Geografia

Amazônia

A Amazônia é uma imensa região natural, individualizada por elementos da natureza, como o clima, a vegetação, a hidrografia etc, que se estende por 6,5 milhões de quilômetros quadrados no norte da América do Sul.

É uma região internacional (Amazônia continental), também conhecida como Pan-Amazônia, pois ocupa parte do território de vários países: Brasil, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Essa imensa área verde representa um terço da reserva mundial de florestas latifoliadas, com clima equatorial (quente e úmido) e rica hidrografia.

Nas regiões do Peru e da Bolívia, desenvol­veu-se uma das grandes civilizações pré-colombianas, cujos membros eram denominados filhos do Sol ou incas.

Área da Amazônia

Amazônia Legal

A Amazônia Legal é a porção localizada no território brasileiro, com quase 5 milhões de quilômetros quadrados (4.978.247 km2), uma superfície que abrange 58,4% da área total do Brasil. É a Amazônia Legal.

Mapa da Amazônia LegalFoi estabelecida em 1966, pelo governo federal, com a criação da Sudam (Superintendência para o Desenvol­vimento da Amazônia). A Sudam foi criada com o objetivo de incentivar a indústria e a agropecuária, criar estradas, promover o po­voamento etc.

A Amazônia Legal inclui todas as forma­ções florestais da floresta equatorial (floresta de várzea e igapó, floresta de terra firme e floresta semi-úmida) e áreas de transição para a caatinga e o cerrado.

A Amazônia Legal é formada pelos estados da região Norte (Acre, Rondônia, Amazonas, Pará, Roraima, Amapá, Tocantins), pela porção ocidental do Maranhão e Mato Grosso.

Características da Amazônia

Descobrir e explorar a Amazônia sempre foram aventuras arriscadas. Os primeiros viajantes que passaram pelo rio Amazonas pagaram com a vida a ousadia. Francisco de Orellana, o primeiro a percorrer o rio Amazonas, do Pacífico ao Atlântico, desapareceu, ao tentar fazer o mesmo caminho, nos labirintos da ilha de Marajó. Muitos pesquisadores do século XIX tiveram o mesmo fim. Antropologos, jornalistas e sanitaristas também sucumbiram aos mistérios da selva equatorial.

Rio AmazonasNo início da colonização da América do Sul, a Amazônia era território da Coroa Espanhola, que tinha grande interesse pelas riquezas minerais dos Andes. Portugal, por sua vez, inicia a exploração do território, ultrapassando o Tratado de Tordesilhas.

As primeiras expedições limitaram-se a fazer o reconhecimento da área e o extrativismo vegetal, as chamadas “drogas do sertão”: ervas aromáticas, plantas medicinais, canela, baunilha, cravo, castanha e guaraná.

Havia, porém, grande preocupação com as invasões das expedições francesas e holandesas, que não aceitavam o Tratado de Tordesilhas e queriam se apropriar de parte das terras.

Portugal, nos séculos XVII e XVIII, criou uma estratégia particular de posse e exploração da Amazônia: a instalação de fortes e missões religiosas, que levaram os índios a explorar as “drogas do sertão”.

O rio Amazonas foi explorado a partir da sua foz até a vertente oriental da cordilheira dos Andes. Foram explorados também os seus afluentes. O povoamento da Amazônia se organizou por meio de uma rede de circulação de rios e igarapés, sendo uma ocupação linear.

Até meados do século XX, as vias fluviais continuaram a ser as únicas “estradas” da Amazônia. A outra forma de alcançar a Amazônia era por via aérea, pelos aeroportos internacionais de Belém e Manaus.

Outra onda migratória ocorreu com a construção de Brasília. A penetração e a exploração no espaço amazônico foram responsáveis pela troca dos rios pelas rodovias de integração.

Rodovia BR-364, que liga Cuiabá, no Mato Grosso, a Porto Velho, em Rondônia, com uma extensão de 1.456 quilômetros. Esse caminho aberto a oeste da Amazônia causou a devastação desenfreada da floresta.

