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Geografia do Japão

O território japonês é constituído por um arquipélago vulcânico com mais de 3 000 ilhas, destacando quatro ilhas principais: Hokkaido, Honshu (mais extensa), Shikoku e Kyushu.

O território insular apresenta litoral recortado, o que favorece a construção de portos, dos quais o Japão é fortemente dependente para manter o comércio exterior, a estrutura pesqueira e o sistema de cabotagem (navegação que ocorre apenas entre portos nacionais).

Aspectos físicos e naturais do Japão

Relevo

O relevo do Japão é de formação jovem (Período Terciário da Era Cenozoica), montanhoso (84% do território) e com estrutura geológica de dobramentos modernos.

O território se localiza no Extremo Oriente (leste) da Ásia, estando sobre a convergência de placas tectônicas na área conhecida como Círculo ou Anel de Fogo do Pacífico, sendo sujeito a uma intensa instabilidade geológica – vulcanismo ativo (mais de 60 vulcões) e terremotos, que determinam o surgimento de tsunamis. O relevo acidentado dificulta a ocupação do interior, mas favorece a manutenção de áreas naturais nativas.

O ponto mais elevado do país corresponde ao Monte Fuji, com 3 776 metros de altitude. A sua última erupção ocorreu em 1707, e uma nova erupção colocaria em risco a vida de milhões de pessoas que vivem em Tóquio e em áreas próximas, além de destruir a infraestrutura, como estradas e ferrovias que ligam as cidades mais populosas do Japão.

Mapa do território japonês.
Mapa do Japão.

O Monte Fuji, classificado em 2013 como patrimônio cultural pela Unesco, localiza-se a cerca de 100 km ao sudoeste de Tóquio (Ilha de Honshu) e recebe aproximadamente 300 mil visitantes durante os dois meses de verão em que o montanhismo é autorizado.

As planícies (16% do território) apresentam elevadas densidades demográficas, estando geograficamente espremidas em áreas do interior, em grande parte localizadas em áreas próximas de rios, como a Ilha de Honshu, e, e no litoral, como a Planície de Kanto-Keya em Tóquio.

Hidrografia

Em relação à hidrografia, o Japão apresenta rios com pequena extensão, porém com potencial hidrelétrico, além da utilização para irrigação.

O Rio Shinano, localizado na Ilha de Honshu, é o mais longo do território, com 367 km, atravessando vales e planícies com as de Saku, Ueda, Nagano e Echigo (mais importante).

Outros rios também se destacam: Tone (322 km) – região metropolitana de Tóquio (Ilha de Honshu), Ishikari (268 km) e Teshio (256 km) – ambos na Ilha de Hokkaido, Mogami (229 km) – Ilha de Honshu.

O Rio Arakawa, apesar de apresentar somente 173 km, ganha importância por atravessar a capital Tóquio (Ilha de Honshu).

Clima

Ao norte do arquipélago, a corrente marítima fria chamada Oya Shivo, conjuntamente à posição geográfica (latitude) do país, determina a existência de áreas com clima frio, na Ilha de Hokkaido, e clima temperado oceânico, na porção centro-norte de Honshu, que são aproveitados para a produção agrícola de cereais.

Na porção centro-sul de Honshu e nas ilhas de Shikoku e Kyushu, aparece o clima subtropical e, no extremo sul, surge uma área com característica tropical. O centro-sul do território está sob influência da corrente marítima quente de Kuro Shivo, que, em conjunto com o clima de monções, determina a existência de áreas com climas mais brandos, que são aproveitadas para a produção de arroz, laranja, chá e amora.

Clima do Japão.
A ação das correntes marinhas e das monções é importante para a determinação do clima japonês e para a prática agrícola.

Vegetação

Em relação à vegetação, o país apresenta elevada concentração de áreas preservadas. As florestas, influenciadas pelo clima, apresentam-se temperadas e subtropicais. Há também coníferas mais ao norte e nas áreas mais elevadas, por influência da altitude (relevo montanhoso). Bambuzais também são encontrados no território.

Após a Segunda Guerra Mundial, o país apresentou um incremento contínuo de florestas, ampliando em quatro vezes as áreas plantadas entre as décadas de 1960 e 2000, as quais correspondem, atualmente, a 69% do território nacional, sendo metade pertencente à propriedade privada, principalmente pessoas físicas, que respondem por 98% desse total.

O Código Florestal permite que proprietários de terra recebam empréstimos a juros baixos e tratamento fiscal especial em troca de práticas sustentáveis na ocupação e uso do solo.

Aspectos humanos do Japão

O Japão é reconhecido mundialmente por ter a mais elevada expectativa ou esperança de vida, com 83,5 anos, em razão da ótima qualidade de vida, resultante da aplicação de excelentes políticas sociais no tocante ao oferecimento de serviços públicos essenciais ligados à saúde.

