Geografia

O Mundo Pós-Guerra Fria

O mundo pós-Guerra fria é marcado por várias características, entre as quais se destacam a nova divisão com a questão multipolar, o neoliberalismo, a globalização e os blocos econômicos.

Ordem mundial da Guerra-fria

Para entender a ordem mundial atual, é necessário recordar a velha ordem mundial no período de 1945 a 1989, marcada pela Guerra Fria entre o socialismo soviético e o capitalismo estadunidense, sendo o mundo bipolar ou dualista. Nessa ordem, a divisão do mundo era:

Países do Primeiro Mundo ou desenvolvidos: marcados pela industrialização clássica (Primeira e Segunda Revoluções Industriais) e por elevado nível de vida, com baixas taxas de natalidade e mortalidade. Exemplos: EUA, Japão, Alemanha Ocidental, …

Países do Segundo Mundo ou socialistas planificados: marcados pelo controle estatal na economia e por regimes autoritários. Exemplos: União Soviética, Cuba, Polônia, China, Alemanha Oriental…

Países do Terceiro Mundo ou subdesenvolvidos: marcados pela colonização de exploração no início do capitalismo, predominando elevadas taxas de natalidade e mortalidade. Exemplos: Brasil, Paraguai, África do Sul, Índia, Arábia Saudita…

Ordem mundial pós Guerra-fria

Para entender o mundo moderno e prever as tendências econômicas, é importante aprofundar o conhecimento sobre as características principais dessa nova ordem.

A nova ordem mundial estabeleceu-se a partir da crise do socialismo real (Segundo Mundo), que teve como ápice a queda do Muro de Berlim e a unificação das Alemanhas sob a economia capitalista de mercado e a dissolução da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) em quinze novos países que passaram, então, por um processo de transição para o capitalismo.

Esses acontecimentos cruciais ao Segundo Mundo representaram o momento de transição do socialismo real (representado pelo Estado totalitário e pela economia planificada) para a economia capitalista em quase todos os países socialistas. Desaparece, portanto, a estrutura bipolar da ordem da Guerra Fria e inicia-se uma nova ordem sob a hegemonia do capitalismo.

Nesse mundo pós-Guerra fria, surge uma famosa polêmica: mundo monopolar ou multipolar. Observando a charge, o tio Sam, sím­bolo do american way of life, reforça a polêmica:

A ordem pós-Guerra fria é monopolar para aqueles que acreditam na supremacia militar, ou seja, os EUA como superpotência militar única e, portanto, hegemônica. A argumentação ganhou reforço após os atentados de 11 de setembro de 2001, quando os EUA atacaram o Afeganistão (2001/2002) e o Iraque (2003), alegando uma ofensiva contra o terrorismo mundial (“eixo do mal”).

Para a maioria dos intelectuais, a ordem pós-Guerra fria é multipolar, tomando como referencial o fator econômico, enfatizando três grandes centros de poder: EUA, Japão e União Europeia. A argumentação reforça-se com o aumento da participação da China no comércio mundial.

Observa-se, pelo mapa abaixo, a nova divisão do mundo em Norte rico e Sul pobre.

Mapa representa a divisão econômica do espaço mundial pós-Guerra fria.

O mapa mostra uma proposta de divisão do mundo de acordo com a Nova Ordem Mundial: o Norte, formado pelos países ricos ou desenvolvidos, e o Sul, composto de nações pobres ou subdesenvolvidas.

Essa proposta não obedece a um critério de posição geográfica, pois, cartograficamente, a divisão em hemisférios, feita pela linha do Equador, não é levada em conta.

O bloco Norte caracteriza-se pela predominância de países industrializados, com elevada urbanização, elevado produto interno bruto e boas condições de vida da população.

Já o bloco Sul seria composto de nações mais pobres, em sua maior parte não-industrializadas, com baixa urbanização e base econômica agro mineradora. Dentro desse grupo, podemos destacar algumas subdivisões, isto é, países industrializados, países agro mineradores e países marginalizados ou excluídos.

Autoria: Marcelo Augusto Malheiros

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