Geografia do Brasil

Pampa

Segundo o dicionário Houaiss da língua portuguesa, Pampa é uma palavra de origem quíchua, que significa planície. O quíchua é uma língua falada por povos indígenas de alguns países da América do Sul.

A origem do nome Pampa para esse bioma se explica pelo fato de ocupar não só o estado do Rio Grande do sul, mas, também, por fazer parte dos territórios do Uruguai e da Argentina.

Relevo

O pampa gaúcho é um prolongamento natural do pampa argentino e uruguaio. A geomorfologia do relevo onde ocorre é suavemente arredondada, formando as coxilhas.

Sua ocorrência se dá em três grandes unidades do relevo no Brasil meridional: os Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná no oeste, a Depressão Periférica Sul-Rio-Grandense no centro e o planalto Uruguaio Sul-Rio-Grandense no leste do Rio Grande do Sul. Na monotonia do relevo, destacam-se áreas pouco mais elevadas denominadas de cerros.

Hidrografia

A hidrografia dos pampas é formada pelos rios da Bacia do Uruguai e pela Bacia Secundária do Sudeste-Sul. A Bacia do Uruguai serve de limite entre as terras brasileiras, uruguaias e argentinas.

A vazão de suas águas está subordinada ao clima subtropical, portanto, sem grandes variações ao longo do ano, já que o clima subtropical possui como característica a regularidade das chuvas ao longo do ano.

Vegetação

Ao olhar a paisagem do Pampa ou, ainda, dos Campos Sulinos (um outro nome para essa região), observamos que sua principal característica é o fato de ela se apresentar de forma homogênea: é basicamente composta por campos de gramíneas e outras espécies campestres, além de algumas árvores.

Há, ainda, áreas de transição com o bioma das araucárias, os campos do alto da serra e ainda áreas de campos com formações vegetais semelhantes à savana. São conhecidas pelos menos 515 espécies diferentes que são típicas desse bioma, que abrange cerca de 2% do território nacional.

Vegetação pampa.
Pampa gaúcho. Área de relevo plano, com baixas altitudes, onde dominam grandes extensões de vegetação herbácea.

Clima

Com temperaturas que podem chegar aos 35 ºC no verão e médias negativas no inverno, o clima no Pampa gaúcho é frio e úmido, com chuvas concentradas no inverno e precipitação anual de em média 1.200 mm. São comuns as geadas e pode chegar a ter episódios pontuais de neve.

Solo

Quanto aos recursos pedológicos, apresentam boa fertilidade natural, todavia, em quase toda a região, os solos apresentam elevados teores de areia, o que os torna vulneráveis aos processos erosivos.

Existe formação de areias e campos de dunas no sudoeste do Rio Grande do Sul (Alegrete, Quaraí, Cacequi).

Ocupação e desmatamento nos pampas

Os pampas no sul do Brasil foram utilizados desde o século XVIII para o pastoreio, que, além de produzir carne e leite, possibilitava uma ocupação rápida do território já que a forma inicial de criação era a pecuária extensiva. A partir do século XIX, com o aumento da imigração de luso-brasileiros para a região é que as primeiras atividades agrícolas começaram a se desenvolver.

No caso da pecuária, à medida que o rebanho ficava numericamente maior, a pressão sobre o uso do solo aumentava. A utilização de técnicas rudimentares como a prática da queimada para eliminar as pastagens secas, a compactação do solo pelo pisoteio do rebanho e, às vezes, o número excessivo de cabeças (densidade), tornavam o solo mais vulnerável.

Como na Região Sul, as chuvas são constantes ao longo do ano, os solos desprotegidos ou com pouca cobertura vegetal, facilmente perdiam nutrientes pela ação das enxurradas, que também formavam sulcos nas áreas mais frágeis (ravinas – voçorocas).

A prática da agricultura nesse domínio natural atualmente está ligada à produção de arroz, milho, soja e trigo. A crescente mecanização agrícola, além de expulsar o camponês para as cidades ou para as fronteiras agrícolas, também cria alguns problemas de ordem ambiental como a diminuição da fertilidade do solo e o aumento progressivo dos processos erosivos.

Por: Wilson Teixeira Moutinho

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