Artes

Arte na Índia

A antiga civilização Hindu teve origem há cerca de 2.300 anos a.C, sendo que esse período primordial da história da Índia durou até, mais ou menos, 1750 a.C. A arte desse ciclo é predominantemente representada por esculturas pequenas, com enorme sentido de monumentalidade e com volume como que dilatados, como se a estátua pudesse expandir-se aos nossos olhos.

Brasões retangulares com figuras esculpidas também são abundantes. Figuras mitológicas, como deuses em posição de yoga e animais são seus principais temas.

A arte desse período já fornece as bases para a da arte posterior. No intervalo entre 1500 a.C e 450 a.C, temos as invasões arianas, o desenvolvimento da cultura védica (com notável destaque para a literatura) e o nascimento de Buda, no atual Nepal (O budismo terá grande influência sobre o mundo asiático).

Pode-se dizer que a conversão para o budismo, do imperador Ashoka (272 – 232 a.c), marcou o início da grande influência dessa religião sobre a arte na Índia. Até hoje identificamos imagens indianas desse período que sobrevivem como verdadeiros ícones do país. As fortificações na Índia, Nepal e Sri Lanka (partes do império hindu na época), construídas por Ashoka em devoção a Buda, são bons exemplos da arte e mentalidade do período. As esculturas em relevo eram comuns nessas construções, utilizando-se da temáticas fornecidas pela cultura védica e pelo intenso urbanismo da civilização. Templos como que cavados em pedra, típicos da cultura indiana, surgem no período.

Arte na Índia

A Era Kushan (30 a.C. a 320 d.C.) foi marcada pela fusão de influências estrangeiras – trazidas principalmente por Alexandre, o Grande, em sua ocupação de parte do país – com a própria cultura nativa. Dessa mistura, surge, por exemplo, a imagem búdica Gandhara, com influências da arte grega. Na imagem búdica de Mathuran, desse mesmo período, já predominam as características nativas altamente desenvolvidas, como ênfase na geometria e volume das formas, criando efeitos para representar o poder e altivez da divindade. A época da dinastia do clã Grupta e um período um pouco posterior a ele (século IV a VI d.C.) é considerada a época “clássica“ da cultura indiana. As conquistas artísticas desse período influenciaram por muito tempo toda a Índia, Nepal, a China, Coreia e o Japão. A principal característica da arte de então é a junção do abstracionismo dos símbolos religiosos com formas e volumes sensuais. A arquitetura alcança grande desenvolvimento, merecendo destaque a construção de templos. Repleto de simbolismo religioso, eram construídos baseando-se em mandalas (“imagens do mundo“ compostas de círculos e quadrados concêntricos).

Templo de Kailasa Nos séculos VII a XII, encontramos uma proliferação enorme de imagens mitológicas e religiosas e grande desenvolvimento das estruturas arquitetônicas características. O templo de Kailasa, escavado em rocha, com sua alta torre central é bastante conhecido. Apesar das invasões muçulmanas terem atingido o norte indiano a partir do ano 1000, o sul do país continuou tendo suas próprias dinastias e arte. O conjunto de templos Minakshi é um bom exemplo da arquitetura do período, com suas coloridas imagens mitológicas. A pintura continuou utilizando-se, de maneira geral, de imagens religiosas, feitas no interior dos templos. A escultura ganha enorme sofisticação, com graça, admirável composição e precisão de detalhes que fazem referência à cultura do povo. No norte indiano, temos templos caracterizados por enormes torres, como demonstra Madhya Pradesh, com seus enormes templos. As esculturas eróticas nas paredes de alguns templos hinduístas (como Khajuraho), coerentes com a ideia da experiência em vários níveis, desde os prazeres terrenos ao autocontrole espiritual também são famosas no ocidente.

O comércio foi responsável pela cultura, religião e arte indiana terem se espalhado por todo sudeste asiático, exercendo enorme influência sobre esses países. Entretanto, a partir do século XIII, as invasões islâmicas intensificaram-se e tiveram força para abalar o desenvolvimento da arquitetura e escultura próprias da região. A pintura, em especial as pinturas em miniatura, por sua vez, desenvolveram-se bastante. Influenciadas pelas técnicas persas, são especialmente famosas as do século XVII e XVIII, com suas cores e detalhes. Era a vez do florescimento da influência islâmica nas construções do norte do país (a partir do século XII), como o famosíssimo Taj Mahal, construído para servir de túmulo para Shah Jahan e sua esposa predileta.

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