Geografia

Metrô

O trem subterrâneo, sem dúvida o mais eficiente meio de transporte urbano do mundo moderno, recebe diversas denominações: subway ou tube, nos países anglo-saxônicos; métropolitain ou métro, na França; subterraneo ou subte, na Argentina etc. Em português, adotou-se a denominação francesa, em Portugal pronunciada metro e, no Brasil, metrô.

O metrô é um sistema de trens, que circulam quase exclusivamente por via subterrânea, utilizado para transportar grandes quantidades de passageiros nas áreas urbanas e suburbanas. Geralmente, para facilitar a construção, os túneis do metrô são feitos sob as ruas das cidades, mas também podem seguir caminhos alternativos que reduzem o trajeto. Não é raro encontrar túneis que cortam rios e baías ou braços de mar. Alguns trechos podem também ser de superfície ou elevados, como os de um trem comum.

Os metrôs constituem recurso fundamental para a boa circulação nas grandes cidades e, por isso, devem possuir grande capacidade de transporte e permitir aos passageiros facilidade de acesso. Uma de suas principais características é a independência técnica com relação aos outros meios de transporte, a que estão ligados apenas em pontos de conexão.

A criação do metrô resultou do rápido crescimento dos principais centros urbanos no século XIX e das distâncias entre os bairros residenciais e os locais de trabalho. Assim, já em 1843 se planejava em Londres a construção da primeira linha subterrânea de transporte, aprovada em 1854 e inaugurada em 1863. Inicialmente, foram utilizadas locomotivas a vapor, cujo combustível era o carvão.

Metrô

O metrô de Paris teve seu plano lançado em 1855 e começou a funcionar em 1900. Em 1896, Budapest inaugurava os primeiros quatro quilômetros de seu sistema de trens subterrâneos. Nos Estados Unidos, Boston foi a primeira cidade a possuir metrô, seguida de Nova York, que veio a ter o maior do mundo em número de linhas e estações. O metrô de Paris, considerado o mais bem resolvido, contava, na década de 1990, com quase 400 estações.

O metrô de Berlim foi inaugurado em 1902 e o de Buenos Aires em 1913. A seguir, vieram os de Atenas (1925), Tóquio (1927), Moscou (1935), Toronto (1954) e Lisboa (1959). No fim do século XX, mais de oitenta cidades do mundo já contavam com metrô. O de Moscou, outro dos maiores existentes, é famoso pela arquitetura elaborada das estações, sobretudo as mais antigas, decoradas com vitrais, estátuas e lustres de cristal. Em San Francisco, nos Estados Unidos, construiu-se o primeiro sistema completamente automático e informatizado, mas o de Washington D.C., com estações em abóbada de berço e vagões de alumínio, era o mais moderno na última década do século XX.

No Brasil, o metrô de São Paulo teve sua construção iniciada em 1968. A primeira seção foi inaugurada em 1975 e, no início do ano seguinte, 18km de linhas estavam entregues ao tráfego. Em 1979 foi inaugurada parte da segunda linha. A rede básica previa 66,6km. No Rio de Janeiro, as condições de perfuração do subsolo, mais difíceis, contribuíram para atrasar a obra. A linha prioritária, com 37,4km — muitas vezes maior que o plano original — teve a primeira seção pronta em 1979.

Técnicas de construção.

As obras de um metrô podem ser extremamente onerosas, especialmente quando envolvem a desapropriação de imóveis. A técnica mais econômica é a “de trincheira” ou cut and cover, em que os túneis obedecem ao traçado das ruas já existentes. Cravam-se estacas de aço para escorar o terreno e abre-se, sob a rua, uma vala que é drenada e impermeabilizada. Constrói-se o túnel e, ao fim, recobre-se a vala e reconstitui-se a rua.

Outra técnica, dita “em escudo”, é de custo mais elevado e permite a independência dos túneis com relação ao traçado das ruas e às redes subterrâneas de água, telefone, esgoto etc. A escavação é feita por uma máquina cujo nome — shield — passou a designar a própria técnica. Depois de abertos, os túneis são revestidos com ferro fundido ou concreto.

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