Educação Física

Parkour

O parkour é uma atividade física, que pode ser considerada um “esporte radical urbano”, que vem ganhando popularidade no mundo todo. De origem francesa, o que se denota no nome, envolve movimentos de corrida, escalada, saltos, rolagens e é sobretudo praticado em ambientes urbanos.

O próprio nome dado à atividade (em francês, parcours, quer dizer percurso) aponta para o objetivo principal do esporte, que é se deslocar de um ponto a outro, superando as barreiras e obstáculos que estiverem nesse trajeto de formas acrobáticas. Os obstáculos vão de muretas, guias, corrimãos, até grandes saltos e escaladas. Prédios, escadarias, tubulações, tudo vale como desafio para um novo percurso.

Para praticar o parkour é preciso muito cuidado e atenção com a segurança, além de um bom preparo físico. O “fundador” da disciplina, David Belle, teve treinamento e vivência militar na Indochina, nas antigas colônias francesas do Sudeste Asiático. Belle ainda foi bombeiro e era conhecido por suas realizações como ginasta, o que explica o próprio conceito do esporte por ele idealizado.

Além disso, os movimentos realizados no parkour exigem muita técnica. Praticantes de ginástica olímpica ou artística e de artes marciais como o kung-fu possuem mais facilidade para a prática do parkour. O esporte exige força, mas também rapidez e agilidade, além de flexibilidade para desempenhar determinados movimentos.

Homem praticando parkour em um carro abandonado.
Os praticantes de parkour são chamados de traceur, palavra francesa que em português significa “traçador”, neste caso, alguém que traça rotas.

História

Surgimento do parkour

Inspirado no educador físico francês Georges Hebert (1875-1957) e no seu Método Natural de Educação Física, o também francês David Belle, nascido em 1973 no Sena Marítimo, na Normandia, desenvolveu a prática que hoje conhecemos como Parkour. Belle foi muito influenciado por seu pai, Raymond Belle, também conhecido por suas proezas atléticas e por sua carreira militar.

Parkour como esporte

O Reino Unido foi o primeiro país do mundo a reconhecer o parkour como um esporte, e esse reconhecimento pode ser acompanhado por outros países em breve. Não obstante, o parkour já era comum e conhecido em grupos que o praticavam nas principais cidades do mundo.

Em países de língua inglesa, o parkour pode também ser conhecido por freerunning. Difundido na era digital com facilidade, o parkour ganhou inúmeros adeptos a partir de vídeos postados no Youtube, mostrando atletas da modalidade realizando percursos inusitados em várias cidades do mundo.

A história do parkour no Brasil ainda está engatinhando, tendo a prática chegado ao país no início dos anos 2000. Já é possível encontrar grupos de praticantes com alguma facilidade em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, mas o esporte carece ainda de qualquer caráter oficial, não sendo necessariamente reconhecido como uma prática esportiva tradicional.

Homem praticando parkour em uma escada.

Movimentos do parkour

Equilíbrio

O praticante de parkour precisa equilibrar-se em superfícies estreitas para realizar movimentos. Corrimões, tubulações, guias e muretas são usadas como pontos de “parada” para a realização de novos movimentos, e o atleta precisa estar confortável neles para pensar e realizar seus movimentos seguintes.

Rolamento

Rolamento simples com a intenção de amortecer a chegada ao solo. Comum em artes marciais, o rolamento impede que as juntas do corpo e os ossos dos membros recebam a totalidade do impacto em uma queda, além de criar impulso e dinâmica para o movimento seguinte.

Salto para subir

Ação do praticante de superar um obstáculo saltando e utilizando principalmente os membros superiores. Também chamado de subida. Em um muro, por exemplo, o praticante salta e agarra no topo da edificação com os braços, realizando uma flexão para subir na parede e alcançar a próxima plataforma.

Salto a distância

Salto após um movimento de aceleração, de um ponto a outro, muitas vezes utilizado para superar vãos ou fendas, por exemplo, e que normalmente termina com um rolamento. Vídeos no Youtube mostram como atletas do parkour saltam enormes distâncias, às vezes entre prédios, a dezenas de metros de altura. Por vezes, o salto em distância pode ser associado ao rolamento, como forma de compensar o impacto causado no corpo pelo salto em grandes distâncias ou níveis diferentes.

Salto de precisão

Salto estático de um ponto a outro, normalmente em pontos pequenos como bordas de muros, por exemplo. A partir de um ponto no qual o atleta realiza o equilíbrio, ou até um ponto onde esse equilíbrio seja requisitado.

Passagem de muros ou paredes

Praticantes do parkour em geral são capazes de dar “passadas” em superfícies verticais, como parte de uma subida ou impulso para ganhar velocidade e vencer um próximo obstáculo. Em algumas apresentações, a impressão que se tem é a de que os atletas são capazes de “andar na parede”.

Desmonte

É a ação do praticante se soltar de um ponto em que esteja pendurado para cair em outro. Particularmente útil para reduzir a altura de uma queda – ao invés do atleta simplesmente salta para um nível mais baixo, ele primeiramente se pendura, reduzindo a altura de queda em uma distância equivalente ao comprimento do seu próprio corpo, reduzindo assim também o impacto.

Por: Carlos Artur Matos

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