Geografia

Precipitações Atmosféricas

As precipitações atmosféricas surgem quando o ar atmosférico está saturado de vapor de água, e não consegue mais contê-lo. Essa água em excesso é então precipitada em diversas formas – não apenas sólidas, mas também líquidas.

Assim sendo, na meteorologia, a precipitação é qualquer fenômeno através do qual a água em excesso no ar seja revertida e devolvida à terra de alguma forma: chuva, neve, granizo, névoa, orvalho e geada.

Chuva

A chuva é a queda de gotas de água da atmosfera à superfície. O vapor d’água se condensa, forma primeiramente nuvens e, quando o volume e, principalmente, o peso dessas nuvens se torna crítico, gotas de água mais pesadas caem.

Cientificamente, há uma diferença entre chuva e chuvisco. A chuva constitui-se em gotas de água visivelmente separadas que caem das nuvens, com um diâmetro médio de 0,5 mm variável. O chuvisco
se diferencia quando as gotas de água, muito pequenas, são menores que 0,5 mm de diâmetro e uniformemente dispersas, parecendo flutuar no ar. O chuvisco, numa denominação regional, pode ser entendido como a “garoa” dos paulistas.

Formas de ocorrência:

  • A umidade relativa do ar sobre o mar é muito grande – e a umidade migra para outras regiões. Com o movimento, as gotículas se unem formando gotas maiores que não podem ser sustentadas pelas nuvens, sendo precipitadas.
  • O vento conduz a umidade de um lugar para outro – durante o trajeto, as nuvens encontram barreiras montanhosas e sobem, sofrendo maior resfriamento e acelerando a precipitação em gotas maiores.
  • No encontro entre duas massas de ar, uma quente e outra fria, ocorre a queda de temperatura na região do encontro e caem chuvas fortes, que param pouco depois que a frente passa.
Chuva caindo em uma panta.

Granizo

O granizo, conhecido como “chuva de pedra”, é o resultado da precipitação de gotas de água que, ao atravessarem uma camada muito fria de ar, solidificam-se e caem, na forma sólida. São grãos de água congelada, semitransparentes, redondos ou cônicos.

O granizo é produzido por nuvens mais pesadas em tormentas. Os ventos sobem com grande rapidez e encontram uma camada de ar mais fria. Com isso, a água solidificada em fragmentos de granizo são arremessados para cima, passando por vários ciclos de congelamento e descongelamento.

Quanto mais ciclos forem cobertos, mais duras são as pedras e também maiores. Registros de tempestades de granizo mais agressiva mostram que as pedras podem, muitas vezes, assumir tamanhos de uma bola de tênis, embora mais comumente cheguem a pouco mais de 1 a 1,5 cm de diâmetro.

O gelo acumula-se no solo e pode ser prejudicial a atividades agropecuárias. Como demoram a derreter, as pedras minam água gelada que pode queimar muitas espécies vegetais, inclusive a grama, afetando igualmente plantações e pastos.

Foto de pedras de granizo.

Neve

Neve é o nome que se dá aos cristais de gelo que se formam quando o vapor de água nas nuvens se congela. A forma de congelamento aqui é totalmente diferente daquela que ocorre no granizo. As temperaturas em geral precisam ser muito baixas.

A temperatura entre o nível das nuvens e o solo precisa estar, necessariamente, abaixo do ponto de congelamento – mesmo que em terra a temperatura possa estar levemente acima dos 0 ºC. A neve é produzida com a união de minúsculos cristais de gelo, que formam os flocos que são precipitados.

Os cristais de gelo formam-se em formato com seis faces, com desenhos fractais únicos. Às vezes eles são achatados, às vezes têm a forma de agulhas compridas. Os cristais de gelo se unem com frequência para formar pelotas de neve de mais de 2,5 cm de espessura.

Foto de árvores cobertas de neve.

Névoa

A névoa é a condensação de minúsculas gotas de água no ar próximo ao solo. No Brasil, onde as temperaturas não são frias, a névoa geralmente se concentra próximo do cume de montanhas e serras. A névoa pode variar em termos de densidade – em geral, quanto mais baixa a temperatura, mais intensa a névoa.

É um fenômeno que ocorre quando o ar mais quente e úmido das zonas próximas ao solo, ou aquele que está situado acima da água de um rio ou do mar, encontra-se com uma massa de ar frio descendente. Por essa razão, é muito comum nas serras brasileiras próximas do litoral. O ar quente do litoral encontra-se com o ar subtropical montanhoso, condensando a água em gotas muito pequenas e formando áreas enevoadas.

Imagem de névoa em uma floresta.

Orvalho e geada

O ar sempre contém certa quantidade de vapor de água. Em noites muito frias, o vapor no ar se condensa mesmo sem subir na atmosfera – em nível próximo ao solo. Essa condensação forma gotículas pequenas que em geral se acumulam sobre as folhas das plantas e outras superfícies – é o denominado orvalho.

Se essa mesma condensação ocorre quando a temperatura está abaixo de 0 °C, forma-se a geada branca. Em algumas áreas do interior de São Paulo e dos estados do sul, predominantemente no inverno, o orvalho geralmente forma a geada em noites mais frias – inclusive convertendo a geada branca na geada. Nesse caso, ao invés de gotas de orvalho, o que vemos nas folhas e superfícies é uma fina película de material branco congelado, similar à neve, porém mais fina e rala.

Foto do efeito da geada em uma planta.

Referências:

  • DE SIQUEIRA PINTO, Josefa Eliane Santana. PRECIPITAÇÃO ATMOSFÉRICA.
  • SLEIMAN, Jorge; SILVA, Maria Elisa Siqueira. Padrões atmosféricos associados a eventos extremos de precipitação sobre a região sul do Brasil. Revista do Departamento de Geografia, v. 20, p. 93-109, 2010.

Por: Carlos Artur Matos

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