Recentemente, a “conquista” da Amazônia foi incentivada pelo Estado por meio de grandes projetos de exploração dos recursos naturais da região.

Apesar dos cinco séculos de exploração, pelo homem branco, da Amazônia, ainda há tribos isoladas, com quase nenhum contato com a chamada civilização ocidental.

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O ecossistema da floresta Amazônica

A Amazônia é um imenso e complexo ecossistema, considerado o mais rico e variado de todo o planeta.

Rio da Amazônia O rio e a floresta são os dois elementos naturais que se destacam na Amazônia.

A floresta Amazônica possui a maior variedade de espécies vegetais e animais do mundo (biodiversidade).

Apenas nesta década, os pesquisadores descobriram sete novas espécies de primatas na Amazônia.

A Amazônia é individualizada por sua vegetação: uma floresta latifoliada equatorial, bastante diversificada. É uma vegetação sempre verde: suas folhas não caem no outono-inverno, como acontece na vegetação de climas temperados. É uma floresta muito fechada, densa, porque as árvores estão muito próximas umas das outras, estão dispostas em três andares e apresentam um emaranhado de cipós, parasitas etc.

A floresta Amazônica, em razão de sua localização e hidrografia, dos solos e climas, está subdividida em:

  • Mata de igapó, permanentemente inundada.
  • Mata de várzea, inundada por ocasião das cheias. É o hábitat da seringueira.
  • Mata de terra firme, longe das inundações. A castanheira, o caucho e o guaraná, normalmente, estão aí localizados.

O clima predominante na Amazônia é o equatorial: quente e úmido. As médias térmicas mensais variam entre 24 °C e 26 °C. Quando a frente fria que vem do sul do continente, no inverno, atinge a porção ocidental ou oeste da Amazônia, a temperatura cai para 16 °C a 18 °C. fenômeno conhecido como friagem.

Na Amazônia, está a maior bacia hidrográfica do planeta, formada pelo rio Amazonas e por seus afluentes (4,8 milhões de km2, aproximadamente). O rio Amazonas, com 7.075 km de extensão, é o maior rio da Terra. A bacia Amazônica possui os mais diferentes tipos de peixes.

A vitória-régia é uma planta típica dos leitos fluviais, das lagoas e dos igarapés, na Amazônia.

O relevo é formado por planícies (ao longo dos rios), depressões e planaltos residuais. Nas fronteiras com a Venezuela e as Guianas (planalto das Guianas), as altitudes chegam a ultrapassar os 2.000 metros.

Os solos amazônicos são pobres e estão sujeitos à erosão provocada pelas chuvas. Esses solos são protegidos pela floresta, porque a grande quantidade de árvores bem próximas, juntamente com a camada de folhagem sobre o chão, impede que a água das chuvas caia diretamente sobre eles, desgastando-os. As folhas que caem são decompostas e absorvidas pela floresta.

Os elementos naturais desse ecossistema são bastante interdependentes. A alteração de um dos elementos provoca modificações nos demais.

A vegetação da floresta Amazônica, além de proteger o solo, também contribui para a umidade do ar, responsável pelas frequentes chuvas que alimentam rios e lagos. Acredita-se que 50% da umidade da Amazônia tenha origem dela mesma (evapotranspiração) e o restante venha dos oceanos. Ocorrendo a destruição da floresta (o que já está acontecendo), haverá diminuição da umidade do ar e dos índices de chuvas, e os solos empobrecerão pela perda de proteção e de nutrientes que a floresta densa fornece.

Desmatamento da Amazônia
Área devastada da Amazônia. A natureza da Amazônia é muito frágil.

A ocupação da Amazônia Legal: Amazônia de ontem e de hoje Colonização e exploração

A ocupação e o povoamento da Amazônia resultam de um longo processo histórico que se iniciou com a colonização e foi marcado por inúmeros conflitos entre os povos indígenas e os exploradores.

