Química Ambiental

Chuva Ácida

Grave problema atmosférico com dimensões globais, a chuva ácida refere-se à alta concentração de ácidos na composição da água.

O fenômeno da chuva ácida está presente no imaginário da maioria das pessoas como uma chuva que pode derreter até mesmo o concreto. Porém, não é assim que ocorre; sua corrosão acontece lentamente ao longo de anos sob chuvas que possuem um teor ácido muitas vezes imperceptível pelos seres humanos.

Como a chuva ácida se forma

O pH da água da chuva, já naturalmente ácida, vem alterando-se gradativamente (neutro corresponde a 7 e ácido pode reduzir-se a 1), em função da grande quantidade de poluentes no ar, principalmente os originados da queima de combustíveis fósseis. Considera-se chuva ácida qualquer precipitação com um pH inferior a 5,65.

Desde o princípio, suspeitou-se que existisse relação entre a contaminação atmosférica e a acidez das chuvas. A composição química da água da chuva depende da composição da atmosfera, onde se formam as gotas por condensação, e também das substâncias presentes no percurso das gotas desde a alta atmosfera até o solo.

A precipitação tem a capacidade de incorporar os poluentes existentes no ar. Ao serem liberados para a atmosfera, especialmente na queima de carvão mineral, o dióxido de enxofre (SO2) e o dióxido de nitrogênio (NO2) reagem com o vapor de água, formando o ácido sulfúrico (H2SO4) e o ácido nítrico (HNO3), respectivamente.

Causas

A chuva com teor ácido costuma ocorrer em áreas de grande concentração populacional, indústrias e com altos níveis de emissão de poluentes, como o CO2 e o metano.

As áreas onde a chuva ácida é abundante correspondem aos mesmos lugares que possuem alto grau de dependência do carvão mineral — Estados Unidos, China, Índia e países europeus.

Consequências

Quando ocorre precipitação em forma de chuva ácida, há prejuízo para o solo, as plantações, as florestas, as águas de lagos e rios, além da corrosão de edifícios e monumentos históricos, entre outros.

Consequências da chuva ácida.
Floresta contaminada por chuva ácida devido a proximidade de uma fábrica siderúrgica, na Eslováquia.

Como é possível evitar a incidência de chuva ácida?

Uma das causas da grande concentração de CO2 nas grandes cidades são os motores dos veículos movidos a combustíveis fósseis. O município de São Paulo, por exemplo, possui mais de cinco milhões de automóveis particulares movidos a combustíveis fósseis e, se esses veículos fossem movidos à energia elétrica, por exemplo, tal quadro poderia ser bem diferente.

Outra responsável pela concentração de CO2 é a indústria. Muitas fábricas que se instalam nas grandes cidades e em seus arredores emitem, na queima de produtos químicos e combustíveis, uma fumaça altamente tóxica, a qual, quando se encontra com a as gotículas de chuva, precipita em forma de chuva ácida.

Uma alternativa para alterar esse quadro seria a mudança nos produtos químicos usados pela indústria, além de uma migração de matriz energética, substituindo os combustíveis fósseis por outros que não emitam em sua queima fumaças tóxicas.

Reduzir a utilização de carvão mineral, substituir por outro tipo de recurso com menor teor de enxofre ou, ainda, buscar fontes alternativas de energia são algumas das soluções para diminuir a ocorrência de chuva ácida.

Hoje o Brasil, por exemplo, está entre os cinco países que mais investem em fontes de energia como a eólica, e assim tem diminuído a nossa dependência de combustíveis fósseis, que já não é tão grande como quando nos comparamos com os países ricos.

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