Geografia

Principais Bacias Hidrográficas do Mundo

Podemos destacar em cada continente algumas bacias hidrográficas de grande importância para o aproveitamento humano.

Continente americano

A América possui terras em todas as zonas climáticas, exceção feita à zona glacial Antártica. Por esse motivo apresenta uma rede hidrográfica densa e bastante variada.

Em função da utilização e do grau de importância para o transporte, podemos destacar:

– América do Norte – Os rios Mackenzie e São Lourenço, no Canadá. Este último na fronteira com os EUA (sudeste) e com grande importância na formação de um sistema flúvio-marítimo que interliga os Grandes Lagos (região industrial) com o Atlântico norte. Nos EUA merecem destaque a bacia do Mississipi-Missouri, do rio Hudson, na costa leste, e dos rios Colorado, Colúmbia e Sacramento, na costa oeste, de elevado potencial hidrelétrico. No México destaca-se o rio Grande, na fronteira com os EUA.

– América do Sul – Nessa porção do continente, sob forte influência de climas tropicais, os rios apresentam-se com grande volume de água. As bacias hidrográficas principais são: a do rio Orenoco, na Venezuela; a Amazônica, no norte (o Brasil possui a maior parte dessa bacia); a Platina, no sul, abrangendo terras do Brasil, do Paraguai, do Uruguai e da Argentina; a Bacia do São Francisco e a do Araguaia-Tocantins, ambas no Brasil.

Grandes Lagos - EUA
A região dos Grandes Lagos, conectada com a bacia do Mississipi-Missouri e o Atlântico, é o maior sistema flúvio-marítimo do mundo.

Continente europeu

Na Europa, é marcante a grande quantidade de rios navegáveis, pelo fato de seu relevo ser formado, predominantemente, por terras baixas.

Principais rios:

– Portugal – Tejo, que banha a cidade de Lisboa;

– França – Loire, Ródano (corre para o sul e é muito utilizado para o transporte de petróleo vindo do norte da África) e o Sena, que atravessa a cidade de Paris.

– Alemanha – A bacia do Reno-Ruhr, que atravessa importante região industrial da Alemanha (Bonn, Colônia, Dusseldorf e Essen) e serve de escoadouro natural até o porto de Roterdã, na Holanda, e o rio Elba, no leste, que serve cidades como Leipzig e Dresden e desemboca no porto de Hamburgo, no norte do território.

– Polônia – O destaque fica por conta do Vístula, que passa por Varsóvia e desemboca no mar Báltico.

– Rússia – O rio Volga é o mais extenso rio europeu. Além dele merecem destaque em território russo: o Dnieper; o Ural, que separa a Europa da Ásia, o Don, onde se encontra grande reserva de carvão mineral.

Além desses principais rios, o rio Danúbio atravessa vários países europeus (Alemanha, Áustria, Hungria e Romênia), passando por três importantes capitais (Viena, Budapeste e Bucareste) e servindo como uma importante artéria de comunicação entre a Europa Ocidental e a Oriental.

Outro fato importante é que, nas planícies do norte, canais artificiais permitem a comunicação entre vários rios, como o Reno, o Elba e o Vístula, intensificando bastante o uso das hidrovias.

Hidrografia Europa
Hidrografia europeia. Rios navegáveis em grandes trechos, em função do relevo pouco acidentado.

Continente asiático

O continente mais extenso do planeta possui regiões de grandes contrastes climáticos, indo desde regiões desérticas, como o Oriente Médio, até regiões tropicais, como o Sudeste Asiático.

– Ásia Ocidental

Hidrografia Ásia
Ásia ocidental. Pouca água e muitos conflitos pelo seu controle.

É uma região onde predominam climas áridos e semiáridos, portanto com baixa pluviosidade e fraca drenagem. A bacia hidrográfica mais importante da região é a do Tigre e Eufrates, na Mesopotâmia (atual Iraque). Suas nascentes estão na Turquia, mas a maior parte dos cursos fluviais drena terras iraquianas até desaguar no golfo Pérsico. Essa área, que faz parte da que no passado histórico era denominada crescente fértil, é de grande importância para populações ribeirinhas e para o abastecimento de várias cidades, inclusive Bagdá e Damasco.

