorre quando surge uma barreira geográfica, como o mar ou uma cadeia montanhosa, que impede que os indivíduos de diferentes populações se cruzem. Acredita-se ser um mecanismo bastante geral de especiação.

Depois de certo tempo, as diferenças entre os seres das populações são tão grandes que, mesmo colocados em contato, não se reproduzem entre si. Desse modo, cada espécie segue seu caminho evolutivo de modo independente.

ESPECIAÇÃO SIMPÁTRICA

É a especiação que ocorre quando uma espécie, apesar de ocupar um mesmo território geográfico, se diversifica devido a mecanismos que impedem sua reprodução.

Nesse caso, a barreira que impede o cruzamento entre populações ou espécies é a reprodução. Essa barreira pode ser por mecanismos pré-zigóticos ou pós-zigóticos.

  • Mecanismos pré-zigóticos. São os que impedem a formação do zigoto, ou seja, evitam que ocorra o aparecimento deste ou impedem que ocorra a fecundação.
  • Mecanismos pós-zigóticos. São os que permitem o desenvolvimento embrionário do zigoto, uma vez que ocorre a fecundação. Outras vezes, chega a se produzir descendência, mas é estéril, como no cruzamento entre cavalos e jumentos ou canários e pintassilgos.

ESPECIAÇÃO POR MUTAÇÕES CROMOSSÔMICAS

É produzida como consequência de alterações nos cromossomos. Tem sido documentada em algumas plantas. Ocorre quando são produzidos erros na meiose, promovendo variação no número de cromossomos. Isso faz com que a morfologia do indivíduo seja alterada e impede os cruzamentos com os membros da espécie original, podendo, assim, aparecer uma nova espécie. Em alguns casos são produzidos híbridos entre duas espécies próximas, as quais incorporam os cromossomos de ambas.

Existem provas de que esse tipo de evolução tenha originado o trigo cultivado. Nesse caso, ocorreram tanto variações do número de cromossomos como hibridizações. Veja mais em: Mutação Cromossômica.

Por: Renan Bardine

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