História do Brasil

Da Monarquia à República

A partir de 1870, a monarquia brasileira passou a ser questionada por diversos setores da sociedade brasileira. Esse fato, aliado a outros acontecimentos, foi desgastando essa forma de governo. Integrantes da elite, da camada média e da população mais pobre passaram a defender o fim da monarquia e a implantação da república.

As ideias republicanas ganharam força a partir do final do século XIX, porém, desde o século XVIII alguns movimentos rebeldes, como a Inconfidência Mineira, a Conjuração Baiana, a Revolução Pernambucana, a Confederação do Equador e a Guerra dos Farrapos, já haviam defendido a implantação da república no Brasil.

Por que um regime de governo que vinha sendo adotado há tanto tempo no Brasil já não servia mais?

Vários foram os motivos, mas o principal foi a restrição à participação popular nas decisões políticas.

O dia 15 de novembro de 1889 marcou o fim do império e o início da república no Brasil. Houve uma transformação significativa.

Mudanças no Brasil

Em 7 de setembro de 1822, D. Pedro proclamou a independência do Brasil e, ao contrário de outros países do continente, adotou a monarquia como forma de governo. O período em que D. Pedro I governou (1822-1831) foi chamado de Primeiro Reinado.

Em 1840 começou o Segundo Reinado, sendo D. Pedro II o imperador. Nesse período, o Brasil passou por diversas modificações internas, começando o reaquecimento da economia por meio do cultivo do café, que passou a ser o principal produto gerador de riqueza.

A estrutura econômica brasileira continuava a mesma do Período Colonial, ou seja, o latifúndio predominava como propriedade rural, a mão de obra continuava sendo escrava negra, e mantinha-se a monocultura voltada para a exportação.

Causas do fim da monarquia

As pessoas, descontentes com o regime monárquico, fundaram associações que defendiam maior liberdade para as províncias, eleições diretas e o direito de votar para todos os homens maiores de 18 anos e alfabetizados. Também defendiam que os senadores e outros políticos tivessem mandato com tempo preestabelecido para não ocuparem os cargos a vida toda.

Alguns acontecimentos colaboraram para o enfraquecimento da monarquia no Brasil e sua substituição pela república:

  • O exército percebeu sua força após a Guerra do Paraguai, no entanto, não tinha vigor político expressivo. As reivindicações dos militares por melhores salários e maior influência na política resultou em conflitos com a coroa.
  • O fim da escravidão no Brasil foi entendido como forma de traição do Império contra os fazendeiros, uma vez que não houve indenização para as perdas de escravos.
  • O imperador indispô-se com a igreja ao prender dois bispos que decidiram se posicionar contra a maçonaria. D. Pedro II era maçom.

Proclamação da república

Ideias republicanas circulavam desde o Período Colonial. Faltava apenas uma conjuntura histórica propícia para derrubar a monarquia.

A criação do Partido Republicano Paulista (PRP), em 1873, marcou a adesão de importantes representantes da cafeicultura paulista. O sucesso da proclamação da República deve-se também ao apoio das camadas econômicas notáveis da sociedade brasileira.

O governo imperial procurou reverter o processo de desgaste da monarquia. A intenção era apresentar propostas de caráter liberal que inibissem os ânimos republicanos.

As propostas não foram bem aceitas pelo Partido Conservador, maioria na Câmara dos deputados, e a crise imperial, que se agravara, além das questões da abolição da escravatura, militares e religiosas, chegou ao extremo.

O Exército foi influenciado pelo pensamento positivista, uma escola filosófica instituída pelo francês Auguste Comte, que defendia uma ditadura republicana, um governo representativo, em que o ditador poderia afastar-se dos interesses da população pelo “bem da república”.

Um dos lemas positivistas, o amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim, está presente na bandeira nacional, marcando os ideais positivistas dos republicanos — especialmente dos militares. Estes lideraram o golpe contra a monarquia.

Apesar de se considerar amigo pessoal de D. Pedro II, a quem devia inúmeros favores, o marechal Deodoro assumiu a liderança do golpe e, no dia 15 de novembro de 1889, proclamou a República na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

Por: Wilson Teixeira Moutinho

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