Geografia

Vegetação

Podemos definir a vegetação como sendo a cobertura vegetal natural de uma determinada região. A vegetação de uma região depende muito de outros aspectos da ge­ografia física, como o relevo, o solo e, principalmente, o clima.

Dos elementos do clima, aquele que mais interfere no porte e na densidade dos vegetais é a umidade. Por isso mesmo, podemos classificar a vegetação de acordo com o hábitat natural do vegetal em:

higrófilas: são formações vegetais típicas de regiões úmidas. Possuem folhas largas e perenes (latifoliadas), para facilitar a transpiração (florestas tropicais).

xerófilas: aparecem em regiões de clima seco. Nesse caso, os vegetais se adaptam à falta de chuva, substi­tuindo as folhas por espinhos, perdendo a folhagem ou cobrindo-a com uma cera que pode impermeabilizar a folha, evitando a evaporação (cactos e outros vegetais da caatinga brasileira).

Os vegetais xerófilos também possuem raízes profundas ou então uma multirradicação que permite otimizar o aproveitamento da água que infiltra no subsolo.

tropófilas: vegetais que vivem em climas com alternância de pluviosidade (um período chuvoso e outro seco). Nesse caso, os vegetais perdem a folhagem na estação seca do ano e são chamados vegetais caducifolios ou caducos.

Confira abaixo os tipos de vegetação existentes no mundo:

Tipos de vegetação no mundo

Vegetação Arbórea

Florestas equatoriais

Floresta amazônica

Aparecem em áreas de clima equatorial. São formações higrófilas, latifoliadas e heteroclitas (apresentam grande heterogcneidade de espécies). Recobrem cerca de 40% do território brasileiro, consti­tuindo uma das mais vastas áreas florestais contínuas do mundo.

Recebem várias denominações: latifoliada (folha larga); hiléia, do grego hylaia = “da floresta” (nome dado por Humboldt); floresta equatorial, por causa do clima equatorial; floresta-pluvial, em virtude dos elevados índices pluviométricos que caracterizam as regiões.

Possuem uma variedade enorme de espécies vegetais e é uma floresta fechada.

Florestas tropicais

Aparecem, em climas tropicais úmidos e se assemelham bastante às florestas equatoriais. No Brasil, estão representadas pela mata Atlântica, que ocupa grandes extensões de terra, desde o Nordeste até o Paraná e alguns trechos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

A mata Atlântica brasileira sofreu grandes desmatamentos, sobretudo em virtude da penetração da cafeicultura em Minas Gerais e, principalmente, em São Paulo e no norte do Paraná.

Possui, em muitos trechos, vegetação imponente, com árvores de 25 a 30 m de altura, como perobas, paus-d’alho, figueiras e cedros

Florestas temperadas

Floresta temperada de Ontário no Canadá

Aparecem nos climas temperados menos frios, são bosques de árvores frondosas e espaçadas, que possuem a propriedade caducifolia de perda da folhagem nas estações secas ou muito frias. São também cha­madas de florestas caducas. A Floresta de Sherwood da Inglaterra (aquela de Robin Wood) é um exemplo desse tipo de formação.

Na figura ao lado pode-se observar a floresta temperada de Ontário no Canadá. As árvores perdem as folhas no outono para suportar o frio do inverno.

Florestas de coníferas

Aparecem em regiões de clima temperado, nas áreas mais frias, que possuem pelo menos três meses cober­tos de gelo. Possuem árvores espaçadas, com copa em forma de cone e folhas agulhadas (aciculifoliadas). Pos­suem poucas espécies diferentes, formando uma floresta homogênea, como o pinho canadense, por exemplo.

Floresta de coníferas

Merece destaque um tipo de conífera que é a taiga siberiana, pois é considerada como a formação arbórea mais resistente a climas frios. No hábitat natural da taiga, o solo fica coberto de neve durante seis meses.

As coníferas são muito cobiçadas, por causa do aproveitamento da sua madeira, excelente para a fabricação da celulose vegetal.

No Brasil, a floresta de coníferas está representa­da pela “mata de araucária”, também denominada pinheiro-do-paraná. É encontrada desde o norte do Rio Grande do Sul até a porção sul do estado de São Paulo, cobrindo porções do planalto Meridional. Entretanto é no Paraná e em Santa Catarina que essa formação é encontrada de forma contínua.

Recebe o nome de aciculifoliada em virtude de suas folhas pontiagudas e de araucária graças à abundância da conífera araucária angustifólia (nome científico dado ao pinheiro-do-paraná).

Em virtude de altitudes mais elevadas, da serra da Mantiqueira, no estado de Minas Gerais, existem também os pinheiros.

Essa formação vegetal é largamente explorada, pois o pinheiro fornece a madeira mole, que é o pinho, de grande comercialização. Entretanto o seu desmatamento também foi intenso, exigindo, por conseguinte, uma eficaz fiscalização e incentivos ao reflorestamento.

Mata dos cocais

Babaçu - mata dos cocais

A área de ocorrência dos cocais localiza-se entre a floresta Amazônica, a oeste, a caatinga (vegetação do sertão nordestino), a leste, e o cerrado, ao sul. Loca­liza-se, portanto, numa área de transição entre o clima úmido da Amazônia, o clima semi-árido do Nordeste e o clima menos úmido do planalto Central.

Abrange vastas áreas do Maranhão, Piauí e norte de Goiás, predominando nos trechos de solos úmidos e dos vales fluviais, como é o caso dos rios Mearim, Parnaíba e outros da região do meio-norte.

A mata dos cocais recebe este nome porque é forma­da por duas palmeiras: o babaçu e a carnaúba, que são produtos extrativos importantes para a região.

Dentro da região do meio-norte, onde aparece a mata dos cocais, o babaçu fica mais concentrado no Maranhão, enquanto a carnaúba fica mais concentrada no Piauí.

Matas galerias ou ciliares

As matas galerias correspondem a pequenas flores­tas alongadas que se desenvolveram ao longo dos rios, aproveitando a umidade do solo. São encontradas nas regiões de cerrado, de campos e mesmo de florestas.

Vegetação Arbustiva

Savanas

Savana Africana

A savana é uma formação vegetal formada por ar­bustos espalhados e com uma composição gramínea de base. Aparece bordejando as florestas equatoriais, em climas tropicais típicos, com uma estação seca e outra chuvosa. É o hábitat natural dos animais de grande porte da África. No Brasil, a savana está representada pelo cerrado.

Cerrado

Predomina em quase todo o Brasil Central, parte de Minas Gerais, parte ocidental da Bahia e sul do Maranhão, nas áreas onde o clima apresenta duas estações bem marcadas, uma seca e outra chuvosa. Além disso, apresenta-se em forma de manchas em vários pontos do território, como é o caso dos estados de São Paulo e Paraná.

O cerrado tem sido utilizado pela pecuária há mui­to tempo. Entretanto, nos últimos anos, ele tem sido ocupado pela agricultura, com êxito.

Caatinga

Caatinga

Localiza-se na região de clima semi-árido do Nordes­te brasileiro e é constituída de vegetais xerófilos, como é o caso das cactáceas (mandacaru e xique-xique).

Apresenta grande heterogeneidade quanto ao aspecto e à composição vegetal. Em certos trechos, forma uma mata rala ou aberta (de caá = “mata” e tinga = “branco”), e em outros o solo apresenta-se quase a descoberto, possuindo arbustos isolados.

Na época das secas, as plantas da caatinga perdem suas folhas, o que constitui uma adaptação das plantas às condições climáticas, fazendo com que a planta di­minua a transpiração e evite, assim, a perda de água armazenada. Basta caírem as primeiras chuvas no sertão para que a caatinga readquira o verde, quando é utilizada pela pecuária extensiva e rudimentar.

Complexo do pantanal

Recobre a planície do pantanal Mato-Grossense. E uma formação vegetal que possui espécies vegetais da floresta, dos campos, do cerrado e mesmo plantas xerófilas da caatinga. Constitui importante área de criação de gado, além do extrativismo vegetal.

Formações litorâneas

Manguezais

Ocorrem ao longo de todo o litoral brasileiro, apresen­tando ora vegetação de praias e dunas, ora vegetação de mangue. A vegetação de mangue (ou manguezais) é a que se forma nas reentrâncias da costa (baías, estuários). Por se tratar de uma área com solo salino e deficiente de oxigênio, pois as marés alcançam tais tipos de áreas, as plantas tive­ram que desenvolver vários dispositivos moríofísiólógicos para absorverem o oxigênio. E o caso das raízes aéreas. São classificadas como halófilos e higrófiios.

Vegetação Herbácea

Campos temperados ou pradarias

Campos

Como diz o próprio nome, tais tipos de formações caracterizam-se pela predominância de gramíneas, cuja altura varia de 10 a 50 cm, aproximadamente. Além disso, surgem subarbustos, sendo que os arbustos são mais raros. São formações herbáceas contínuas e aparecem geralmente em climas temperados, nas áreas de planícies.

Quando ocorre o predomínio das gramíneas, for­mam-se os campos limpos; quando ocorrem os arbustos, formam-se os campos sujos.

No Brasil, os campos limpos surgem desde o sul do estado de São Paulo até o Rio Grande do Sul, onde são denominados campos da campanha gaúcha. Ocupam o planalto Meridional e constituem excelentes áreas para a criação de gado, como é o caso também dos campos de vacaria, no Mato Grosso do Sul.

Estepes

São formações herbáceas descontínuas que se caracterizam por apresentar “moitas” espalhadas de ervas. Aparecem em climas semi-áridos, geralmente nas bordas dos desertos, onde servem para o pastoreio de animais adaptados a estas regiões.

Tundra

Vegetação rasteira, constituída de musgos e liquens. Aparecem em climas subpolares, em regiões onde o solo está coberto de neve por, pelo menos, nove meses. Nos três meses de verão, a tundra nasce e tem um ciclo de vida muito curto. Serve para o pastoreio de animais das regiões subpolares no período do verão.

Por: Paulo Magno da Costa Torres.

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