Geografia

Xisto Betuminoso

O xisto, encontrado em camada de rocha sedimentar originada sob temperaturas e pressões elevadas, é um composto com características semelhantes ao carvão mineral e ao petróleo, em virtude de sua formação molecular composta por hidrogênio e carbono.

É uma variação mais recente da hulha (carvão) e, por meio de sua destilação fracionada a seco, obtêm-se petróleo, gás combustível, enxofre etc. O xisto é uma das maiores fontes potenciais de hidrocarbonetos conhecida no mundo.

Tipos

Há dois tipos de xisto, o betuminoso e o pirobetuminoso.

O xisto pirobetuminoso é um recurso energético encontrado na forma sólida, em rochas sedimentares, como o folhelho. Seu uso econômico ocorre com seu aquecimento (piro = fogo), através do qual se consegue a separação entre o betume (óleo) e as impurezas.

Por ser encontrado na natureza em estado sólido, demanda a utilização de técnicas de perfuração que podem causar problemas ambientais graves, pois há necessidade de injetar, com alta pressão, água e outros produtos na perfuração (técnica de fracking ou fraturamento hidráulico), podendo acarretar a contaminação de lençóis freáticos e até mesmo tremores de terra durante a extração.

Já no xisto betuminoso, também encontrado em rochas sedimentares, o betume em seu meio é quase fluído, por isso, de fácil extração.

Recursos

Os recursos em xisto existentes no mundo são extremamente abundantes, estimando-se que apresentem quantias de óleo, em potencial, muito superiores às reservas de petróleo em poço.

O Brasil está entre as dez maiores reservas de xisto do mundo. As jazidas estão distribuídas por todas as regiões, sendo a principal ocorrência na formação Irati, área sedimentar do Período Permiano, que se estende de São Paulo até o Rio Grande do Sul, com destaque para o município de São Mateus do Sul, no Paraná, onde existe uma usina para processá-lo. A segunda área importante de ocorrência é o Vale do Paraíba, notadamente em Tremembé-SP.

Bacias com potencial de gás de xisto no Brasil.

No entanto, a produção e a utilização dessa energia são baixas, fato justificado pelo elevado custo operacional e pela degradação ambiental, pois a exploração gera grande quantidade de dejetos depositados a céu aberto. Para piorar a situação, o teor de óleo na rocha é inferior a 10% e contém 3% de sulfeto de ferro, que origina gases poluentes formadores de chuva ácida.

Com isso, a importância do xisto é apenas regional, sobretudo no Paraná, onde o governo está implantando uma usina termelétrica, com o intuito de ampliar a produção de energia elétrica

Processamento

O xisto libera óleo, gás e subprodutos a partir do processo de aquecimento conhecido como retortagem ou pirólise do xisto, passando ainda por tratamento para uso adequado. De acordo com estatísticas da ONU, o Brasil possui, referente a essa rochas, recursos equivalentes a 842 milhões de barris de petróleo, o que lhe confere o 2º lugar no mundo, superado somente pelos Estados Unidos.

 Produtos de reportagem do xisto

Os produtos obtidos pela retortagem do xisto ainda não estão prontos para o uso e, por isso, necessitam de tratamento para adequá-los ao uso direto, para servirem de matéria-prima em outras aplicações.

Por: Willian Fachinet

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