Bandeira Japonesa.
Bandeira do Japão

A população com mais de 65 anos já representa um quarto da população absoluta e, em 2060, chegará a cerca de 40%, segundo cálculos do governo japonês. Comparativamente, a expectativa de vida do Brasil está em 74 anos e a da República Democrática do Congo é de aproximadamente 50 anos. Em relação ao IDH publicado em 2015, o país ocupa a 17ª posição, com índice de 0,890.

Os imigrantes representam somente 1,6% da população absoluta, pouco mais de 2 milhões, sendo o total de 90 mil ilegais. O país, entretanto, prefere o caminho do incentivo à natalidade como forma de manter sua cultura.

O Japão preza a liberdade religiosa, sendo as religiões majoritárias o xintoísmo e o budismo, que representam 84% da população. O restante da população segue o cristianismo, confucionismo, taoismo e xamanismo.

É um dos países mais populosos, povoados e urbanizados – 93% da população vive na cidade. A principal concentração populacional fica na Ilha de Honshu, destacando-se a elevada concentração urbana na faixa litorânea da ilha voltada ao Oceano Pacífico.

Essa área originou uma gigantesca mancha urbano-industrial, que se estende para Shikoku e Kyushu, conhecida como megalópole Tokkaido, composta pelas cidades de Tóquio, Kawasaki, Yokohama, Nagoya, Quioto, Kobe e Osaka, área urbana totalmente conurbada. A população da megalópole supera os 35 milhões de habitantes.

Economia do Japão

O Japão é a terceira maior economia mundial, superada apenas pelos EUA e pela China. Apesar de sua limitação territorial, apoiou-se fortemente no mercado capitalista internacional e na produção de alta tecnologia, para se reerguer após a derrota na Segunda Guerra Mundial.

A economia japonesa assenta-se sobre o setor secundário e terciário, ou seja, o país produz suas riquezas principalmente pela atividade industrial e serviços. Apesar disso, a agropecuária japonesa possui um lugar de destaque quando se pensa no abastecimento interno, mas com baixa utilização de mão de obra diante das modernas técnicas agrícolas, tendo em vista que apenas 14% das terras japonesas são de planície, que também sofrem forte ocupação urbana. As propriedades rurais são pequenas, com 1,4 hectare em média. Os terraços são desenvolvidos nas encostas, como forma de ampliar as áreas cultivadas.

As primeiras unidades fabris no Japão surgiram na segunda metade do século XIX, notadamente aquelas ligadas ao setor têxtil, que aproveitaram a grande quantidade de matérias-primas, como a seda e o algodão. No início do século XX, em decorrência do expansionismo militar, as indústrias pesadas, como as siderúrgicas, metalúrgicas e mecânicas, começaram a ser implantadas no país.

A carência em recursos minerais e energéticos levou o governo a procurar compensar as importações cada vez maiores com volumes crescentes de exportação de manufaturados, política existente desde o final do século XIX e que caracteriza o país até os dias atuais. A necessidade de estar voltado para o mercado externo e a configuração territorial em arquipélago explicam a localização dos grandes centros industriais do país sempre próximos ao litoral, com destaque para o litoral sudeste da Ilha de Honshu – presença da megalópole Tokkaido.

As quatro principais ilhas (Hokkaido, Honshu, Shikoku e Kyushu), que representam 97% do território, são as que apresentam as maiores aglomerações urbano-industriais. No sudeste da Ilha de Honshu, a maior megalópole do mundo, chamada de Tokkaido, abriga grande diversidade industrial e pós-industrial. Nessa região, destacam-se as cidades de Tóquio, Osaka, Nagoya, Yokohama, Kobe, Quioto, Kitakyushu e Fukuoka.

Atualmente, o Japão é responsável por grande parcela do comércio mundial de bens de consumo: relógios, máquinas fotográficas, celulares, carros, motos, computadores, aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos, além dos de alta tecnologia ligados ao setor da robótica, microeletrônica, química fina e informática.

Dados gerais:

Japão (Nippon)

  • Capital: Tóquio.
  • Nacionalidade: japonesa.
  • Localização: leste da Ásia.
  • Área: 372.819 km².
  • Clima: temperado continental (N) e subtropical (S).
  • Características: montanhas (maior parte), 225 vulcões (65 ativos), terremotos frequentes, fontes termais, gêiseres e águas sulfuradas, planícies no litoral e no interior da ilha de Honshu.
  • Cidades principais: Tóquio, Osaka, Yokohama, Nagoya, Sapporo, Kyoto e Kobe.
  • População: 127 milhões (2016).

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