História

Liberalismo e Nacionalismo

Ao longo do século XIX, o liberalismo e o nacionalismo transformaram-se em ideologias muito difundidas quando o conflito entre a burguesia e o autoritarismo de alguns monarcas foi intensificado.

Surgiram tanto nacionalismos orientados para a unificação nacional (o italiano e o alemão), como partidários da formação de novos Estados independentes (o belga, o grego e o tcheco). Ao mesmo tempo, apareceram movimentos liberais que protestavam contra o absolutismo das monarquias. Frequentemente a burguesia encabeçava essas correntes.

Liberalismo 

O liberalismo político tinha origem nas ideias dos iluministas. Os liberais defendiam em primeiro lugar as liberdades individuais: a liberdade de discordar do governo, de protestar, etc.

Os aristocratas podiam estar satisfeitos com a situação da Europa pós-Congresso de Viena, mas grande parte da população não estava. Burgueses, intelectuais, artesãos… tinham motivos de sobra para se sentirem oprimidos pelo absolutismo. As ideias políticas liberais conquistaram muitos adeptos entre esses grupos sociais.

Os liberais protagonizaram insurreições na Europa. A maioria dessas sublevações foi violentamente reprimida pelas monarquias. Apesar disso, o liberalismo não foi sufocado.

Revoluções liberais:

  • As Revoluções de 1820: Em 1820, explodiram revoluções liberais em regiões da Itália, Grécia, Portugal e Espanha. A Grécia, submetida ao Império Otomano, iniciou seu processo de independência. As revoluções de Cádiz (Espanha) e do Porto (Portugal) repercutiram na América, vinculando-se aos movimentos de emancipação política das colônias espanholas e do Brasil.
  • As Revoluções de 1830: Em 1830, ocorreu uma série de sublevações em cadeia. O contexto econômico era de crise: a queda da produção agrícola, alta dos preços dos alimentos e falências de fábricas, acentuando o desemprego e o descontentamento da burguesia e das camadas populares. Os belgas se rebelaram contra o domínio holandês e coroaram Leopoldo I. Com a ajuda inglesa, conseguiram consolidar uma monarquia liberal e constitucional própria. Os poloneses se levantaram contra a opressão russa, mas foram violentamente reprimidos. Na Itália, o exército austríaco acabou com uma revolta liberal iniciada em Módena. Tentativas de insurreição na Alemanha (Confederação Germânica) foram contidas pela Áustria.
  • As Revoluções de 1848: Em 1848, uma onda revolucionária assolou a Europa abalada pela crise agrícola e superprodução industrial. Burgueses e universitários comandaram esse protesto urbano liberal, chamado “a primavera dos povos”, contra o despotismo das monarquias. Berlim, Viena, Paris, Veneza, Roma, Praga, Munique, Budapeste e Milão se revoltaram quase simultaneamente. A partir de setembro de 1848, as monarquias europeias passaram ao contra-ataque contra os movimentos revolucionários, que foram reprimidos.
Revolução francesa de 1848.

Nacionalismo

O nacionalismo, durante a história moderna, foi o movimento que considerava a criação do Estado nacional como indispensável para realizar as aspirações sociais, econômicas e culturais de um povo.

O nacionalismo se caracterizou pelo sentimento de comunidade baseado em uma origem, em um idioma e em uma religião comuns.

Antes do século XVIII, momento no qual o nacionalismo começou a ganhar as características de um movimento específico, os Estados eram baseados em vínculos religiosos ou dinásticos. Imersas no âmbito do clã, da tribo, do povo ou da província, as pessoas estendiam em raras ocasiões seus interesses pelo espaço que compreendia as fronteiras estatais. O momento decisivo na história do nacionalismo na Europa foi a Revolução Francesa. Até aquele momento, os sentimentos nacionais franceses emanavam da figura de seu rei. Com a revolução, a lealdade ao monarca foi substituída pela lealdade à pátria.

O surgimento do nacionalismo coincidiu em sua maior parte com a expansão da Revolução Industrial, que favorecia o desenvolvimento econômico nacional, a formação de uma classe média e o anseio popular de um governo representativo.

Antes da onda nacionalista na Europa, houve, nos primeiros 30 anos do século XIX, um assombroso e múltiplo nascimento de uma série de nações no continente americano, do Mississippi (fronteira entre os domínios da Espanha e os Estados da União), até a Terra do Fogo na Argentina.

As revoluções de 1848 marcaram o despertar de vários povos europeus para a consciência nacional. Surgiram movimentos nacionalistas que clamavam pela autonomia política perante a vontade centralista e unificadora dos impérios. Em consequência, os grandes impérios se viram submetidos a forças desagregadoras: os gregos tornaram-se independentes do Império Otomano, os húngaros reivindicaram a liberdade frente à Áustria, a Bélgica separou-se da Holanda. Em paralelo, a Itália e Alemanha, divididas em vários Estados, alcançaram a unificação na segunda metade do século XIX.

Diferenças entre o liberalismo e o nacionalismo

O liberalismo nada mais era do que a defesa da propriedade privada e dos ideais de liberdade econômica, política religiosa e intelectual, já o nacionalismo favoreceria o desenvolvimento econômico interno e a concorrência no exterior.

O Liberalismo era o movimento político em favor da liberdade dos indivíduos, e o nacionalismo era o movimento político em favor da liberdade e da autonomia dos povos, do direito de criarem seus próprios estados.

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