História

Segregação Racial nos Estados Unidos

A humilhante política de segregação racial nos Estados Unidos impedia os negros, libertos desde o século XIX após a Guerra de Secessão, de ingressar em escolas públicas e de usar transportes coletivos, por exemplo.

No início do século XX, não era difícil encontrar ônibus e bondes em que os negros só podiam se sentar em lugar especiais, na parte de trás. Se a frente estivesse lotada, tinham de ceder o lugar aos brancos. Em todas as estações de trem do sul, existiam salas de espera separadas para negros e para brancos, assim como lavatórios.

Os ex-escravos, após a Guerra de Secessão, foram postos no mercado de trabalho como mão de obra assalariada, disputando emprego com a população branca. Na procura de melhores oportunidades, muitos negros se dispersaram, migrando para o oeste e, principalmente, para o norte industrializado.

Nos grandes centros urbanos, ao norte dos Estados Unidos, as oportunidades para negros e brancos eram distintas. Assim, grande parcela da população negra foi forçada a viver distante da sociedade branca, habitando guetos, sendo o Harlem, em Nova York, o mais conhecido. Lá, até hoje, os negros se concentram em condições muito precárias.

Enquanto isso, nos estados sulistas, aconteciam ações violentas de organizações racistas e segregacionistas paramilitares como a Ku-Klux-Klan, fundada em 1866, no estado do Tennessee. Essa organização agia de forma clandestina, vitimando com linchamento os negros e “traidores”, sendo suas ações muitas vezes acobertadas por xerifes, juízes e até mesmo governadores.

Membros da organização racista Ku-Klux-Klan.
O racismo se manifesta de diversas formas no país. A Ku-Klux-Klan, organização criada no século XIX, caracteriza-se pela violência contra os negros.

Em razão de todo esse preconceito, a população negra estadunidense começou a se organizar. Em 1900, foi criada a Associação Nacional pelo Progresso das Pessoas de Cor (NAACP), que realizou várias campanhas contra as ações que feriam os direitos civis dos negros, mas foi a partir da década de 1950 que esses movimentos ganharam dimensões nacionais.

Os negros continuaram sofrendo discriminação racial e violência, mesmo após a Segunda Guerra Mundial. A segregação racial foi abolida oficialmente em 1964, com a Lei dos Direitos Civis, assinada pelo presidente Lyndon Johnson, mas isso não significou o início de uma era de paz e justiça social, pois os conflitos sociais continuaram.

Foi nesse contexto social que Martin Luther King tornou-se um grande herói histórico por ter iniciado, na década de 1950, a luta pela causa negra, fundamentada no pacifismo. Ele foi assassinado em 1968, na cidade de Memphis, Tennessee.

Outros movimentos contra o racismo surgiram na década de 1960, ainda mais radicais. Entre eles, destacaram-se o Black Power e o Panteras Negras. O Panteras Negras teve como líder Malcolm X, que fundamentava suas ideias no islamismo.

A luta contra a segregação nos EUA.
Martin Luther King e Malcom X.

Apesar de tudo, a integração racial nos Estados Unidos foi aumentando e os negros começaram a ocupar cargos antes completamente negados a eles, como, por exemplo, o de prefeito de cidades importantes, o de juiz da Corte Suprema e o de presidente do país, como foi o caso de Barack Obama.

Essa integração, ainda assim, não conseguiu com o racismo e solucionar o problema econômico das famílias negras. Verifica-se expressivo número de negros vivendo na miséria, em guetos das áreas urbanas, nos grandes centros, como, por exemplo, Harlem e South Bronx, em Nova York. Convivem também, nesses espaços, imigrantes latino-americanos, formando bolsões de miséria.

Por: Wilson Teixeira Moutinho

Veja também: