Evolução

Adaptação dos Seres Vivos

Ao iniciar o estudo da evolução, é imprescindível entender o significado da palavra adaptação. É comum ouvir a afirmação de que todos os seres vivos que existem atualmente no planeta estão adaptados aos seus ambientes.

Por exemplo: os crocodilianos, como o jacaré-de-papo-amarelo, apresentam os olhos e as narinas localizados na região dorsal do crânio. Quando dentro d’água, os olhos e as narinas dos crocodilianos podem ficar acima da superfície da água.

Essa característica anatômica permite que eles respirem sem maiores restrições enquanto se deslocam no rio.

Ao longo das sucessivas gerações, esses indivíduos da população, cujos olhos e narina estivessem mais bem po­sicionados dorsalmente no crânio, tiveram algum tipo de vantagem, como, por exemplo, aproximar-se da presa sem serem notados. Esses animais caçavam com maior eficiência e deixaram mais descendentes.

O jacaré é um exemplo de adaptação.
Jacarés, crocodilos e gaviais são capazes de manter-se muito tempo quase submersos, pois os olhos e as narinas estão localizados na parte de cima do crânio, permitindo a respiração e o espreitamento da presa.

Assim, adaptação é o resultado do processo de seleção natural e pode ser entendida como a capacidade que um ser vivo tem de sobreviver e se reproduzir no ambiente em que vive.

Origem da adaptação

Se as espécies que vivem hoje no planeta estão adaptadas ao seu ambiente, surge uma dúvida: o que é responsável por essa adaptação?

Uma das maneiras pelas quais os seres humanos tentam explicar a adaptação dos seres vivos ao meio ambiente é denominada fixismo. Por essa perspectiva, as espécies são imutáveis ao longo do tempo e permanecem essencialmente iguais desde seu surgimento.

No fixismo criacionista, as espécies são criadas por uma entidade divina (um criador) já adaptadas ao ambiente.

No fixismo naturalista, as espécies de seres vivos surgem por geração espontânea também adaptadas ao meio. Essa última concepção era a defendida por Aristóteles.

Em meados do século XVII, ganhou força outra visão de mundo, oposta ao fixismo. Nessa concepção, denominada transformismo, os seres vivos mudam ao longo do tempo. Um fator importante para seu desenvolvimento foi a percepção de que o planeta Terra passou e ainda passa por muitas mudanças.

Os cientistas, principalmente geólogos, começaram a notar algumas alterações lentas e outras bastante bruscas, como, por exemplo, o surgimento de uma ilha vulcânica na Islândia, documentado durante a década de 1960. Além disso, hoje, confirma-se uma hipótese, já antiga, de afastamento de massas continentais; Brasil e África, por exemplo, afastam-se alguns centímetros por ano.

Nesse contexto, alguns naturalistas do início do século XIX começaram a elaborar hipóteses acerca da ocorrência de alterações também nos seres vivos ao longo do tempo. A teoria da evolução por seleção natural foi desenvolvida em uma concepção transformista durante

Por: Wilson Teixeira Moutinho

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