O rio Jordão, situado na fronteira entre Israel e Jordânia, já é alvo de disputas pelo controle de suas águas entre os dois países. No futuro, a água no Oriente Médio vai ser tão importante quanto o petróleo na atualidade.

– Ásia Meridional

O sul da Ásia é fortemente influenciado pelo clima de monções, fazendo com que, no verão, os rios quem cheios a ponto de provocar enchentes em algumas áreas.

Na Índia, dois rios são importantes: o Indo, que deságua no mar Arábico, e o Ganges, que deságua, em forma de delta, no golfo de Bengala. Ambos correm pela imensa planície Indo-Gangética encravada entre o Himalaia e o planalto do Decã. Quando é o período das monções de verão, a planície do Ganges tem grandes inundações, o que favorece muito o cultivo de arroz, base alimentar das populações locais.

No antigo Paquistão oriental, atual Bangladesh, o rio Bramaputra, que deságua junto com o Ganges, no golfo de Bengala, também assume importância vital para a prática agrícola de subsistência.

Sudeste Asiático

Na Indochina, o rio Mekong, que passa por Tailândia, Laos, Vietnã e Cambodja, representa a sobrevivência da população camponesa com a agricultura nos terraços fluviais.

– Extremo Oriente

A República Popular da China apresenta, no seu litoral, uma estreita faixa de terras baixas, onde se encontra a maior parte de sua população. Essas planícies orientais, que hoje vêm apresentando forte crescimento urbano-industrial, são atravessadas por três importantes rios: o Hoang-Ho, onde se encontra o solo de Loess de origem eólica; o Yang-Tsé- Kiang, onde se constrói a usina de Três Gargantas; o Sikiang. Essa região é intensamente explorada pela prática agrícola, onde as planícies aluviais possuem grande importância.

– Ásia Central e Setentrional

Climas frios e secos são característicos dessas duas regiões asiáticas. Muitos rios possuem um regime nival e, como o norte da Rússia é formado pela planície Siberiana, os principais rios correm para o oceano glacial Ártico. O Ob, o Ienissei e o Lena são os rios que cortam as terras geladas da Sibéria.

Continente africano

Apresenta certa simetria ao norte e ao sul da linha do Equador no que diz respeito aos seus climas e paisagens vegetais, mas desigualdade quanto à distribuição dos rios.

– África Setentrional

Hidrografia da África
A África Setentrional é pobre em rios. A grande extensão do Saara
é dominante, sobressaindo como rios importantes, apenas o Nilo e o Níger.

Por ser a região dominada pelo maior deserto quente do mundo, o Saara, sua hidrografia é menos densa que na porção sul do continente. Os rios nascem em regiões que estão fora da aridez saariana. O Nilo nasce no lago Vitória, entre Uganda, Quênia e Tanzânia, na África Equatorial, e segue em direção ao norte, passando ainda pelo Sudão e pelo Egito, onde deságua no mar Mediterrâneo. Sua famosa vazão de água entre o verão e o inverno, responsável pela fertilidade de seu leito, foi bastante prejudicada nos anos 1950, quando o presidente Nasser construiu a represa de Assuã, com a finalidade de irrigar o deserto.

O Níger é um rio que nasce na costa ocidental da África, adentra o território chegando até Mali e Níger e deságua no golfo da Guiné. No interior do deserto, podem se formar rios temporários em função de chuvas escassas ou oásis pelo afloramento de águas subterrâneas.

– África Subsaariana

Dominada por climas tropicais, é uma região de maior riqueza hidrográfica. Seus rios são mais ramificados e com maior volume de águas. A bacia do Congo, de características muito semelhantes à Amazônica, recebe muitos afluentes vindos do interior do continente e deságua no golfo da Guiné, costa ocidental da África.

No sudeste do continente, desembocando no canal de Moçambique, estão os rios Zambeze e Limpopo, de elevado potencial hidrelétrico, embora pouco aproveitados. Já o rio Orange, que atravessa o território sul africano, apresenta melhor aproveitamento tanto para irrigação como para geração de energia.

Por: Wilson Teixeira Moutinho

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