O modo de vida dos povos da Amazônia, no passado, estava fundamentado na coleta florestal, na pesca e na agricultura de subsistência. A exploração dos recursos naturais era limitada, proporcionando a sua reposição permanente. O ecossistema conservava as suas características básicas, as densidades demográficas eram baixas e a economia estava baseada nas técnicas tradicionais.

A exploração da borracha foi a principal atividade econômica desenvolvida na Amazônia, entre 1870 e 1910 (fim do Império e início da República). O Brasil foi o maior fornecedor de látex, extraído da seringueira (Hevea brasiliensis), nativa da floresta Amazônica.

No período entre 1870 e 1910, as cidades de Manaus e Belém tiveram grande crescimento, porque passaram a ser ponto de circulação de pessoas, produtos de consumo, material de construção e da borracha.

A área de maior produção de borracha estava localizada entre o Brasil e a Bolívia, onde cerca de 500 mil seringueiros brasileiros, principalmente nordestinos, exploravam o látex no meio da floresta e muitos avançaram sobre uma grande parte da Bolívia.

Com a instalação de brasileiros em território boliviano, o governo propôs a compra dessa área, pagando uma parte em dinheiro e assumindo o compromisso de construir a estrada de ferro Madeira-Mamoré. Assim, a Bolívia, país que não é banhado por mar, teria uma saída para o oceano Atlântico, O acordo foi assinado em 1903 e a área é o atual estado do Acre.

O território do Acre foi incorporado definitivamente ao Brasil em 1904. A riqueza da borracha impeliu brasileiros contra bolivianos e peruanos.

Além do crescimento da Amazônia, a exploração da borracha contribuiu para aumentar a área territorial do Brasil.

No início do século XX, o Reino Unido começou a produzir látex no Sudeste Asiático, por meio do cultivo dos seringais, e a produção brasileira entrou em decadência. Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a exploração da borracha na Amazônia foi reativada para abastecer os países aliados, porque a tradicional região produtora, o Sudeste Asiático, estava em disputa pelo imperialismo japonês, um dos países do Eixo.

Arco do Desflorestamento

Arco do desflorestamento da AmazôniaÁrea atingida principalmente pelas queimadas que ocorrem desde a década de 80 em virtude da expansão das novas fronteiras agrícolas. Sua extensão é de 3 mil km.

O governo federal, a partir da década de 1960, começou a se preocupar com a integração da região à economia nacional e a encarar a Amazônia como uma forma de combater propostas de sua internacionalização. Em nenhum momento, houve preocupação, por parte do governo, com a preservação do meio ambiente e com o modo de vida dos povos indígenas da região, o que causou problemas ambientais e sociais.

A modernização da Amazônia, nas últimas décadas, por planejamentos regionais, foi direcionada para a exploração de recursos naturais, principalmente a mineração, e para o crescimento da agropecuária. Migrantes de todo o Brasil, principalmente do Nordeste e do Centro-Sul, continuam indo para a Amazônia, provocando rápida urbanização, intenso desmatamento e contaminação das águas com o uso de mercúrio nas áreas do garimpo.

A Amazônia tradicional era famosa pelo seringueiro (trabalhador do seringal), pelo seringalista (proprietário do seringal) e pelos indígenas, mas hoje acrescentam-se novos personagens: posseiros, grileiros, peões, empresários, colonos, que participam dos conflitos pela posse de terras, desmatamentos e violência.

Esse modelo de modernização é muito criticado, porque o mais importante é a preservação da biodiversidade do ecossistema.

O contraste entre a riqueza natural da Amazônia e a pobreza da maioria da população que lá vive exige uma nova política para a região, visando a conciliar o desenvolvimento econômico, a preservação do meio ambiente e a melhoria condições de vida da população.

Os fatores responsáveis pela ocupação da Amazônia e sua transformação são:

  • o próprio crescimento da população e da economia do Brasil;
  • a criação da Sudam, responsável pelo grande aumento de investimentos na região;
  • o aumento das exportações de certos produtos do setor primário, ferro, alumínio, ouro, madeira, peles de animais etc, riquezas naturais dessa região que vão para o mercado externo;
  • a expansão da fronteira agropecuária.

