Geografia

Distribuição da População Mundial

A distribuição de habitantes pelo globo terrestre apresenta características de desigualdade, com zonas de vazios e zonas de concentração de população.

A população do mundo se distribui de forma irregular sobre a superfície da Terra. A densidade demográfica varia enormemente segundo os continentes, nos diferentes países e até mesmo dentro de um mesmo país. No mundo existem grandes vazios e grandes concentrações populacionais.

Os grandes focos de povoamento mundial

Mais da metade da população mundial se concentra em uma superfície pouco maior que 10% do nosso planeta. Esses espaços, relativamente reduzidos, abrigam desde cerca de 100 milhões até mais de 1 bilhão de habitantes.

Os focos de povoamento distribuem-se de forma irregular pelos continentes, como se observa abaixo:

  • Ásia – parte oriental (China, Japão), sul (índia) e sudeste (Indonésia) – 60% da população mundial;
  • Europa – o conjunto ocidental;
  • África – regiões do golfo da Guiné (Nigéria, Gana) e vale do rio Nilo (cidade do Cairo);
  • América do Norte – região dos grandes lagos e a costa leste.
  • América do Sul – sudeste do Brasil.

O continente mais populoso é o asiático, com mais de 4,5 bilhões de habitantes – cerca de 60% da população mundial. Quer dizer que, em cada 10 habitantes da Terra, mais de 6 pessoas vivem na Ásia. No entanto, sua densidade demográfica é de 82 hab./ km2, pouco superior à da Europa, que é de 72 hab./km2.

O que acontece é que, enquanto a Europa é o continente de povoamento mais uniforme, com predomínio de grandes cidades em quase todo o território, a Ásia possui extensas regiões praticamente despovoadas, como a Sibéria, o Tibete e a península Arábica, ao lado de altíssimas concentrações humanas, como as cidades de Pequim, Xangai, Tianjin (China), Mumbai (ex-Bombaim), Calcutá (índia), Seul (Coréia do Sul) e Jacarta (Indonésia).

Quadro com os países e suas populações.
Os países mais populosos do mundo em 2019 (Estimativa).

Fatores que interferem na distribuição da população

Há vários fatores que interferem diretamente na distribuição da população no espaço geográfico, tornando-a irregular.

A polarização econômica, estimulada pelo desenvolvimento tecnológico e pelos investimentos de capitais é o principal desses fatores. Entretanto, as condições físicas do meio – os elementos ligados às circunstâncias da natureza – ainda exercem influência na fixação de grande parte da população mundial, principalmente daquela que não se apropriou dos benefícios do avanço tecnológico.

Fatores naturais

Quando se observa a superfície geral do globo, em especial a das terras emersas, nota-se uma grande variedade de paisagens naturais, com grande diversidade de aspectos para o relevo, hidrografia, condições climáticas, vegetação e tipos de solos.

Essas condições têm sido, no tempo histórico e tecnológico, de grande influência na distribuição demográfica pelo espaço, principalmente quando o homem precisa dessas condições para se proteger e desenvolver sua atividade econômica, numa dependência maior em relação à natureza.

Em função da diversidade de paisagens na natureza e de aspectos gerais que exercem influência na distribuição da população, chamamos de ecúmenas as áreas que apresentam condições naturais favoráveis à fixação demográfica. É o caso dos vales férteis, deltas fluviais, regiões litorâneas, baixos planaltos e baixas planícies – áreas historicamente disputadas pelo homem.

As regiões que apresentam condições naturais desfavoráveis à fixação populacional são denominadas anecúmenas. Na maioria dos casos são áreas que não oferecem condições satisfatórias à sobrevivência do homem. Grupos humanos que nelas habitam são, em geral, pequenos e estão historicamente adaptados às condições inóspitas do meio natural. Sua sobrevivência depende diretamente do conhecimento prático da natureza e de um grande submetimento às suas regras. Situam-se, principalmente, nas altas latitudes (regiões polares e subpolares), nas grandes altitudes (altas montanhas), nas zonas desérticas e pântanos.

Mas, dependendo do grau de desenvolvimento tecnológico alcançado por uma população, os desertos e os pântanos já não oferecem um obstáculo significativo à ocupação territorial. Podemos observar práticas de irrigação em regiões desérticas, como as que ocorrem nos EUA e Israel. O que no passado era uma dificuldade passou a ser uma possibilidade.

Regiões pantanosas têm sido recuperadas economicamente com a intervenção tecnológica através de sistemas sofisticados de drenagem. Um dos exemplos mais significativos nesse setor é a Holanda, com a construção de diques que barram o avanço do mar em trechos baixos de seu território, conquistando os espaços denominados polders. Essas regiões passaram a ser importantes zonas agrícolas para o país, além de aumentarem a área territorial holandesa, com terras antes ocupadas pelo mar.

Por outro lado, com todo o avanço tecnológico atingido pelo homem, os extremos polares e as altas montanhas ainda constituem barreiras significativas à fixação populacional.

O que fica evidente é que as desigualdades observadas na distribuição populacional do globo são, no conjunto, uma decorrência das condições do meio natural e da evolução do processo histórico das atividades do ser humano.

Fatores econômicos

O fator econômico é, sem dúvida, o grande agente de todo o arranjo demográfico. Ele interfere diretamente nas condições de distribuição das populações pelo espaço, ora atraindo, ora repelindo.

Havendo interesse econômico, qualquer região do planeta pode se tornar viável. A partir daí, as necessidades passam a desafiar a inventividade humana para a superação de qualquer dificuldade. Tudo passa a ser uma questão de investimento de capital, tecnologia e tempo, a fim de se atingirem os objetivos propostos.

Não é por acaso que, na atualidade, as zonas mais densamente povoadas do nosso planeta são as que possuem poderosa atividade industrial e forte crescimento urbano. Nessas regiões concentra-se o eixo dos interesses econômicos, o que exerce forte atração demográfica.

Importante mencionar que na primeira metade do século XX a população rural do planeta era muito expressiva. Com o processo de industrialização e mecanização rural, as populações do campo deslocaram-se para os centros urbanos, provocando fortes adensamentos.

É nas zonas urbanas que predominam as atividades dos setores secundário (indústria e construção civil) e terciário (comércio e serviços), disponibilizando empregos em períodos de crescimento econômico, criando demandas migratórias para esses centros, através do êxodo rural.

Por outro lado, em momentos de crise que atingem os setores econômicos ligados à produção urbana, esses centros sofrem sobremaneira com o desemprego, o que gera muitas tensões decorrentes das grandes massas marginalizadas.

Se as grandes concentrações urbanas são um fato relativamente recente, os problemas consequentes dessa demanda ainda desafiam os planejadores, os políticos e os administradores públicos em todo o mundo, visto que, com maior ou menor grau, estão presentes em todos os países do globo.

Por: Paulo Magno da Costa Torres

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