Geografia

Taxas de Natalidade e Mortalidade

Para explicar as mudanças na evolução da população e analisar seu desenvolvimento foram fórmulas ou taxas demográficas, como as taxas de natalidade e mortalidade.

Taxa de Natalidade

O conceito de natalidade refere-se ao número de nascimentos que ocorrem em uma população em um dado momento. Para medi-la, utiliza-se um parâmetro conhecido como taxa bruta de natalidade (TBN), que indica o número de nascidos vivos para cada mil habitantes em um ano.

A taxa de natalidade é muito diferente nos diversos lugares do mundo. Nas regiões desenvolvidas é muito baixa, entretanto, é bem mais alta nas regiões subdesenvolvidas. A África é o continente com a natalidade mais elevada.

Taxas demográficas

Todas essas variações, tanto em escala internacional quanto regional, são determinadas por fatores conjunturais:

  • O desenvolvimento econômico. Os países mais desenvolvidos têm, geralmente, taxas de natalidade abaixo de 20%, ao passo que nas regiões menos desenvolvidas registram-se índices da ordem de 40%. Nos países mais desenvolvidos os filhos representam uma carga econômica (gastos em educação, cuidados médicos, alimentação etc.) até idades elevadas. Nos países subdesenvolvidos, os filhos trabalham desde cedo e, além disso, se encarregam de cuidar dos pais na velhice.
  • A cultura. Nos países ocidentais, os jovens adultos tendem a deixar mais tarde a casa dos pais, a casar mais tarde e, como consequência, também adiam o nascimento do primeiro filho, o que reduz o número de pessoas no grupo familiar. Nos países com outras culturas, as mulheres costumam casar cedo, muitas vezes antes dos 18 anos. Além disso, algumas culturas outorgam prestígio social ao número de filhos e outras não o fazem.
  • A estrutura social. A emancipação da mulher e sua incorporação em larga escala ao mundo do trabalho repercutem no decréscimo no número de filhos.
  • Os fatores biológicos. A proporção de pessoas jovens condiciona a natalidade: se os jovens são numerosos, a natalidade é maior do que quando predomina a população idosa.
  • A religião. Em geral, todas as religiões favorecem a natalidade.
  • Os fatores políticos. Dependendo da situação demográfica há governos que praticam políticas de controle direto da natalidade e outros que a promovem mediante incentivos sociais e econômicos.

Depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), houve um incremento da taxa de natalidade, fenômeno conhecido como baby boom. O intenso crescimento econômico observado entre 1945 e 1973 favoreceu o aumento no número de nascimentos. No entanto, a partir dos anos 1970 do século XX, esse número sofreu um declínio brusco.

Cálculo da taxa de natalidade (TBN):

Fórmula da taxa de natalidade
Número de nascimentos por 1000 habitantes em um ano.

Taxa de mortalidade

O conceito de mortalidade refere-se ao número de mortes em uma população. Para medi-la, utiliza-se, principalmente, a taxa bruta de mortalidade (TBM), que indica o número de falecimentos por mil habitantes em um ano.

A mortalidade depende da idade da população (é maior nos países envelhecidos, como os de muitas regiões europeias) e das condições sanitárias e alimentares.

Até o século XIX, a mortalidade era muito alta, por causa das doenças, da fome e das guerras frequentes. No século XIX e nos primeiros anos do século XX, a mortalidade diminuiu nos países desenvolvidos, graças às melhorias sanitárias (vacinas, higiene etc.) e alimentares. Na segunda metade do século XX, esses avanços se difundiram nos países subdesenvolvidos, o que fez a mortalidade cair bruscamente.

Até a década de 1970, era relativamente fácil estabelecer uma classificação dos países segundo a mortalidade. As taxas superiores a 13% ao ano correspondiam aos países subdesenvolvidos, e as inferiores, a países de alto ou médio desenvolvimento.

Atualmente, é mais difícil sustentar essa classificação. As taxas continuam a diminuir nos países subdesenvolvidos e ao mesmo tempo aumentam em muitas regiões desenvolvidas, nas quais há cada vez mais população idosa. Diante desse quadro, os geógrafos utilizam índices mais expressivos: a mortalidade infantil e a expectativa de vida ao nascer.

Cálculo da taxa bruta de mortalidade (TBM)

Fórmula da taxa de mortalidade
Número de falecimentos por 1000 habitantes em um ano.

Taxa de mortalidade infantil

A taxa de mortalidade infantil (TMI) é medida pela comparação do número de crianças falecidas antes de completar o primeiro ano de idade e as nascidas vivas durante o ano. É um bom indicador do nível de desenvolvimento e da situação sanitária de um território. Nos países ricos, a mortalidade infantil é baixa, não supera os 5% ao ano. Em alguns países africanos, porém, a taxa beira os 100% ao ano.

Cálculo da taxa de mortalidade infantil (TMI):

Fórmula da taxa de mortalidade infantil.
É o número de crianças por 1 000 bebês que nascem em um ano e que morrem antes de completar um ano de idade.

Crescimento vegetativo e crescimento real

Para conhecer a evolução da população, é necessário saber a relação entre os nascimentos e as mortes, ou seja, seu crescimento vegetativo.

Se em determinado período o número de nascidos é superior ao número de mortos, a população cresce. Se as mortes superam os nascimentos em um período, a população diminui.

Quando se consideram também a emigração e a imigração, o resultado é o crescimento real.

Cálculo da taxa de crescimento vegetativo (TCV):

Fórmula do crescimento vegetativo
Relação entre o número de nascimentos e de falecimentos em uma população em um ano.

Taxa de Fecundidade

Para avaliar com maior exatidão a tendência de crescimento de uma população foi criado o conceito de fecundidade.

É a taxa de fecundidade geral (TFG) que relaciona o número de nascidos com as possibilidades concretas de procriação, ou seja, com o número de mulheres em idade fértil (mulheres com idade entre 15 e 49 anos).

Atualmente, a fecundidade média mundial é de 2,4 filhos por mulher. Contudo, as africanas têm 5,5 filhos em média, enquanto as europeias não alcançam os 2,1 filhos por mulher. Esse é o número necessário para assegurar renovação geracional, ou seja, para que um território não diminua sua população.

O nível cultural da sociedade, e especialmente das mulheres, influi na fecundidade: quanto maior o nível de escolaridade, menor o número de filhos.

Esperança de vida ao nascer

A esperança de vida ao nascer é o cálculo da média de anos que um recém-nascido pode chegar a viver. Segundo a ONU, a média mundial era de 67,2 anos em 2010, mas essa cifra esconde grandes contrastes.

  • As diferenças de acordo com o sexo. Nos países desenvolvidos, a esperança de vida das mulheres é superior à dos homens. Ao contrário, nos países subdesenvolvidos, muitas mulheres morrem jovens por problemas relacionados à gravidez e ao parto.
  • As grandes diferenças segundo o nível de desenvolvimento. De 2005 a 2010, conforme a ONU, os países desenvolvidos tiveram uma expectativa de vida superior aos 79 anos. Em muitos países subdesenvolvidos, porém, ela não alcançou os 49 anos.

A esperança de vida está aumentando no mundo, mas o surgimento de doenças, como a Aids, que tem provocado uma grande mortalidade na África, ou as crises econômicas podem ocasionar seu retrocesso em determinadas zonas.

Por: Paulo Magno da Costa Torres

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