Os problemas da Amazônia

Os principais problemas atuais da Amazônia estão a seguir relacionados:

Os grandes projetos públicos ou particulares que se desenvolveram depois da criação da Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia), como, por exemplo, o grande projeto Carajás, a Zona Franca de Manaus e as hidrelétricas, principalmente a de Tucuruí, além dos projetos agropecuários, entre outros.

Os conflitos pela posse da terra. A Sudam foi criada em 1966 para atrair capital para os projetos regionais. Antes de ser criada, existiram alguns projetos na Amazônia que não deram certo e foram abandonados. O custo social e ambiental sempre foi grande com a destruição da fauna, da flora, o empobrecimento dos solos, a exploração de tribos indígenas e de trabalhadores.

Os principais projetos desenvolvidos antes da implantação da Sudam foram:

Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, construída de 1903 a 1912, em Rondônia. Quando ela foi concluída, a procura por borracha natural da Amazônia diminuiu, devido à concorrência com o Sudeste Asiático. Dos 364 km projetados inicialmen­te, só existem os 8 km iniciais da ferrovia, usados para passeios turísticos.

Fordlândia, projeto do empresário norte-americano Henry Ford, de 1928 a 1946, iniciado com uma plantação de seringueiras, em áreas próximas ao rio Tapajós, no Pará. O projeto fracassou porque as seringueiras foram atacadas por uma praga e morreram.

Mineração da Serra do Navio, no Amapá, com exploração de manganês (minério básico para a produção de aço). A empresa Icomi, formada por empresas nacionais e estrangeiras, instalou-se na área, de 1954 a 1957, construindo uma ferrovia que liga a serra do Navio ao porto de Santana, em Macapá. Atualmente, as reservas encontram-se quase esgotadas. A Icomi e seus proprietários tiveram sucesso com a exploração de manganês, mas isso não favoreceu a ecologia nem os trabalhadores da região. A extração do manganês foi paralisada em 1998.

Getúlio Vargas, em 1953, criou a Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia (SPVEA). Foi a primeira iniciativa de planejamento regional na Amazônia.

Para substituir a SPVEA, foi criada a Sudam, porque, em 1964, com o início do regime militar no Brasil, os governos militares impuseram a ideologia da “segurança com desenvolvimento”. Surgiu a Amazônia legal. A Amazônia deveria estar ligada ao centro-sul do país e ocupada por projetos econômicos e correntes migratórias.

A Sudam, com apoio do Banco da Amazônia e do governo federal, passou a coordenar a política de concessão de incentivos para projetos empresariais privados na Amazônia, com a isenção de impostos e empréstimos a juros baixos (inferiores aos de mercado).

Principais projetos favorecidos pela Sudam:

Zona Franca de Manaus: deveria se transformar em um centro industrial moderno, com a instalação de indústrias eletrônicas (rádios, computadores, televisores, aparelhos de som, etc). Essas fábricas são apenas montadoras, porque recebem as peças já prontas do exterior, com custos bastante reduzidos. Existe também, em Manaus, a parte comercial no centro da cidade, onde há venda de produtos estrangeiros (eletrodomésticos, perfumes, canetas, relógios, jeans etc).

Em pouco tempo, Manaus tornou-se um polo industrial e comercial, provocando grande crescimento populacional. Consequentemente, a oferta de empregos foi pequena, resultando no aumento da pobreza urbana com os desempregados, os subempregados e as favelas na periferia da cidade.

Serra dos CarajásProjeto Grande Carajás, elaborado pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) de mineração, implantado entre 1980 e 1986. Esse projeto está voltado para a exportação de minérios na serra dos Carajás, a leste do Pará. Carajás possui as maiores reservas mundiais conhecidas de minério de ferro. É uma área rica em manganês, bauxita, cobre, níquel, ouro e cassiterita.

Faz parte do projeto Carajás a Estrada de Ferro dos Carajás, que liga Carajás ao porto de Itaqui, em São Luís do Maranhão, para facilitar o escoamento da riqueza mineral. Essa área exporta cerca de 30 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, principalmente para o Japão, sócio do Brasil no Grande Carajás.

Consequências ambientais desse projeto: desmatamento, extinção de espécies vegetais e animais, poluição de rios, etc. Além disso, o seu alto custo contribuiu para aumentar a dívida externa do Brasil (cerca de 62 bilhões de dólares).

Serra dos Carajás, no Pará. A maior reserva mineralógica do Brasil conta com boa infraestrutura para a exploração mineral.

Hidrelétricas

No Projeto Grande Carajás (PGC), está incluída a hidrelétrica de Tucuruí, no rio Tocantins, no leste do estado do Pará. Ela foi projetada para abastecer os polos de alumínio, extração e transporte do ferro de Carajás e a demanda das cidades do Pará e do Maranhão. Parte da eletricidade gerada pela usina é desviada para as linhas de transmissão do Nordeste.

A descoberta de bauxita (minério de alumínio) no vale do rio Trombetas, afluente da margem esquerda do rio Amazonas, impulsionou projetos industriais de fabricação de alumina e alumínio (Albrás – Alunorte – Alumar).

Hidrelétrica de Balbina, no rio Uatumã, destinada a fornecer energia para Manaus, que era abastecida por termelétrica, que queimava petróleo. O rio Uatumã é afluente da margem esquerda do rio Amazonas e não apresenta desnível significativo, por isso seu potencial energético é pequeno

Balbina tornou-se uma tragédia econômica, porque o custo da energia que produz é altíssimo, uma tragédia ecológica, porque destruiu uma enorme área da floresta, e uma tragédia social, porque prejudicou os habitantes da região.

Hidrelétrica de Samuel, no rio Jamari, afluente do rio Madeira, em Rondônia. Com demora de 14 anos para ser concluída, a obra foi responsável pela criação de grandes bolsões de miséria na periferia de Porto Velho, segundo o MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens).

Os principais problemas causados pelas hidrelétricas na Amazônia são: problemas ambientais causados pela inundação de grandes trechos da floresta, ocasionando a destruição da fauna e da flora; problemas sociais, pois os habitantes das áreas inundadas perdem as suas terras e os tradicionais meios de vida (os ribeirinhos e os indígenas).

Na década de 1970, “Brasil Grande”, os governos militares contraíram grandes empréstimos nos bancos internacionais e aplicaram boa parte desse dinheiro em abertura de estradas. Os militares consideravam a Amazônia o “celeiro do mundo” e queriam levar os nordestinos para lá.

O plano inicial era traçar duas rodovias paralelas: uma ao norte (Perimetral Norte) e outra ao sul (Transamazônica) do rio Amazonas. Depois, essas rodovias paralelas seriam ligadas por transversais que cruzariam o Amazonas nos pontos mais extremos, formando um quadrado de floresta, cercado por rodovias.

Em 1970, foi aprovado o Plano de Integração Nacional (PIN), que incluía a construção da Transamazônica, ligando as cidades de Santarém e Marabá e cruzando por Altamira, no rio Xingu. A Transamazônica foi um projeto rodoviário muito ambicioso, porque pretendia ligar a cidade de João Pessoa, no Atlântico, a Boqueirão da Esperança, na fronteira com o Peru, perfazendo uma extensão de 5.619 quilômetros.

Em 1973, teve início a construção da Perimetral Norte, que iria de Macapá até a fronteira da Colômbia, com extensão de 2.465 quilômetros, passando por São Gabriel da Cachoeira, no rio Negro. É a área mais inexplorada da Amazônia legal.

As novas estradas afetaram os grupos indígenas gerando, em algumas regiões, genocídio e etnocídio.

Por: Renan Bardine

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